TEMPO LÍQUIDO

“TEMPO LÍQUIDO”

Nada dura para sempre segundo as ideias de Zygmunt Bauman, um dos maiores pensadores humanistas do século XX, afirma que a sociedade produtiva se transformou numa sociedade de consumo. O medo, a vida e o tempo, ética e os valores humanos, as relações afetivas, a globalização e o papel da política, tudo isso dentro da condição humana. O que trazendo para o nosso dia a dia, podemos ser concordes em parte. Adentramos ao tempo do relativismo epidêmico, muito embora vivamos trabalhando para vencer os nossos medos, fazemos da vida um desespero. Sempre julgando que precisamos trabalhar mais, para consumir mais, tendo um dia cada vez mais curto, dividindo o lazer, o aconchego familiar pelas noites em torno dos serviços extras. Corroborado com a pandemia, o trabalho em home office, para muitos, fizeram da sala ou do seu quarto a extensão do escritório, e assim, empurrando mais ainda o relacionamento familiar que já era enfraquecido, e em muitos casos chegando ao limite da tolerância. O tempo líquido vem causando a perda de valores essenciais à existência humana – o relacionamento interpessoal, a crença nos valores eternos, a ausência da ética, a corrupção epidêmica – roubar faz parte da política. Assim, tudo que acontece aqui, também está acontecendo acolá, na mesma velocidade e no mesmo tempo, o mundo globalizado influenciando gerações, na perda da sua identidade – haja vista aos modismos como uma necessidade existencial, embora flutuante, mas vívida na sua intensidade crescente nas comunidades – cada um procurando a sua marca como que dizendo: eu existo, eu estou aqui! As amizades, antes duradouras, na atualidade se resume nas noitadas do primeiro encontro, sem se importar quem seja o indivíduo “amado” ou explorado por um momento obscuro, podendo ser multiplicado tão somente numa noitada. Um mundo líquido segundo Bauman – tudo girando num tempo líquido, nada mais sendo duradouro. Até mesmo as igrejas históricas que, por séculos de estudo sistemático dos textos bíblicos, buscaram construir uma Teologia séria, dando discernimento da Revelação Criação e no Evangelho de Jesus Cristo, grandes exegetas por séculos e séculos deram suporte ao entendimento sobre a existência humana segundo os propósitos do Criador. Tem-se tornado líquida a fé religiosa, podendo ora estar de um lado e ora de outro lado, o que identificamos como o evangelicalismo do terceiro milênio. A perda da identidade só tem confundido a fé. O viver cristão tornou-se tão relativo, ao ponto, até mesmo do mais ignorante ser defensor daquilo que se diz crer independente de ter alcançado o mínimo de conhecimento. Todavia, o propósito de Deus no estabelecimento da Igreja de Jesus Cristo, sob Sua promessa jamais será abalada ou atingida e, nem mesmo o inferno não prevalecerá sobre ela. A terra, ainda, não foi consumida, face ao propósito de Deus que é mantido através dos crentes na Igreja e para o mundo, na pregação da salvação, cujo tempo vem sendo sustentado e cumprido até que Ele venha para o dia do Juízo final. Tudo termina sim, porém dentro de um propósito existencial, ou seja, as coisas desse mundo são efêmeras, entretanto as coisas que perseguimos pela fé bíblica são de efeitos eternos. Logo, esses valores são mantidos e não se liquefazem pela liberalidade humana. Bem verdade é que, o mundo caminha pela contramão dos propósitos do Criador, e com isto, duras são as consequências, e o serão até o fim – homem a cada dia procura tão somente se autodestruir, sendo inconsequente nas suas, atitudes e vazio no seu espírito, pouco lhe restando para se manter em pé, zumbi caminhante rumo ao nada. Enquanto vivos, há tempo para aprender, mesmo que a vida para muitos ultrapasse aos cem anos de idade, um dia a vela se apagará, tendo que se render ao tempo líquido na sua totalidade. Portanto, tudo o que for construído dentro dos propósitos de Deus terá valor eterno, ou, ainda, o que for feito por amor ao próximo, no temor de Deus, terá peso de eternidade. Tempo líquido somente para o efêmero. 03\02\2021