Com Cristo no barco

Mateus 8.23-27; Marcos 4.35-41; Lucas 8.22-25

Doutrinas eternas

pr. Raimundo Nonato Freitas de Cerqueira

Florianópolis, Santa Catarina, 09.01.2021

Ainda não montada, nem revisada, nem publicada

Introdução dos fatos

01. O Mar da Galileia, na verdade, é um grande lago de água doce, que, ao longo dos tempos, tornou-se conhecido por uma variedade de nomes distintos. Suas águas são alimentadas pelo Rio Jordão, um curso de água que se forma devido à junção das nascentes Nahr El-Hasbani, Nahr Ledã e Nahr Banias, localizados nas faldas do Monte Hermom, uma região constituída por picos permanentemente cobertos por uma camada de neve.

02. Das entranhas desse monte gelado, situado a mais de 3 mil metros de altitude, saem as nascentes que se unem para formar o Rio Jordão, exatamente a cerca de 150 metros acima da superfície do Mar Mediterrâneo.

03. Desde sua cabeceira, no norte, até desaguar no Mar Morto, no sul, caso consideremos um percurso em linha reta, a extensão do Rio Jordão é de 200 quilômetros. Essas águas percorrem 68 quilômetros para formar o Lago Merom, que tem 6,8 quilômetros no sentido norte-sul e 3,8 quilômetros no sentido leste-oeste, perfazendo uma área de aproximadamente 26 quilômetros quadrados.

04. Da posição sul do Merom saem as águas que percorrem 18 quilômetros através de um vale estreito, perigoso, acidentado e grandemente sinuoso, para, numa descida vertiginosa, formar o Mar da Galileia, posicionado a 212 metros abaixo da superfície do Mar Mediterrâneo. Pelo sul, saem as águas que percorrem um trecho acidentado e sinuoso de 117 quilômetros, até penetrar, pelo norte, no Mar Morto, a cerda de 400 metros abaixo do nível do Mar Mediterrâneo.

05. Tendo o formato de uma pera, o Mar da Galileia tem 26 quilômetros no sentido norte-sul e 10 quilômetros no sentido leste-oeste, perfazendo uma área de 260 quilômetros quadrados, tem profundidade máxima de até 50 metros, e encontra-se envolto por um círculo de montanhas que medem 700 metros de altura, em relação a sua lâmina de água. Sua bacia resulta de uma ação vulcânica que se processou no passado, suas águas ocupam “o vazio de um vulcão extinto”, e essa região sofre frequentes tremores de terra.

06. Esse lago de água doce tem sido considerado o mais piscoso de todos, devido a uma enorme quantidade de peixes, a qual resulta da vasta vegetação existente em suas margens e em seu leito, como também à proliferação de certa espécie de molusco existente em suas águas.

07. Ventos fortes que sopram do norte costumam deslocar nuvens de ar quente que, no nada, causam tempestades inesperadas causadoras de turbulências. Esse fenômeno agita as águas, o lago enfurece, e ondas que se formam chegam até 5 metros de altura. Durante o dia, o mar se apresenta calmo, e ao entardecer começa a soprar ventos fortes, sendo que durante a noite o mar se torna bravio.

Interpretação dos fatos

01. Em toda a periferia desse lago piscoso surgiram vilarejos que viviam da indústria do pescado, principalmente, aqueles situados a nordeste e noroeste. Em sua margem ocidental ficava o vilarejo de Cafarnaum, o mais importante da Galileia, e foi aí que o jovem rabi instalou a base de suas operações missionárias, de onde partia, com seu seleto grupo de seguidores, para evangelizar os vilarejos da região abandonada pela liderança dominante.

02. Localizada a alguns quilômetros ao norte, ficava o vilarejo de Betsaida, cidade natal de Simão Pedro e de seu irmão André. Ao sul, encontra-se Corazim, a atual Corasé, Magdala e Tiberíades; esta, uma cidade construída pelo monarca judeu Herodes Antipas em honra ao imperador romano Tibério César.

03. Do outro lado do Lago, posicionada defronte a Cafarnaum, estava Betsaida Júlias, local onde o jovem rabi multiplicou, por duas vezes distintas, os pães e peixes que alimentaram milhares de simpatizantes (Mateus 14.13-21). O vilarejo de Gadara estava localizado vários quilômetros ao sul, e finalmente o vilarejo de Hipos a alguns quilômetros mais ao sul. Muitos outros vilarejos haviam nessa região do Mar da Galileia, e sua população foi estimada, pelo judeu Flávio Josefo, em 3 milhões de habitantes.

04. O jovem rabi empreendeu várias ações maravilhosas nos vilarejos existentes ao redor desse curso de água doce. Em Cafarnaum, escolheu Pedro, André, Tiago, João e Mateus para compor seu grupo de discípulos (Mateus 9.9; Marcos 1.16-20). Nela, os pescadores que passaram toda a noite pescando sem apanhar um único peixe, a uma ordem sua, ao lançarem a rede, e esta ficou tão cheia, a ponto de romper-se (Lucas 5.1-11). Em uma outra ocasião, ao avistarem-no andando sobre as águas, seus discípulos, assustados, o tomaram como um fantasma que se aproximava (Mateus 14.22-33).

05. Foi sobre o planalto do Cornus Hattim, que fica defronte do Mar da Galileia, e próximo do vilarejo de Cafarnaum, que o rabi ministrou o famoso Sermão da Montanha (Mateus 5.7). Seu primeiro grupo de parábolas foi proferido dentro de um barco pesqueiro ancorado a beira-mar (Mateus 13). Do púlpito da sinagoga de Cafarnaum proferiu o discurso contra fariseus hipócritas, como declarou aos presentes ser O Pão da Vida, aquele que mata a fome do povo, sacia a sede de justiça, e refrigera as dores de nossas agonias.

06. Após ressuscitar dentre os mortos, manifestou-se a seu grupo de discípulos na Galileia (Mateus 28.7), com eles participou da pesca maravilhosa (João 21.1,14), e ainda reabilitou a Pedro (João 21.15-23), que o havia anteriormente negado.

Conclusão dos fatos

01. Após quase todo o dia exercendo atividades em alguma região no entorno do Mar da Galileia, numa localidade onde havia muitos barcos de pesca ancorados, o jovem rabi, ao entardecer, entrou em um deles, com seus discípulos, e navegou para o lado oriental, a região da Pereia, porquanto era também necessário levar a mensagem do Evangelho a comunidades ainda não visitadas.

02. De tamanho pequeno e de baixo calado, o barco de pesca podia ser facilmente arrastado para a areia da praia. Ao entardecer é muito comum ocorrer, de forma repentina, rajadas de vento soprando sobre o Lago de água doce. O vento canalizado através das ravinas de píncaros montanhosos causa enormes perigos para um barco de pequeno porte e superlotado. De maneira que a tempestade repentina e as fortes rajadas de vento causaram ondas gigantescas que ameaçaram a perícia dos discípulos acostumados ao mar.

03. Com a volumosa penetração de água para dentro da embarcação, aumentou a ameaça de afundamento, apesar de a tripulação fazer uso de vasilhames para devolver a água ao mar revolto. Ao sentirem que todo o esforça humano empregado havia sido insuficiente, como tábua de salvação, correram para o encontro do jovem rabi, que, na popa do barco, dormia o sono dos justos, numa semelhança ao profeta Jonas, no passado distante.

04. E ante à solicitação dos discípulos assustados, o jovem tripulante repreendeu a fúria do vendaval, e o mar revolto, ao comando de sua ordem, se acalmou, numa demonstração aos discípulos, à natureza, ao pecado, ao inferno, e ao Diabo, que Ele é o Senhor Deus o Todo-poderoso.

05. Boquiabertos ante tamanho poder, os embarcados questionaram, entre si, quem realmente era esse mestre, que até o vento e o mar obedeciam à sua ordem de comando.

06. E quando aqueles homens do mar viram esgotadas todas suas experiências de navegação, ao recorrerem ao jovem rabi, que nem marinheiro havia sido, tal busca de resgate veio para o devido cumprimento da promessa divina contida nas páginas da Bíblia Sagrada: “Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei” (Mateus 11.28).

07. No momento em que o ser humano cair em si e reconhecer que todo seu esforço é inútil para transpor as mais altas barreiras, deve recorrer Àquele que tem poder para solucionar todas as coisas. Enfim, com Cristo no barco, navegaremos em águas de absoluta calmaria.

Ministério Elshaddai

Rádio Mais Alegria, Florianópolis, Santa Catarina

Todos os domingos, das 12h às 13h.

www.radiomaisalegria.com.br

São 35 anos no ar.

RNF Cerqueira
Enviado por RNF Cerqueira em 21/01/2021
Reeditado em 13/02/2021
Código do texto: T7165271
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