PODER SE REINVENTAR

A vida não é jogo de dados onde se espera pela sorte para buscar a realização. É preciso descobrir um novo viver, porque cada dia é recomeço.

Cuidar da vida é poder se reinventar. É se identificar ao dia seguinte. Prender-se nos detalhes que inspiram para recomeçar em nova espera. Leonard Cohen diz que, “... Aprendi a escrever / o que pudesse ser lido / em noites como essa / por alguém assim como eu”. Não se trata de sorte ou azar, mas, de concentração nos momentos que julgamos especiais, com agilidade e segurança.

José Mojica, diretor de cinema, nasceu em 13 de março de 1936, uma sexta feira. Ele teve sorte ou azar ao se reinventar? No seu primeiro filme, O Juízo Final, ele escolheu uma moça com muitos irmãos para namorar, então, todos trabalharam como atores no filme. Quando o namoro terminou ele ficou sem equipe para trabalhar. No passar dos anos, transformou-se em grande realizador brasileiro de filmes de terror.

É alentador perceber ao longo dos dias que sempre há maneiras de se reinventar, independente do tempo, para se libertar das ideias predeterminadas. Prova disto são os resultados descritos em páginas, palavras, ações e traços na reflexão de quem queremos ser agora e no futuro.

Nosso mundo sabe ser doloroso e competitivo. Só com muito trabalho e devoção somos capazes de reinventar as cenas do cotidiano, de maneira compreensível. Não faz sentido trabalhar apenas para ganhar dinheiro; é necessário fazer algo para reinventar a conexão com as pessoas, para reaprendermos a dividir o espaço de forma acessível, por acreditar naquilo que nos encanta.

As perdas e ganhos trazem o segredo como parceria para se mudar o viver, com novas criações e adaptações no cotidiano. Leonard Cohen expressa, “Perdoe-me companheiros, / Eu canto isso apenas para aqueles / que não se importam com quem ganha à guerra”.

A vida pede que se explore a paisagem como sobrevivência, para seguirmos em frente, que o processo de recriação é satisfatório para os sentidos quando alcançam a conquista.

Não é jogo de sorte ou azar, é quebra-cabeça que nos mostra a mistura de peças, em diferentes formatos, com a possibilidade de aproveitarmos a luz do dia e o beijo dos filhos; vivenciarmos o silêncio e reconhecermos a ruindade. Assim, a vida é cotidiana reinvenção, para sermos capazes de lidar melhor com a nossa realidade; como em Cohen, “... Agora navego de céu em céu / E toda a escuridão passada / canta contra o bote que fiz / Das asas mutiladas...”.