INTERFACES DO NEGRO NA OBRA LITERÁRIA INFANTOJUVENIL: MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA DE ANA MARIA MACHADO

Elenides Francisco de Freitas (UEMS-PPGLETRAS)

elenidesfreitas@hotmail.com

Elza Sabino da Silva Bueno (UEMS-FUNDECT)

elza@uems.br

Resumo: O presente estudo aborda alguns conceitos sobre a historiografia da literatura infantil e infantojuvenil, objetivando demonstrar a importância das identidades e as interfaces dos negros representadas na obra literária de Ana Maria Machado, Menina Bonita do Laço de Fita. Nessa perspectiva, justifica-se o tema pontuando alguns conceitos sobre a relação dos negros e os brancos, bem como as trajetórias de misturas de raças, além de apresentar uma síntese biográfica percorridos pela autora, e a relevância de suas obras para a efetivação do sujeito leitor. O estudo prossegue alavancados por autores, a saber: Marisa Lajolo (2002), Alfredo Bosi (1994) entre outros. O mesmo consistiu em ser de caráter descritivo e bibliográfico coletando os dados através de livros, e outros meios de informação.

Palavras-chave: Leitura. Literatura. Identidade. Infantojuvenil.

INTERFACES OF THE BLACK IN CHILDREN'S LITERARY WORK: BEAUTIFUL GIRL WITH ANA MARIA MACHADO'S TAPE TIE

Abstract: The present study approaches some concepts about the historiography of the children and youngchild literature, aiming to demonstrate the importance of the identity and the black interfaces represented in the literary work of Ana Maria Machado, Girl Beautiful of the tie of the Ribbon. In this perspective, it justifies the theme by punctuating some concepts about the relationship of black and white, as well as the trajectories of a mixture of races, besides presenting a biographical synthesis taken by the author and the relevance of her works for the reading .The study continues leveraged by authors, namely: Marisa Lajolo (2002) Alfredo Bosi (1994) among others. The same consisted of being descriptive and bibliographic character collecting data through books, magazines and other means of information.

Keywords: Reading. Literature. Identity. Infantojuvenil.

INTRODUÇÃO

A literatura tradicional busca denunciar ao longo da suas trajetórias literárias certas injustiças voltadas para as raças consideradas inferiores (negros) que contraria a raça que se concretiza como superior (brancos), limitando-se especificamente aos aspectos voltados as características humanas. Nessa inserção, vislumbra-se que na literatura Infantil ou infantojuvenil, a separação entre brancos e negros são visíveis, na qual refletem um acontecimento social concretizado, sejam através das poesias com temáticas literárias com predomínio de uma linearidade, ou especulando e formando uma literatura a seu modo. Na sociedade tradicional a mesma é resultado do prolongamento de instituições que se formaram desde os tempos mais remotos, consequência desses períodos que tiveram como parâmetro a escravização de uma raça (negra) pela do outro (branco), resultados das conquistas que foram alcançadas ao preço do sangue de muitos, e de territórios ambicionados pelas riquezas naturais.

Nessa enorme luta pelo poder, a “raça” branca foi à vencedora, e desse embate resultou no mundo Ocidental um mecanismo de injustiças humanas e sociais retratadas nas muitas obras literárias que ora se despontam. Com esses apontamentos, é fato que a literatura é, pois um sistema vivo de obras, agindo umas sobre as outras e sobre os leitores, e que só vive na medida em que estes a vivem, decifrando-a, aceitando-a, e deformando-a.

Neste sentido, a obra literária não é um produto fixo, unívoco perante qualquer público, nem é passiva ou homogênea, mas, registra uniformemente o seu efeito. São dois termos interatuantes a que se junta o autor e o receptor, termo inicial desse processo de circulação literária, configurando a realidade da literatura e leitura, seja ela infantil, infantojuvenil, ou entre outras literaturas que estão atuando no tempo. Sendo assim, a história da literatura representada como literatura Infantil, infantojuvenil, ou literatura para adultos foi se formalizando como uma representação e se identificando através da poesia, da ficção, do místico e do irreal, consolidando-se de forma concreta nas obras literárias para adultos e crianças, em que o mundo real passou a ser analisado subjetivamente nas caracterizações de seus personagens e nas criações por elas adaptadas.

LITERATURA INFANTIL E INFANTOJUVENIL: UM POUCO DA HISTÓRIA

No mundo foram feitas tantas coisa e somados a isso, constituiu-se de tantas etnias, idiomas outros conhecimentos, outras culturas expressadas nas falas e nas particularidades de cada povo. No dizer de Parreiras (2009), ao criar os livros, estes já foram destinados sejam para adultos ou crianças, apresentando essa diversidade bem como todo universo representado nos imaginários, traduzidos nas palavras ou imagens. Sobre isso Parreiras apresenta a seguinte concepção:

Os livros de literatura nos levam muito além da nossa vivência, nos levam ao campo da arte e da estética. Um mundo que traz o deleite da leitura e do olhar, desconhecido por nossa razão consciente. O mundo da subjetividade. (PARREIRAS, 2009, p. 97).

No dizer da autora, toda essa inserção da literatura com um despertar para um outro universo imagético, foi possível após Monteiro Lobato aprimorar a literatura brasileira, permitindo as crianças conhecer as diversidades dos povos no país e no mundo. Conforme Parreiras (2009), Lobato acrescentou as múltiplas linguagens representadas nos personagens reapresentados nas fábulas, nas lendas e as misturas também presentes nas comidas.

Sob o viés da autora, Lobato com a criação da literatura infantil, após ênfase para que outros escritores percorressem esse caminho com a criação de obras que progressivamente viria a retratar umas das principais características da produção literária brasileira, sendo autênticas nas mais diversas expressões.

De acordo com a autora, o mundo é permeado de muitas fronteiras, de pontes que se une, se distanciam e na mesma medida se desencontram. Esse mundo, com sujeitos heterônimos que se identificam e que também se negam é complexo e diverso em sua literatura que traduz textos com as mais variadas metáforas que percorrem outros espaços geográficos, permitindo interpretações múltiplas.

E essas interpretações ultrapassam os limites nas quais estão interligados os idiomas, etnias e outras culturas. Sendo assim, a literatura como expressividade da arte, é o que potencializa uma compreensão das diversas facetas dos indivíduos. E para que se consolidasse a cultura brasileira representada nas obras literárias, três pilares básicos foram imprescindíveis como: a indígena, a africana e a portuguesa, essa tríade foi o marco cultural que consolidou a cultura e o cânone literário no Brasil.

Na concepção de Afrânio Coutinho (2004), a alma do povo brasileiro se expressa através da literatura. Entende-se que a literatura que se produziu no Brasil em todos os séculos veio crescendo num processo intenso de diferenças européias livres das influências estrangeiras. Logo, foi esse esforço e a busca de identidade e originalidade que fizeram com que a literatura brasileira crescesse, amadurecesse a ponto de ser hoje e possuir fisionomia própria ligada á realidade nacional autêntica expressando a alma, a sensibilidade, os costumes e a identidade de uma língua exclusivamente brasileira, diferente da matriz portuguesa.

Para Alfredo Bosi (1994), este sugere que em meio as grandes evoluções fatos importantes transcenderam os limites cronológicos da fase colonial, trazendo riquezas culturais de grandes valores para a história, através do influxo Europeu. Sobre isto, conceitua Marisa Lajolo (1983 p. 53-54):

Começando bem antes de Cristo, e para efeitos culturais confundindo-se com a origem de tudo, é na Grécia antiga que se costuma localizar as primeiras reflexões mais sistemáticas sobre aquilo que ainda hoje chamamos literatura. Foi, portanto na Grécia antiga, de mármores brancos e deuses olímpicos, que começou a tomar forma um conceito, e uma prática de literatura cujas metamorfoses últimas são as que se conhece hoje. (LAJOLO, 1983, p. 53-54).

Portanto, a literatura brasileira surgiu como marcas históricas por um povo que queria deixar seus registros culturais, identificados e representados nas obras que posteriormente seriam produzidas. Para isto, esta literatura contou com a mistura das raças e culturas diversificadas, cada uma com sua identidade própria, como conceitua Dubar (1997), que associa identidade como o resultado do processo de socialização na qual estão inseridos os diversos processos relacionais, significando que o sujeito do outro e o seu próprio sujeito são analisados no contexto histórico em que este esteja inserido.

Desse modo, pensar no Brasil e na cultura literária que o permeia e interpretá-lo, é procurar integrar a cultura representada na realidade brasileira, enfatizando os valores da civilização valorizando as coisas existentes, agregando as características raciais, sociais, culturais, reivindicando os direitos de uma língua que se especializou no contato da realidade entre outros pontos e temas que constituíram uma constante da história intelectual. Assim sendo, a literatura trata de textos que possuem uma preocupação estética que provoca prazer e conhecimento por seu conteúdo, forma e organização.

Segundo Aristóteles (1996), a literatura no seu aspecto literário, tinha também a propriedade de exprimir e mostrar sentimentos coletivos de um grupo, como a saudade e as emoções. A literatura em todos os seus aspectos, ou fazer literário infantil ou infantojuvenil busca o essencial, o universal, que pode contribuir para a formação dos homens desde a tenra infância, indicando-lhes a maneira de agir, mostrando os seus prazeres, desejos entre outros sentimentos. Logo, a literatura dá vida e sentido as palavras.

No conceito de Regina Zilberman (1999), a literatura infantil brasileira surgiu quase no século vinte (XX), embora já no século vinte e um (XXI) registrou-se a noticia do aparecimento de algumas obras destinadas ás crianças como o livro Contos da Carochinha de Alberto Figueiredo Pimentel publicado em 1894, com contos adaptados e traduzidos dos autores (Perrault, Grimm e Andersen). Outrora, foi com a implantação da imprensa em 1455, que teve inicio as atividades editoriais, onde começou a publicação dos livros para crianças.

Ainda com Afrânio Coutinho (2004), o mesmo considerou que a literatura infantil ou infantojuvenil, como sendo um produto do mesmo século citado por Zilberman, com a diferença de que esta nasceu de preocupações educacionais, pois se compreendeu á necessidade de despertar nas crianças o gosto pela leitura e de lhes facilitar conhecimentos gerais dentro de uma expressão de arte.

No conceito de Marisa Lajolo (2002), a mesma afirma que é essencial compreender que a literatura infantojuvenil foi um produto tardio da pedagogia escolar, ela não existiu desde sempre, ao contrário, só se tornou possível e necessária quando surgiu como gênero no momento em que a sociedade necessitou dela para fazer com que as lições de moral e bons costumes permitissem ás crianças e adolescentes á aprender e se adaptar ao mundo moderno que se iniciava.

Já Maria do Rosário Magnane (2001), discorre que a ligação histórica entre literatura infantojuvenil e escola, relaciona caráter mimético e função formativa, educando e apoiando na necessidade de identificar e projetar na criança e no jovem a função própria que consiste em formar e atuar na sua própria formação. Entende-se que com a intervenção da pedagogia e suas marcas históricas e sociais, surgiram então na produção de livros para a escola a formação de leitores que utilizando da leitura refigurou fatos e imposição de utopias.

Para Maria Antonieta (2003), foi com Monteiro Lobato que iniciou a verdadeira literatura infantil brasileira. Com obras diversificadas quanto ao gênero e orientação, o autor criou uma literatura centralizada em alguns personagens como: Emilia, Pedrinho, Narizinho e entre outros, que traziam consigo, cada qual uma identidade diferente percorrendo e unificando seu universo ficcional. Nesta vertente, uma de suas obras publicadas em 1921, foi Narizinho Arrebitado, sendo considerada como uma obra dedicada ás crianças das séries primárias, e posteriormente no decorrer dos anos, publicando outras obras para o público infantojuvenil.

Para Sonia Salomão Khedé (1986), a literatura infantojuvenil se consolidou segundo as premissas básicas que nortearam seu aparecimento, porém já apresentando características novas ligadas á existência de um mercado de bens culturais, na qual o livro passou a integrar a sociedade industrial e de consumo, comportando na sua composição textos, gravuras e outros recursos pertinentes na composição do livro.

No entender de Rosemberg (1985), ao criar um texto ou uma imagem, o autor busca refletir, agir e atuar no concreto e execução de uma ação. E assim, através dessa ação o escritor da literatura infantojuvenil utiliza símbolos concretizando e atualizando uma forma de relacionamento com a criança e o adolescente, transformando a pobreza em arma, e a fragilidade em estratégia. Com isso, esta mesma literatura trouxe dois temas constantes que a tornou maravilhosa, pois trouxe como substância o folclore com figuras imaginárias, fadas, gênios, gnomos, duendes, gigantes, tipos, prodígios, objetos mágicos, bichos faladores, e o animismo das coisas, e o reino infindável do sobrenatural com cores e diferenças múltiplas.

CONCEPÇÃO DO NEGRO E INTERFACE COM O BRANCO

Por volta do século dezenove (XIX), fora constante observar que o Brasil recebia exclusivamente migrantes portugueses e africanos. Após esse período, outros povos foram chegando sendo esses espanhóis, alemães e outros que fixaram raízes, e com isso constituindo um novo habitat e, em consequência disso, formatando outras identidades que refletiu nos muitos aspectos literários e culturais. Dessa inserção, resultou no que outrora, se constituiu na miscigenação dos negros, mulatos e brancos, produtos de uma mistura de cores, raças, outras etnias e novas identidades.

No entendimento de Stuart Hall (2016), três momentos foram essenciais para reafirmar a diferença étnica entre o negro e o branco. Na concepção do autor, este processo teve inicio com o encontro do Ocidente em que os negros iniciaram um desmoronamento de representações populares alicerçados no registro das diferenças raciais. Desse alavancar de representações constatou-se que no primeiro momento fora demarcado através da interação entre comerciantes europeus e os reinos da África Ocidental no século dezesseis (XVI), o segundo momento aconteceu com a colonização da África em busca das potências européias que controlavam os territórios em troca das mercadorias e matérias primas coloniais, com o terceiro momento, o mesmo se deu através dos movimentos das migrações da segunda guerra mundial.

Nessa descrição de Hall, denota-se uma oposição nas quais as caracterizações biológicas entre a raça negra e a branca perduraram como distinções, em que supôs ligações entre as raças brancas, considerando elas um estereótipo de requinte, aprendizagem e conhecimento. Já para o negro o mesmo fora caracterizado pela falta de requinte e de desenvolvimento, demonstrando certo desnível entre negros e brancos.

Sob o ponto de vista de Eliane Azevedo (1987), algumas pessoas vislumbram as distinções da cor da pele e do tipo do cabelo entre as raças e consideram que as mesmas representam diferenças biológicas. Outrora, não consideram somente tais concepções, mas, reafirmam que essas diferenças são partes de um processo responsável por comportamentos nas pessoas de diferentes raças.

Enquanto a ciência moderna se ocupa em demonstrar que as distinções raciais ocorre no ápice biológico, ou seja, no nivelamento estrutural genético, esses não determinam outros significados e nem prejudicam a unicidade da espécie humana. Em virtude dessa inserção, as raças perpetuam histórias geográficas de seus antepassados, sendo visíveis na cor da pele, no cabelo, no corpo e nas adaptações climáticas experenciadas no passado.

No aspecto literário essas experiências foram constantes. Nas afirmações de Azevedo (1987), essas dicotomias trazem outras nuanças e traduz outras vozes, nas quais não são visíveis no aspecto humano, mas que em meio à subjetividade a que o outro representa nas suas características delineadas no universo fictício, remodela uma identidade sendo transferida pela ficção para uma realidade que não mais se alicerça no mundo subjetivo, mas que acarreta mudanças comportamentais e possíveis de analisar um outro protagonista na história, presentes nas obras literárias e personificadas nas figuras de animais com caratectisticas étnicas dos humanos.

De acordo com Rosa Hessel et al (2012), a atual situação com as obras e publicações do contexto literário infantil e infantojuvenil só perpetuou a sua produção a partir da premissa do desenvolvimento da literatura para a infância, outrora, o que subsistia eram livros que tinham como principio ensinar as crianças às práticas da literatura com princípios morais religiosos. No decorrer do século dezessete (XVII), outros interesses foram se constituindo não mais com o objetivo de uma produção literária com fundamentos pautada na educação literária moral ou religiosa, mas, tendo em vista que outros modelos de educação iam se formatando e dessa realidade, outros modelos de leitura se faziam necessárias.

Conforme os autores, a partir daquele século houve um enorme estímulo para outros escritores na perspectiva de que estes tornassem as criações literárias imbuídas da diversão permitindo assim que estas obras viessem a se tornar mais atrativas para o público que ora se despontava. Essas transformações que outrora vinham ocorrendo nas publicações para o público deste período (século dezessete XVII), fora remodelado com a inserção das histórias na quais os personagens eram animais com personificação humanas, dando ênfase à relação entre animal e a criança. Para os autores, fora essa duplicidade dos sujeitos representados na figura subjetiva de animal e criança que fez com que essa junção resultasse na relação da criança e o animal revelando a sua real personalidade. Na descrição dos autores é possível considerar que:

O bom comportamento conduzia invariavelmente a um comportamento melhor e culminava numa vida decente e moral, enquanto o mau comportamento pior resultado na morte da criança, ou na sua transformação num adulto mau e maldoso. Esta convicção era o tema principal de todas as histórias de animais para crianças da época e aparece repetidamente em vários textos. (HESSEL, et al, 2012, p.116).

Verifica-se então que recorrer a esse novo modelo de obras literárias caracterizadas por animais em sua composição, somou-se a isso a representação de outros modelos que foram sendo figurados em outros núcleos sendo estes o social, o familiar, bairro, aldeias, nos exílios e até mesmo as comunidades escolares. Retomando o pensamento de Parreiras (2009), a mesma considera que outras inferências como o exílio de muitos autores vinham ocupando uma exacerbada produção cultural especificamente nas obras literárias.

Na decodificação da autora, com a experiência do exílio para um determinado escritor e em consequência para os personagens, estes afirmaram uma marca, visto que o sujeito exilado transitou em outras pátrias e outros territórios distintos. Sendo assim, a autora esclarece que o exílio é permeado por uma mistura, sendo estes nos aspectos culturais, psicológicos e sociais que se inserem direta ou indiretamente na produção de uma obra literária, na qual a temática com personagens negros marca presença, inovando as criações literárias.

Nessa inserção de personagens de cor negra nas obras literárias infantojuvenis, a mesma somente teve seu respaldo com o autor Joel Rufino conforme descreve Paiva et al (2010), ao considerar o longo período percorrido pelo movimento negro e a sua valorização de uma história e cultura arraigadas nas origens africanas e que somente no século vinte e um (XXI), fora reconhecida pela contribuição do fluir literário para a população brasileira.

Nas considerações de Paiva (2010), a partir dessa junção, muitas obras com características e temáticas próprias sobre a circulação de produções literárias vem sendo produzidas com o intuito de atender uma clientela diversificada nas quais são visíveis necessidades inerentes á diversidade de gêneros textuais e discursivos. No dizer da autora, Joel Rufino ao escrever o livro trazendo como titulo: Quando voltei tive uma Surpresa, publicado no ano de (2007), retratou o período que ficou exilado pelos golpes da ditadura militar na década de 1930 através dos desenhos coloridos com cores diversas, ilustrando as mazelas das ausências deste período conturbado. O livro apresentou na sua produção literária uma linguagem simples capaz de interagir com um público infantil como jovens e adultos, como acontece com as distintas Literaturas.

Outro escritor de alto estofo que apresentou a temática de negros em suas obras fora Monteiro Lobato com a criação do Saci, personagem do Sítio do Pica-Pau Amarelo, bem como tia Anastácia, Galinzé e o negro Barnabé. Outras obras foram surgindo, desta vez com a publicação de Negrinha no ano de (1920), sendo republicado por outras editoras após este período como sendo uma obra literária para o público juvenil em que escreveu sobre os maus tratos que as crianças daquele período já passavam. Nessa transição de um século para outro, outros escritores foram criando as suas obras e as adaptando a sua realidade própria.

Em meio às produções com temáticas utilizando-se de personagens negros, destaca-se Ana Maria Machado (2011), que ao publicar o livro Menina Bonita do laço de Fita, baseou-se em valores da época, na qual pôde representar na poesia constituída, as variadas formas identitárias representando a cultura até então engessada do povo que perdura até os dias de hoje, como os discursos ou a linguagem infantil do contexto literário da obra representadas nos discursos dos personagens personificados por um coelho e uma menina que dialogam no contexto da história sobre as características físicas de cada um, conceituando alguns valores que perpassam na vida dos adultos, sendo estes crianças ou jovens, através dos discursos internalizados, representando assim para o receptor outros significados e novas identidades.

De acordo com Hall (2016), representar é uma parte essencial no processo, nas quais os significados são produzidos e compartilhados entre os membros de uma cultura. Neste sentido, representar envolve o uso da linguagem, de signos e imagens que significam ou representam objetos. Já o processo de identidade é algo formado ao longo do tempo através de processos inconscientes, e não algo inato, existente na consciência no momento do nascimento. Existe sempre algo imaginário ou fantasiado sobre sua unidade. Ela permanece sempre incompleta, está sempre em processo, sempre sendo formada, seja ela no convívio familiar, social ou escolar. Sobre isto Stuart Hall (2010), discorre:

As palavras são multimoduladas. Elas sempre carregam ecos de outros significados que elas colocam em movimento, apesar de nossos melhores esforços para cerrar o significado. As afirmações são baseadas em proposições e premissas das quais nós não temos consciência, mas que são por assim dizer, conduzida na corrente sanguínea de nossa língua. Tudo o que dizemos têm um “antes” e um “ depois” uma “margem” na qual outras pessoas podem escrever. O significado é inerentemente instável: ele procura o fechamento (a identidade), mas ele é constantemente perturbado (pela diferença). (HALL, 2010, p.41).

Denota-se então que Ana Maria Machado, ao escrever o livro da Menina Bonita, buscou inferir por meio da literatura, aquilo que seria considerado como um texto literário concebendo para aqueles que lêem novas experiências, novos acontecimentos, outras descobertas, outras intenções e novos significados, através do diálogo representado e personificado pelo coelho (branco), e humanizado pela fala da personagem negra (menina).

Com essas considerações é permissível pontuar alguns conceitos amparados pelas Diretrizes Curriculares (2005), que trás a seguinte descrição sobre a problemática do negro:

Em primeiro lugar, é importante esclarecer que ser negro no Brasil, não se limita ás características físicas. Trata-se também de uma escolha política. Por isso, o é quem assim se define. [...] É importante tomar conhecimento da complexidade que envolve o processo de construção da identidade negra em nosso país. Processo marcado por uma sociedade que para discriminar os negros, utiliza-se tanto da valorização da cultura de matriz africana como dos aspectos físicos herdados pelos descendentes de africanos. Nesse processo complexo, é possível no Brasil, que algumas pessoas de tez clara e traços físicos europeus, em virtude de o pai ou a mãe ser negro (a), se designarem negros que outros com traços físicos africanos, se digam brancos. É preciso lembrar que o termo negro começou a ser usado pelos senhores para designar pejorativamente os escravizados e este sentido negativo da palavra se estende até hoje. Contudo, o Movimento Negro ressignificou esse termo dando-lhe um sentido político e positivo [...]. (BRASIL, DIRETRIZES CURRICULARES, 2005, p.15).

Diante desse conceito aprovado na Diretriz Curricular (2005), pode se constatar que toda a identidade do branco e do negro ambas se constituíram da premissa de que o branco se deu pela condição que expressa a liberdade, e a do negro com o achegamento da escravidão. Nesse seguimento, observa-se que negros e brancos são construções de um contexto histórico, mesclando outrora, outras identidades sejam elas sociais, literárias e outras ressignificações.

MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA: CONTEXTUALIZAÇÃO DE ALGUNS TRECHOS DA OBRA E SÍNTESE BIOGRÁFICA DA AUTORA

Segundo Vera Maria (2009), a autora Ana Maria Machado nasceu no Rio de Janeiro, em (1941), residiu em vários lugares do Brasil e além Brasil. Atualmente reside no Rio de Janeiro, as suas obras literárias e a sua rica produção a fez ser reconhecida também no exterior. No período que lá residiu, foi propicio para a criação de suas muitas obras, tempo esse que fora marcado pelos processos migratórios no Brasil, na qual muitos outros autores daquele período, década de (1930), sofreram devido à opressão da ditadura militar. Esse período de exílio para Machado foi um momento crucial, mas também de grande importância para alavancar a sua trajetória como escritora, quando aprofundou os seus estudos literários em Paris com a escrita de sua tese de doutorado, cuja temática voltada para o também escritor Guimarães Rosa, analisando a obra Recado do nome.

No entendimento de Vera Maria (2009), esse período pontuou um divisor de águas em que Machado galgou os seus primeiros passos para as primeiras produções na literatura infantil com histórias criadas para a Revista Recreio. Nessa linha de produções, em (1977), estreou com a publicação de livros com a produção Bento que bento é o frade, inaugurando assim o começo de uma trajetória literária tanto para o público infantil como para o infantojuvenil.

Ana Maria Machado atuou em outras dimensões do mundo literário, seja traduzindo ou produzindo obras para o público adulto. Muitas de suas obras foram e são destaques com expressivas premiações na qual alcançou prestigio nacionalmente e internacionalmente devido à abrangência da circulação de suas obras escritas em outras línguas.

Os trabalhos e produções de Machado vêm sendo objetos de muitas premiações como o recebido em Cuba com a temática Casa de las Américas (Casa das Américas), no inicio do ano de (1980), além de muitos outros. Os muitos prêmios que Machado alcançou ao longo de sua carreira, reafirmaram para seus leitores o compromisso e a seriedade com a literatura a leitura e a excelência para um público que ora não se pode classificar como infantil ou infantojuvenil, visto que as suas produções literárias abrangem todos os tipos de públicos. Segundo Vera Maria Silva (2009), Ana Maria Machado se definiu com esses termos:

“Sou uma leitora voraz, devo aos livros o que sou. Nos momentos mais difíceis e dolorosos da minha vida, aqueles instantes da solidão existencial mais dura, do confronto com a dor mais além da própria solidariedade e do carinho, foram os livros que me deram à mão, que estabeleceram uma ponte que me uniu a pessoas que nunca conheci, mas cujos espíritos me iluminaram e me enriqueceram, deram continuidade á minha participação na aventura humana, além das distâncias e vencendo os séculos. Só tenho por eles uma atitude grata e afetuosa, de reconhecimento e celebração.” (SILVA, 2009, p. 202, Apud, MACHADO,1996).

Nessa linha de pensamento, considera-se então que ao pensar a leitura, a mesma precisa atuar no sujeito leitor propiciando uma liberdade em que conste o exercício de ler por amor, ler vivendo, viver lendo e indo além do que lhe compete como leitor. Foi essa intenção que conduziu a criação de Menina Bonita do Laço de Fita, onde Ana Maria Machado conta a história de um coelho branco que quer ter uma filha linda como sua vizinha: a menina bonita do laço de fita, em que o coelho insiste em saber qual é o segredo para ela ser tão pretinha. Considerado como um clássico da Literatura, essa obra faz sucesso com o público Infantil e Infantojuvenil e também com o público adulto. Na certeza de contribuir para outras reeleituras, segue a análise de alguns trechos da obra.

Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou:

- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?

A menina não sabia, mas inventou:

-Ah, deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina... (MACHADO, 2011, p. 8).

Na concepção de Hessel (2012), quando se trata de analisar as características dos animais e seres humanos presentes nas obras literárias com aspectos antropomorfizados, ou seja, com semelhanças humanas, consideram-se assim a descrição dos comportamentos e os sentimentos a eles atribuídos, bem como o modo das representações ilustrativas que lhes concedem adereços propriamente humanizados, sendo esses nas roupas, sapatos, brincos, laços, colares e outros. No segundo contexto observa-se o seguinte discurso:

O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta e tomou banho nela. Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e lavou todo aquele pretume, ele ficou branco outra vez. (MACHADO, 2011, p. 13). No dizer de Antonio Sergio Guimarães (2003), é permissível apresentar essa caracterização humana afirmando que:

Cor não é uma categoria objetiva, cor é uma categoria racial, pois quando se classificam as pessoas como negros, mulatos ou pardos é a ideia de raça que orienta essa forma de classificação. Se pensarmos em “raça” como categoria que expressa um modo de classificação baseado na ideia de raça, podemos afirmar que estamos tratando de um conceito sociológico, certamente não realista, no sentido antológico, pois não reflete algo existente no mundo real, mas um conceito analítico nominalista, no sentido de que se refere a algo que orienta e ordena o discurso sobre a vida social (GUIMARÃES, 2003, p.103-104).

Retomando Hessel (2012), a mesma considera que ao abordar a temática do negro nas obras literárias sejam estas como raças ou etnia, esses atributos são vislumbrados como características naturais na qual contribuem para a formulação de outras identidades raciais dos personagens ou sujeitos (leitores) que com ele interagem. Hessel citando Brookshau (1983, p.13), em que o referido autor apresenta o seguinte apontamento: “o modo como o branco vê o negro, portanto, foi moldado desde a infância pelas histórias em que a negritude era associada ao mal e os que faziam mal eram os negros”.

Essas rupturas que se instauraram de diversas formas, sejam estas pelas leituras ou interpretações de outras dimensões literárias, ou a maneira de como os sujeitos lêem ou interpretam as obras literárias, encerra assim por concretizar o que ambos compreendem pelo termo raça ou etnia. Na concepção de Hessel (2012), essa representação étnica racial, não é concebida em um primeiro momento sejam elas no texto escrito ou no imagético, mas, pode ser observada a partir do momento que o sujeito leitor educa o seu olhar para lê-la. No entendimento de Doria (2008), para o leitor, essa forma de interpretar o mundo subjetivo da leitura literária é manifestada pela centralidade do fazer pedagógico, em que a literatura se torna um artefato direcionado para as práticas literárias pedagógicas. No dizer de Doria, essa prática somente se tornará antirracista quando afirmar que:

Nossa postura, a esse respeito, é clara: acreditamos que se livros de literatura enfocando o preconceito fossem adotados desde a pré-escola, esse silêncio sobre o assunto seria imediatamente quebrado, pois a literatura, como poderosa construção simbólica, penetra a consciência do individuo, tanto em nível imediato, possibilitando, por exemplo, a discussão do tema, uma apreensão diferenciada dele, rompendo com as imagens sociais preconcebidas ou estereotipadas. (DORIA, 2008, p.43).

É notável considerar que ao mencionar e caracterizar o negro e o branco em sua obra literária, Ana Maria, propôs unir ao mundo do branco referenciado através dos personagens a menina (negra) e um coelho (branco), valores com predominância dos aspectos positivos de beleza, em que o coelho pergunta para a menina qual era o segredo para ela ser tão pretinha. Nessa fala uma inversão dos valores, na qual a autora Ana Maria, construiu na narrativa referenciada na forma verbal e imagética, uma oposição em que à identidade (negra da menina) fora caracterizada pelo (coelho branco), como sendo para ele estereótipo de beleza e outras características por ele ignoradas. No terceiro contexto, após tantas insistências o coelho enfim chega a essa conclusão:

Aí o coelho-que era bobinho, mas nem tanto - viu que a mãe da menina devia estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos. E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que nem a menina tinha era que procurar uma coelha preta para casar. (MACHADO, 2011, p.16).

Outra percepção para os leitores conforme Hessel (2012) se direciona para as relações e às características humanizadas na obra. Diz respeito aos comportamentos próprios dos seres humanos, em que se atribui sentimentos que envolvem certas atitudes, como sentimentos de conflito e amor voltados ao contexto familiar, já que a família é uma instituição humana, mas que varia através das espécies animais que se relacionam entre si, com maior ou menor durabilidade, como se constatou na reflexão em que o coelho pôde perceber que só poderia se tornar preto ou ter filhotes pretos se encontrasse uma coelha pretinha. E foi isto que aconteceu, pois encontrou uma coelhinha escura como a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.

Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de filhotes [...]. Tinha coelho pra todo gosto, branco bem branco, branco meio cinza, branco malhado de preto, preto malhado de branco, e até uma coelha bem pretinha [...]. (MACHADO, 2011, p.20-21).

Nas considerações de Hessel, as transformações ou metamorfoses que ocorrem nas obras literárias têm como parâmetro, apresentar as diferenças humanas com o intuito de ensinar outras lições com um cunho pedagógico e formativo, traduzindo o que a literatura propõe desde os primórdios, que são educar e concomitantemente oportunizar diversas formas de lidar com as diferenças que surgem, objetivando destacar os sentimentos que cada um está sujeito conforme fora visível no contexto historiográfico representado na produção literária de Ana Maria Machado, Menina bonita do laço de fita.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Literatura Infantil Brasileira no seu percurso criador de suas obras vem cada vez mais lançando e apresentando temáticas que estão presentes no aspecto objetivo do contexto literário dando ênfase e relevância subjetiva para cada público que ora se apresenta e se utiliza dela para compreender a sua trajetória de vida, seja ela como sujeito leitor ou sujeito expectador, ou que faz parte de uma história.

Ao relacionar caráter mimético nas obras literárias, em que os sujeitos outrora, se entrelaçam em mundo permeado de seres inanimados, o mesmo busca no seu imaginário trazer para o seu contexto objetivo, indagações que estão presentes na formação racial e humana e também na formação do seu caráter. Foram essas inserções do mundo subjetivo com o objetivo que fez com que Ana Maria Machado apresentasse a temática do negro e do branco, pontuando as diferenças em um mundo marcado pelo preconceito, que se caracterizou em forma literária na obra da Menina bonita do laço de fita.

Além disso, Ana Maria Machado quem sabe através dos seus escritos não quisera evidenciar o tempo de exílio que vivera, e através dessas ausências fazer alusão às perseguições que muitos escritores do Brasil já vinham sofrendo através da cultura racista daquele período. Nesse contraponto de ideias e letras, despontou essa obra literária que faz sucesso com grandes e pequenos, inovando para os sujeitos leitores, outras interpretações e outros questionamentos.

Nessa transição de cores, o livro surgiu com uma linguagem de fácil entendimento na sua construção literária, acarretando vários questionamentos e apontamentos para que os leitores e educadores reescrevam outras práticas e possibilitem outras aprendizagens, bem como outras significações, como nos diálogos apresentados entre o coelho e a menina, explorando recursos gramaticais como: os discursos diretos, indiretos, os usos das reticências, dois pontos, sinais de interrogação, e outros aspectos gramaticais que compõem a obra literária.

Diante dessas explanações, o presente estudo buscou trazer alguns conceitos sobre a representatividade do negro e do branco e como esses enlaces literários se comunicaram entre si através das literaturas que ora se sedimenta, sendo essas a Literatura Infantil e Infantojuvenil e a importância desse período histórico para o contexto literário. O estudo foi além, apresentando alguns dados biográficos sobre a autora da obra (Ana Maria Machado) e a relevância das suas produções para a formação dos sujeitos leitores. Na certeza de contribuir com outras releituras, a proposta do estudo abriu caminhos, propondo para outros sujeitos leitores, outras interpretações, outras representações e outras interfaces com o mundo subjetivo da leitura.

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