ANDANÇAS PELO PASSADO
Quando eu era menino, lá por 1957, saía com meu pai, para ir à casa de minha tia, Alzira, no Bacacherí, em Curitiba.
Morávamos no Ahú de Baixo.
Aquele passeio repetia-se pelo menos uma vez por semana e, na tenra idade, maravilhoso.
O trajeto totalmente diferente do que vemos hoje. Mais campos do que ruas. Saíamos da Rua São Sebastião, onde morávamos, pisoteando o saibro que revestia a rua, em direção à Avenida Anita Garibaldi.
Ao chegarmos à altura da penitenciária do Ahú, cortávamos por trás dela, através dos campos existentes, para chegarmos à Avenida Paraná. O caminho enfeitado por flores silvestres e muitas carquejas. O único sinal de civilização existente, nessa altura, um conjunto de predinhos bem estreitos, com a inscrição “IAPB” encimada. Alguma obra financiada ou destinada aos filiados ao Instituto de Assistência e Previdência dos Bancários. Sim, na época não existia o INSS. Cada categoria tinha seu próprio Instituto previdenciário. IPASE, IAPTEC, IAPC...
Ao chegarmos na ensaibrada Avenida Paraná, na altura dos trilhos dos trens, voltávamos a caminhar pelos campos existentes até chegarmos na Rua Estados Unidos. Passávamos por trás do Grupo Escolar Leôncio Correa. Duas quadras para frente ficava a casa de minha tia, na Rua Desembargador Arthur Leme.
Fosse qualquer hora que chegássemos, logo sentíamos o aroma delicioso de um café feito na hora, acompanhado de deliciosos bolinhos de polvilho, ou de massinhas de pão fritas na frigideira.
Depois de longos bate-papos, voltávamos satisfeitos para casa, percorrendo o mesmo caminho de ida.
Que saudades daqueles momentos, da companhia de meu pai com seus passos largos e firmes, da família que mantinha o saudável hábito de se visitar, das minhas tias e dos encantos da infância! Como eu gostaria de poder voltar ao passado e reviver caminhadas, de mãos dadas com meu velho Zuza...