FUTURO ESCURO

“... O passado é dado / o futuro é escuro”; José Enrique Barreiro editou, em 1997, o livro O Mapa Do Acaso, que contém este fragmento do poema. Assunto atual; refiro-me à pandemia que estamos vivendo, sem que muitas pessoas acreditem na gravidade do problema, tornando escuro o nosso futuro.

O passado é sonho passado na concretização dos bons e duradouros momentos. O futuro, cada dia mais distante, pois, está nas ações de quem contradiz a vida com seus inúmeros mortos, através de palavras sem serventia. Discurso vazio de quem acha que o capitalismo é apenas a acumulação de riqueza financeira, em que a valia se resume em não perder os lucros. Nas palavras de José E. Barreiro, “... Definitivamente não aceito / tua visão, nem teu rumo, tua estrada! / Eu vejo trevas e não vejo jeito”.

Assustador o que estamos passando; época conturbada com diárias notícias ruins que, com certeza afeta a esperança e nos atinge de forma “nociva”, porque somos idosos. A sensação que nos transmitem é de atrapalharmos os interesses negociais, sem que ninguém nos defenda como cidadãos e nem digam que não há culpa por sermos idosos. Barreiro segue, “... Se foi mal ou se foi bem / o que foi feito na vida / será bem ou mal também / o que virá em seguida / - o efeito é correspondente...”.

Precisamos nos preocupar com o futuro escuro – a morte – que vem ao nosso encontro com passos acelerados pelo Covid19. José E. Barreiro alerta, “... Neste dia / não tem jeito: / o inevitável acontece”.