Ilustração: Capa do livro Por que as Pessoas de Negócios Falam Como Idiotas - Um Guia de Combate À Embromação. Hardaway, Chelsea - Warshawsky, Jon - Fugere, Brian. Ed. Best Seller. Reprodução
Vocabulário corporativo
- Apresentação
- Vocabulário corporativo
- Referências
APRESENTAÇÃO
Um texto sobre a "praga" do vocabulário corporativo.
Confiram:
VOCABULÁRIO CORPORATIVO
William Davis, no seu livro Mitos da Administração [Mitos da Administração – O que você pensa que sabe pode estar errado - Trad. June Camargo – Negócio Editora, SP, 1999], assim se refere ao "falar corporativo":
Vocês também já viram isso, não é? De fato, isso ocorre em inúmeras organizações, na administração de instituições sociais ou públicas, inclusive. Desse modo, o “vocabulário corporativo” é o tema do nosso artigo neste mês.
Toda ciência evolui mediante novas abordagens, novas ideias. Nesse processo, criam-se palavras e expressões para designar fatos e conceitos novos. Algo similar ocorre, também, no desenvolvimento das teorias administrativas.
Mas no mundo dos negócios nem sempre se faz ciência, pois costuma haver muitas “ondas comportamentais”, muitas “ideias requentadas” e “muita embromação teórica e acadêmica”, como vimos dizendo nestes Pontos de Administração. E isso se reflete claramente no vocabulário corporativo, sempre pejado de termos da “moda”, de “clichês”, de “expressões sem conteúdo”, logo depois substituídos por outros mais “modernosos” e igualmente vagos e passageiros. Em cada nova “onda gerencial” surge um guru a ensinar “incautos surfistas” a recitar “mantras salvadores”...
Vamos ilustrar o que vimos dizendo. A edição de 01.07.2005 da Revista Exame divulga artigo de Tiago Lethbridge, intitulado Porque falamos como idiotas, a respeito da linguagem “de jargões gastos, palavras vazias e frases sem o menor sentido”, utilizada por muitos gerentes e funcionários do mundo dos negócios. Eis um exemplo:
— Precisamos adotar as melhores práticas.
— Mas com o foco no cliente?
— É claro! Sem isso, perderíamos nossa vantagem competitiva, afetando o bottomline no longo prazo.
— Mas, se não nos alinharmos aos stakeholders, vamos deixar de estar agregando valor ao negócio.
Esse vocabulário profuso e nebuloso tem sua origem em milhares de obras lançadas anualmente com as “novidades gerenciais” a que nos referimos acima, e que são reforçadas nas escolas de administração e nos cursos e seminários de negócios.
Tal artigo foi elaborado a propósito do lançamento do livro Why Business People Speak Like Idiots (Porque os homens de negócios falam como idiotas), escrito por três consultores da Deloitte: Brian Fugere, Chelsea Hardaway e Jon Warshawsky. A íntegra desse artigo pode ser conferida naquele número indicado da revista ou, no caso de assinantes, no site da publicação.
Vocabulário corporativo
- Apresentação
- Vocabulário corporativo
- Referências
APRESENTAÇÃO
Um texto sobre a "praga" do vocabulário corporativo.
Confiram:
VOCABULÁRIO CORPORATIVO
William Davis, no seu livro Mitos da Administração [Mitos da Administração – O que você pensa que sabe pode estar errado - Trad. June Camargo – Negócio Editora, SP, 1999], assim se refere ao "falar corporativo":
Participei de muitas reuniões nas quais os gerentes se expressavam por meio de um jargão moderno sem conseguir explicar o que queriam dizer. A resposta comum de seus colegas era deixar passar (ninguém queria demonstrar ignorância) ou balançar a cabeça em sinal de aprovação; com essa atitude esperavam que se interpretasse como eles, igualmente, estavam atualizados.
Vocês também já viram isso, não é? De fato, isso ocorre em inúmeras organizações, na administração de instituições sociais ou públicas, inclusive. Desse modo, o “vocabulário corporativo” é o tema do nosso artigo neste mês.
Toda ciência evolui mediante novas abordagens, novas ideias. Nesse processo, criam-se palavras e expressões para designar fatos e conceitos novos. Algo similar ocorre, também, no desenvolvimento das teorias administrativas.
Mas no mundo dos negócios nem sempre se faz ciência, pois costuma haver muitas “ondas comportamentais”, muitas “ideias requentadas” e “muita embromação teórica e acadêmica”, como vimos dizendo nestes Pontos de Administração. E isso se reflete claramente no vocabulário corporativo, sempre pejado de termos da “moda”, de “clichês”, de “expressões sem conteúdo”, logo depois substituídos por outros mais “modernosos” e igualmente vagos e passageiros. Em cada nova “onda gerencial” surge um guru a ensinar “incautos surfistas” a recitar “mantras salvadores”...
Vamos ilustrar o que vimos dizendo. A edição de 01.07.2005 da Revista Exame divulga artigo de Tiago Lethbridge, intitulado Porque falamos como idiotas, a respeito da linguagem “de jargões gastos, palavras vazias e frases sem o menor sentido”, utilizada por muitos gerentes e funcionários do mundo dos negócios. Eis um exemplo:
— Precisamos adotar as melhores práticas.
— Mas com o foco no cliente?
— É claro! Sem isso, perderíamos nossa vantagem competitiva, afetando o bottomline no longo prazo.
— Mas, se não nos alinharmos aos stakeholders, vamos deixar de estar agregando valor ao negócio.
Esse vocabulário profuso e nebuloso tem sua origem em milhares de obras lançadas anualmente com as “novidades gerenciais” a que nos referimos acima, e que são reforçadas nas escolas de administração e nos cursos e seminários de negócios.
Tal artigo foi elaborado a propósito do lançamento do livro Why Business People Speak Like Idiots (Porque os homens de negócios falam como idiotas), escrito por três consultores da Deloitte: Brian Fugere, Chelsea Hardaway e Jon Warshawsky. A íntegra desse artigo pode ser conferida naquele número indicado da revista ou, no caso de assinantes, no site da publicação.
REFERÊNCIAS
- Coletânea Pontinhos de Gerência. Antônio Carlos Guimarães. Belo Horizonte, RFB/SRRF 1a. RF, 2011
- Coletânea Pontinhos de Gerência. Antônio Carlos Guimarães. Belo Horizonte, RFB/SRRF 1a. RF, 2011