SENTIMENTOS III

Levo a vida com desejo: o amor sempre me faz bem. Tenho em mente que as emoções resultam do mesmo peso da minha razão, faz-me sentir a vida real. Nas palavras de Dilan Camargo, “... Alguma coisa amplia o horizonte / desperta as luzes da eternidade / e reflete o nascimento dos dias...”.

A convivência me leva a questionar: quem consegue pausar e suspender o sentimento? Penso que ninguém, que o sentimento traz equilíbrio para o nosso viver.

Não exagero tal questão, ter sentimentos dá ânimo para enfrentar o dia a dia e energia para recomeçar no amanhã. Podemos conviver com as situações, com clareza, na medida em que exercemos nossa empatia. Encontro no livro de poesias, O Amor esta Palavra, de José Eduardo Degrazia – coleção petit poa, que “... O profundo rito / da palavra amor. / o amor esta palavra. // Há um abismo na palavra / de ser homem. / Nela o que importa é ser / a própria essência do ato. // Da tristeza de ser vem a alegria / de ser para o outro...”.

O problema que vejo na atualidade, em relação ao sentimento, é que os amigos rompem por divergências políticas, os casais por ciúmes, enquanto as redes sociais potencializam emoções para agirmos através da competividade. João Ângelo Salvadori retrata, “o meu coração / quer brilhar / outro amor...”.

Com o sentimento não tenho o vazio para preencher, porque convivo com a percepção de que as sensações de conforto emocional me conduzem.

O sentimento é âncora para o meu pensamento, eleva a minha autoestima, leva-me ao prazer das lembranças e ao bem estar da convivência presente no amar e ser amada.