Autor independente
A propósito :
Hoje,comemora-se mais um ano da independência do país, vão-se 198 anos desde a proclamação da Independência em 1822 ,protagonizada por Dom Pedro I e José Bonifácio, não sem que Dona Leopoldina da Áustria tivesse sua marca no processo de separação entre Brasil e Portugal,colocando fim ao período colonial em seguida.
Mas os 198 anos em 2020 levam-nos a refletir sobre o que pode significar ser "independente". Nos dicionários, encontramos algumas referências: ter autonomia; ser livre;exercer a vontade sem se preocupar com a vontade alheia;que não se submete; que não estabelece laços ou se compromete;que não se deixa influenciar; e separado. Assim,já temos elementos suficientes para algumas provocações meditativas. Gostaria de lembrar,por exemplo,um termo que não é usual nos dicionários para referir-se a "independente",que é o de "insurgente". Ele parece um pouco forte e carregado,embora enquadre-se em algumas das definições de "independente".
O curioso,e nem sempre factual,é que um "escritor independente" já foi visto como "maldito"; hoje virou marca até desejável para alguns. No campo editorial, ser "independente" poderia identificar uma estética singular e autoral a ponto de ser destinado a um lugar sócio- cultural isolado. (Não sem implicações financeiras sobre a condição de "independente").
Mas há que se pensar se hoje querer ser "independente" é um recurso,um meio para- ,ou se é de fato uma condição ante características estéticas e socio-políticas. E por que é interessante refletir sobre isso? porque é possível ser "independente" casualmente,pelas oportunidades ou falta delas que surgem ou deixam de surgir; pode ser por convicção estética, uma forma de se insurgir contra algum cânone estabelecido (e não necessariamente alcançar visibilidade). Há também a situação de ser "independente" até que-,para que-,o "independente" chegue à condição desejada.
Quais seriam as diferenças, então,em forma de filigranas?
Vale considerar que a condição de ser "independente " pode ser transformadora ou não,a exemplo de algumas "editoras independentes" que desenvolvem estratégias de divulgação com experiências comunitárias,diferentemente das "grandes" editoras no mercado wditorial.
Você pode ser "independente" porque deseja colaborar com algum protagonismo para que haja transformação do __status quo_ ,também questão de resistência ; ou ser independente para chegar a "ser como eles",no caso,os canônicos.
No episódio histórico,a "independência" do Brasil pareceu e parece-nos até hoje positiva e positivada. E no caso de "autores independentes" o que você considera? Acho que no dia de hoje o feriado pode inspirar tal questão e levar à meditação sobre isso. Que tal?
Bom feriado! Boas leituras!
(Prof.Dra.Angeli Rose,Ph.D e Vice-presidente da ALB/Campos-RJ,autora,entre outros,de BIOGRAFIA NÃO AUTORIZADA DE UMA MULHER PANCADA)