O AMOR SEGUNDO OS FILÓSOFOS GREGOS
O AMOR SEGUNDO OS FILÓSOFOS GREGOS, de Jackson Freitas, Editora Karuá, 2020.
Que tipo de amor você deseja? O amor celestial, o amor doentio, o amor “philia”, o amor de Eros , o amor de Afrodite, o amor de Urânia ou o amor de Psiquê? Começo aqui a comentar o livro, a partir dessas primeiras reflexões que o autor nos convida a fazer. Entre lendas, histórias,mitologia e discursos filosóficos, ele nos faz um convite para conhecermos melhor o amor.
“Sou uma boa pessoa? Sou amável ? Sou útil aos meus amigos?” A partir dessas questões, somos motivados a avaliarmos a amizade , como uma forma de amor, com a leitura deste livro que nos mostra os diferentes os diferentes conceitos sobre esse sentimento, segundo alguns filósofos gregos. Para Aristóteles, por exemplo, o amor “philia” é aquele que deve ser o sustentáculo da amizade perfeita. “A verdadeira amizade é aquela em que os amigos se amam por eles mesmos e não pelas vantagens que podem obter do outro.”
A forma de o autor nos apresentar a leitura é incitante e inédita ao nos orientar a traçarmos um plano crítico para tirarmos o maior proveito possível dos diálogos filosóficos, assumindo as 3 estratégias leitoras a seguir: 1)marcar todas as partes que consideramos relevantes, 2)fazer pequenas reflexões e anotações ao lado de cada idéia marcada e 3)perguntarmos , a nós mesmos, como poderíamos utilizar tais conhecimentos em nossas práticas.
Pode até parecer-lhes estranho que o amor nasça de um caos, mas Hesíodo nos explica que após o caos , nós nos reorganizamos, enxergamos e nos tornamos iluminados para sentirmos o amor. Entramos em ebulição para depois amarmos o trabalho, os livros, a terra e a pessoa amada. Para Empédocles, o amor é o resultado de uma fusão entre os elementos da natureza, a água, a terra , o ar e o fogo. Mas esses quatro elementos também se separam com o ódio.
Para Sócrates, quando amamos, nos presenteamos a nós mesmos com o amor, mas não devemos derramar excessivamente o nosso amor à pessoa amada antes que ela esteja preparada para o amor, por isso, devemos primeiro, conquistá-la, deixando-a sensível para amar. O autor ainda nos lembra que o filósofo, nos orienta sobre a importância de enxergar os defeitos do ser amado. Agora sou eu quem lhe pergunto, leitor, : quem poderá fazê-lo no início de uma relação? Penso que precisamos de um tempo de amadurecimento para enxergarmos esses defeitos. Em síntese, prepare o seu amante para receber o seu amor e deixe-se invadir por esse sentimento, mas lembre-se de enxergar os defeitos do amado.
Já o filósofo Pasâmis parte da premissa de que não existe apenas uma forma de amor, ele cita o amor celestial e o amor doentio e para Aristófanes , o amor que nos falta é o amor que nos completa. Se partimos para amar, é porque algo nos falta, para nos completar. Conforme este filósofo, foi assim que começou a busca do amor do macho, o da fêmea e o amor do andrógeno ,quando estes perderam a sua metade e saíram em busca delstas, com a certeza de que existe uma outra metade em algum lugar do universo, mesmo que esse desejado encontro seja resultado de uma busca árdua, às vezes tortuosas e dolorosa em busca daquilo que não temos. Quer saber como tudo acontece? Leia o livro O AMOR SEGUNDO OS FILÓSOFOS gregos, de Jackson Freitas.
Professora Maria Edneuda Oliveira Pinto. Fortaleza, 19/10/2020.