Na ilha deserta: parte 3 (publicado originalmente em 26/9/2020)
Essa coisa de selecionar algo para se levar, durante a pandemia, à tal ilha deserta vicia. Daqui a pouco, o espaço neste leixão acaba e meus bibelôs caem na água e eu fico sem nada. Mas hoje resolvi informar a vocês que me leem os livros que carregaria.
Começo com as 3 biografias escritas por Ruy Castro: 'O Anjo Pornográfico' (1992, sobre Nelson Rodrigues), 'Estrela Solitária' (1995, Garrincha) e 'Carmen' (2005, Carmen Miranda). Aliás, se eu conseguisse por na mala todas as publicações de Ruy já ficaria extremamente satisfeito e encerraria o texto por aqui mesmo.
No terreno dos clássicos, 'Crime e Castigo' (1866), de Fiodor Dostoiévski e 'Lolita' (1955), de Vladimir Nabocov estariam presentes, assim como as coleções de artigos e crônicas de Nelson Rodrigues.
Ainda no ramo do jornalismo, apanharia 2: 'Todo Aquele Imenso Mar de Liberdade' (2016), de Carlos Marchi (é a biografia de Carlos Castello Branco, o melhor jornalista político do país no século 20) e 'Conversa com a Memória' (2002), onde Villas-Bôas Corrêa, outro grande nome da profissão, lembra histórias de sua carreira.
Há mais biografias para encher a bolsa - a trilogia 'Getúlio' (2012-13-14), de Lira Neto, 'A Fantástica História de Silvio Santos' (2000), de Arlindo Silva, e 'O Oitavo Selo' (2014), de Heloísa Seixas, que é quase uma semibiografia, meio romanceada, de Ruy Castro, seu marido.
Olavo de Carvalho não se ausentaria, e dele pegaria, além de 'O Jardim das Aflições' (1994), as duas coletâneas de textos que 'abalaram o mundo brasileiro' - 'O Imbecil Coletivo' (1997) e 'O Mínimo que você precisa Saber para não ser um Idiota' (2013).
Erguer uma estante na ilha deserta seria um tanto esquisito - pode ser que lá vente demais (basta lembrar do filme 'Náufrago', 2000) e não daria certo. O conto é uma modalidade boa para se distrair. Por isso, 'É Mentira, Terta?' (1973, causos de Pantaleão) e 'O Telefone Amarelo' (1979, de Cleofas), ambos de Chico Anysio, comporiam a embalagem.
Bom, depois destas 3 semanas onde me abasteci e me preparei para ir à Atlântida, só me resta pegar a japona que minha avó ordenou que eu vestisse (e se nevar na ilha?) e partir.