LEMBRANÇA JUVENIL DE OUTRORA

A propósito desse terror todo pelo qual o brasileiro e parte do mundo anda passando, com relação à Covit 19, recordei-me dos meus tempos de guri. Entre meus 9 a 11 anos, morando no bairro da Penha Circular, na cidade do Rio de Janeiro. A época? Por volta de 1960.

Era uma período de muito atraso se comparado com os dias atuais. E doença era uma coisa que alguns até nem gostavam de pronunciar tal palavra. O Câncer, por exemplo, era um tabu. Abordar sobre ele era uma coisa terrível. Muito mais era ver alguém portador desse mal. Principalmente se exibia ferimentos. E isso era muito comum.

Então, em nossas adjacências, havia um hospital do câncer. Tinha entrada pela Rua Enes Filho e pela Rua Magé. Suas instalações eram grandes, com um terrenão ao redor onde haviam muitas fruteiras. E lembro-me que nós, os 'moleques', íamos lá para catar goiaba e comê-las. Lá e no caminho de volta.

Com isso víamos os doentes que ali estavam. Era uma imagem aterrorizante. Mas nós não nos incomodávamos e nem nos assustávamos com o que víamos.

E lembro bem quando um dia um dos colegas desequilibrou-se na beirada de um esgoto que ali havia e caiu lá dentro. Mas os demais o ajudaram a sair. Não posso dizer se aquilo teve algum desdobramento na saúde do colega. Penso que não. Mas aquele terror que muitos sentiam, não nos atingia. E voltamos lá por algumas vezes para colher e comer as frutas que ali haviam.

Então, quando recordo o terror que era ouvir, ver e falar de câncer, vejo hoje muitos se cagarem de medo de um vírus. O que posso dizer é só uma coisa: vão tomar...conta das suas vidas, antes que esqueça...

Isso aqui não é história e nem conversa fiada. São fatos os quais vivi e vivenciei na minha infância.

Atento Observador
Enviado por Atento Observador em 19/04/2020
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