LABIRINTO HUMANO

Depois de me surpreender positivamente e ficar fascinada com a tela de João Alves, Labirinto Humano, senti a necessidade de buscar a outra ponta, de ajustar as culturas através dos elos da arte. Há diferenças. Trocamos olhares entre a beleza e a perplexidade, porque a obra se assemelha, desde o título, com a essência do nosso viver. Mostra o nosso papel nas incursões da capacidade do artista em pincelar detalhes da nossa fragilidade. Para Maria Lucinda Busato Bueno, “A vida é um constante processo de crescimento. Para cada momento vivido são acrescentados novos olhares,... novas compreensões de sentir a vida”.

O talento de João Alves gera em mim um novo olhar sobre as nossas vidas. Sinto o quanto sou pequena ante os labirintos diários. Na arte encontro o principal aprendizado: tecer a vida; aprender e ensinar na busca pela humanidade, com desejos e desafios. Nas palavras de Dan Dyckman, “... Há profundezas em todos os lugares que você olhar”.

O artista plástico João Alves, demonstra que a arte é sempre maior do que nós. No Labirinto Humano, as cores estão em todos os lugares, como linhas exclusivas da vontade de cada um; como motivo de paixão e compromisso com o (sobre)viver. É obra ácida e corajosa que me leva a questionar sobre os direitos humanos: seriam para todos? Com pinceladas escreve episódios revelando os lados do labirinto em dimensões ocultas.

Respiro no cotidiano, quando tento alcançar o que e quem faz a diferença. Defendo a igualdade através da apreciação e do incentivo às artes plásticas. Como em Dan Dyckman, “... ao acompanhar as linhas do labirinto... você estará olhando com linhas que se interpretam...”. Linhas que reescrevem o viver; desfiguram os preconceitos e mantém as relações com a nossa história. Ainda, expõem a contradição ao instigar a nossa consciência crítica. Arte apresentada como poema: em miragens e ilusões.