O nascimento virginal do Messias
Mateus 1.18-25; Lucas 1.26-38
Doutrinas eternas
pr. Raimundo Nonato Freitas de Cerqueira
Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, 25.09.2020
Ainda não montada, nem revisada, nem publicada.
Introdução dos fatos
01. Mateus era um empresário judeu de sucesso a serviço do Império Romano para a cobrança de impostos, fato que o tornou uma pessoa odiada por seu povo. E ao conhecer a Jesus de Nazaré, abandonou a alfândega romana e tornou-se um de seus discípulos.
02. O Evangelho de Mateus tem sido visto como o livro escrito para mostrar que o Senhor Jesus de Nazaré é o Messias prometido pelas Sagradas Escrituras.
03. Conforme a visão teológica de Mateus, o senhor Jesus Cristo era um personagem de múltiplas definições:
-era o Moisés que firmou o Pacto do Calvário;
-era o Adão que veio para esmagar a cabeça da Antiga Serpente do Éden;
-era o Senhor da igreja;
-era o Sumo Sacerdote do novo pacto;
-era o Pai do Novo Israel;
-era o único Senhor e Salvador da humanidade.
-era o Messias Davídico que se manifestou para o devido cumprimento da aliança que o Eterno havia firmado com o patriarca Abraão (Gênesis 12.1-3) e com o rei Davi (II Samuel 7.16).
04. Com o passar do tempo, o discípulo e escritor, Mateus, filho de Alfeu, passou a ver a sinagoga como um reduto manipulado pelo fermento doutrinário de saduceus e fariseus, daí o afastamento dos primeiros cristãos desse local de adoração.
05. No ano 68 d.C., com a destruição do centro religioso essênio de Qumran, pela 10ª Legião Romana, e com a destruição do Templo de Jerusalém, pelas tropas de Tito Vespasiano, no ano 70 d. C., a sinagoga tornou-se o único centro de adoração de saduceus, fariseus, essênios, zelotes e herodianos.
06. Os essênios haviam deixado o Templo de Jerusalém para se estabelecerem em comunidades fechadas, por não mais suportarem o comportamento corrupto de sacerdotes saduceus, como a de fariseus incircuncisos que haviam tomado, para si, a exclusiva interpretação da Lei Mosaica.
07. Para o discípulo Mateus, a destruição da nação judaica, veio como julgamento do Eterno a um povo rebelde e contumaz.
08. Assim, com a destruição do Estado de Israel, do Templo de Jerusalém e do centro religioso essênio de Qumran, ao povo judeu restou apenas a sinagoga como centro de adoração, e até nossos dias essa instituição religiosa exerce essa função.
09. Com o número crescente de judeus-cristãos, saduceus e fariseus trataram de erguer uma parede de separação entre o Judaísmo e Cristianismo, daí os seguidores do Messias se afastarem das sinagogas.
10. Os escritos mateanos argumentam que o verdadeiro Judaísmo é aquele que está fundamentado no Messias prometido pelas Sagradas Escrituras, porquanto a verdadeira justiça deve exceder à justiça praticada por escribas e fariseus.
11. Segundo a teologia dos zelotes, que era um grupo revolucionário extremista, e do qual participava Barrabás, o Libertador de Israel, que haveria de vir, deveria ser um Messias Davídico, aquele que reuniria um grupo de revolucionários para libertar a nação pela habilidade da espada.
12. Mas, como o Galileu veio pregando amor e perdão de pecados, a liderança política, religiosa e revolucionária o desprezou, cravando-o num madeiro.
Interpretação dos fatos
01. Entre o povo judeu desse período histórico, o noivado era um contrato de casamento firmado entre um homem e uma mulher, os quais se comprometiam se unir para formar uma família estruturada em algum momento futuro.
02. Essa promessa de casamento, denominada “Documento das Condições”, era efetuada pelas partes interessadas, ou por seus pais, ou por parentes credenciados. Uma vez lavrado o documento, o casal estava livre para se unir, a depender da condição financeira dos noivos.
03. Uma vez lavrado o contrato de noivado, as partes eram consideradas oficialmente casadas, e caso o noivado fosse posteriormente rompido, a parte interessada devia emitir uma carta de divórcio, conforme uma determinação da Lei Mosaica (Deuteronômio 24.1; Mateus 19.3-8).
04. E de acordo com um princípio comportamental da época, a união sexual do casal, José e Marica, ficou programada para um ano após firmar o documento de noivado entre as partes. E foi durante esse período de tempo que José tomou conhecimento de que Maria, sua noiva, encontrava-se grávida.
05. Gerado no útero de uma jovem virgem, o senhor Jesus Cristo, concebido pela ação do Espírito Santo de Deus Pai, veio ao mundo com a função específica de resgatar o ser humano da condição de perdição eterna (Lucas 19.10). Ele é o novo Adão que se manifestou, em carne e osso, a seu povo, com a função específica de esmagar a cabeça da Antiga Serpente.
06. E devido ao fato de não entender a possibilidade de o Eterno intervir para que uma mulher virgem engravidasse, José, seu noivo, entendeu que Maria havia se prostituído. Nessa sociedade, uma mulher apanhada em um ato de prostituição era condenada a morrer apedrejada, e aquele que a denunciasse, devia atirar a primeira pedra (Deuteronômio 22.22; Levítico 20.10).
07. Quando alguém pega uma muda vegetal e a enxerta em uma árvore existente, essa pessoa está realizando uma clonagem. Essa árvore, então, se comporta como uma espécie de útero gerador para o enxerto ter sucesso.
08. O vocábulo clone significa “ramo”, termo utilizado na Biologia, tanto para células como para organismos, e a clonagem consiste no “desenvolvimento de uma cópia geneticamente idêntica de um indivíduo”.
09. O enxerto de uma planta é uma forma de clonagem induzida em um vegetal existente, no qual são implantados brotos selecionados em seus caules.
10. No caso de um ser humano, durante o processo de fecundação no útero de uma mulher, o feto recebe metade do número de cromossomos do pai e a outra metade da mãe.
11. Podemos definir que o útero materno é uma espécie de incubadora, e que o útero de Maria foi usado, apenas, para gerar a criança, de origem divina, que nele permaneceu o tempo necessário para nascer.
12. Assim como o Eterno interviu, ao rasgar as águas do Mar Vermelho, em duas partes, e secar seu leito lodacento para a passagem de israelitas liderados por Moisés, no caso de Maria, o milagre também aconteceu, exatamente, no momento em que o Eterno fez uso do útero dessa virgem para gerar a criança, sem o concurso de cromossomos humanos, e isso José não entendia, por isso intentou se divorciar dela.
13. E ao tomar conhecimento que sua noiva se encontrava grávida, numa atitude de comportamento amadurecido, tomou a decisão de resolver a questão de forma silenciosa, sem ferir o sentimento de ninguém.
14. Conhecedor de que o divórcio era considerado uma decisão legal, José planejou colocá-lo em prática, e foi nesse momento crítico que o Eterno interviu, ao se revelar ao noivo, por meio de um sonho esclarecedor (Mateus 1.19-20).
15. Os sonhos têm sido um dos meios de comunicação que o Criador usa para se relacionar com a Criatura; e por meio de sonhos se revelou a Daniel (Daniel 7.1), ao imperador Nabucodonosor (Daniel 2.1), ao sacerdote Zacarias (Lucas 1.11-13), dentre outras manifestações.
16. E somente após o nascimento do bebê é que o casal de noivos se uniu para constituir uma família organizada, e filhos foram gerados. De maneira que a fantasiosa doutrina papal da virgindade perpétua de Maria não tem respaldo bíblico algum (Mateus 13.55-56; Marcos 6.3)
17. Maria nasceu no vilarejo de Nazaré, situada na região da Galileia, e sua linhagem é desconhecida. Aos 14 anos de idade a garota foi prometida em casamento a José, que era filho de Jacó, que era da linhagem do rei Davi (Lucas 1.27; 2.4), e que era um modesto carpinteiro residente no mesmo vilarejo.
18. O casal somente se uniu sexualmente um ano depois, porque esse era o costume judaico entre o noivado e a união dos corpos. E foi nesse período de tempo que Gabriel, o embaixador divino, revelou a Maria que ela seria a mãe do Messias prometido pelas Escrituras (Lucas 1.26-35).
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