Os livros que li em Janeiro de 2020
Os livros que li em Janeiro de 2020
Projeto: 700 livros em 10 anos (Progresso: 11 de 700)
1 Como aprendi a pensar (Luiz Felipe Pondé)
2 Utopia (Thomas More)
3 O diário de Anne Frank (Otto H. Frank e Mirjam Pressler)
4 O mundo de Sofia (Jostein Gaarden)
5 Crer ou não Crer (Leandro Karnal, Pe. Fábio de Melo)
6 Sobre a brevidade da vida (Sêneca)
7 Uma história desagradável (Dostoiévski)
8 Noites Brancas (Dostoiévski)
9 A senhoria (Dostoiévski)
10 A República (Platão)
11 Filosofia para Corajosos (Luiz Felipe Pondé)
A minha perspectiva sobre cada um deles
1) Como aprendi a pensar (Pondé)
Quer saber como um grande filósofo brasileiro (pra mim ele é grande, já que causa grande impacto em mim quando o leio) começou a pensar racionalmente e quais são suas convicções e visão do mundo? Leia esse livro. E comece a pensar de maneira diferente você também. Saia da caixa.
2) Utopia (Thomas More)
É possível construir uma sociedade onde o dinheiro não seja importante? Ou, que tenha uma importância reduzida se comparado aos dias atuais? É claro que o livro não trata apenas disso - mas se fosse, certamente já seria motivo suficiente para ler.
3) O diário de Anne Frank (Otto H. Frank e Mirjam Pressler)
Esse foi um dos livros que mais mexeram com o meu psicológico nesse mês de Janeiro. Terminei com algumas lágrimas pelo rosto. Talvez o fato de saber que se trata de fatos verídicos tenha contribuído de maneira decisiva para isso. O fato é que, os relatos de Anne, pueris à priori, e que depois vão amadurecendo naturalmente (já que ela era uma menina muito estudiosa, por isso digo naturalmente), tornam tudo muito mais emotivo e significativo para nós. É difícil não criar laços com Anne. Eu queria ter tido oportunidade de tê-la ajudado. Porém, talvez, se eu estivesse lá, quem sabe se teria realmente tido coragem de ajudá-la...
4) O mundo de Sofia (Jostein Gaarden)
Longe de ser um livro bobo (como vi algumas pessoas comentando por aí), o livro funciona realmente como porta de entrada para o universo filosófico. É como tomar a pílula da realidade em Matrix. É permitir a expansão do cérebro. Tomar conhecimento, através de um pequeno livro de 500 páginas, de mais de 2 milênios de estudos (e autores) filosóficos é um presente. É um livro encantador, com uma estória que o acompanha fascinante, intrigante e muito bem escrita. Uma pena que o livro não teve parte II.
5) Crer ou não crer (Leandro Karnal, Pe. Fábio de Melo)
Um ateu e um católico (católico ou "fabiano"? - leia o livro para entender a referência) debatem sobre suas maneiras de ver o mundo - e de crer ou não crer no mundo e em tudo que tem a ver com ele. Não é livro pra geração que tem pavor de ouvir religiosos (aliás, quem tem pavor de metafísico como consegue ler Aristóteles?). Leia o livro sem expectativa alguma e tenha uma aula de história e de espiritualidade sadia. Leia com os seus preconceitos e não aproveite nada. A escolha é, como sempre, sua!
6) Sobre a brevidade da vida (Sêneca)
Filosofia estóica não poderia faltar no meu primeiro mês do projeto "700 livros em 10 anos". E Sêneca vai direto ao ponto. É gostoso ler esses livros que apontam o dedo na tua cara e te perguntam: "Tá com medo de alguma coisa?". A leitura é super tranquila e breve. Vale a pena pegar uma tarde de domingo (que foi o meu caso) e tirar para uma conversa franca com Sêneca, já que o estilo epistolar faz parecer que o cara está ali na sua frente falando tudo só pra você.
7) Uma história desagradável (Dostoiévski)
E aqui há uma espécie de divisor de águas no meu primeiro mês de leitura. Eu nunca tinha lido nada dessa lenda russa. E fiquei maravilhado com o que vi nesse livro, que na verdade é um conto um pouco mais extenso, do meu mui estimado escritor Dostoiévski. As sensações que fui tendo durante a leitura foram variadas e bem marcantes: medo, ansiedade, vergonha alheia, medo de que alguém cometesse suicídio, enfim. Uma leitura muito prazerosa, ao mesmo tempo que muito penetrante. Vale a pena!
8) Noites Brancas (Dostoiévski)
Mais uma obra maravilhosa do Dostoiévski. E nesse livro o choque de realidade foi ainda maior. Eu fiquei uns 2 dias pensativo e melancólico depois que li esse livro. Noites Brancas é um romance muito tocante e penetrante (mais do que "Uma história desagradável"), a ponto de realmente mexer com as nossas emoções quando a história (estória?) termina. Dizem mesmo que ler Dostô não é fácil. Mas que é bom, é. Todo mundo precisa de doses cavalares de realidade de vez em quando.
9) A senhoria (Dostoiévski)
Como eu li "Noites Brancas" primeiro (essa ordem é real), acabei me decepcionando um pouco com "A senhoria", mas não muito. Porém, a mesma melancolia quis me envolver durante a leitura desse livro. Acho que Dostô consegue causar isso na gente como poucos que eu conheço. Se eu soubesse disso previamente, teria intercalado melhor os livros desse renomado autor russo (coisa que farei daqui pra frente). É bom uma dose de melancolia, mas o excesso pode ser bastante prejudicial. Então é sempre bom tomar cuidado.
10) A República (Platão)
Esse eu precisava ler! Um cara na minha idade, que nunca leu Platão, não dá né? Então mergulhei de cabeça e gostei muito do livro. O estilo como é escrito, em diálogos, é bem interessante e deixa a leitura bem viva na mente - o que facilita a leitura e afugenta o sono. O final do livro me surpreendeu muito. E o famoso mito da caverna também é um clássico (esse eu já conhecia).
11) Filosofia para corajosos (Pondé)
Tudo termina como começa. Não sei se alguém já disse isso, mas o meu mês de Janeiro foi assim: começou com Pondé e terminou com ele também. Gosto muito dele. Esse livro é uma sequência de socos no estômago dos desavisados (como eu, por exemplo, que esperava a mesma tônica do primeiro livro que li dele). Mas é bom! É bom pra acordar. Um livro bem "balde de água fria pra ver se acorda". Recomendo!
E, apenas comentando: alguns desses livros eu comprei novos, outros em Sebo e alguns li pelo Kindle (eu fiz a assinatura mensal). Ou seja, todos os livros que vou citar aqui ou eu comprei ou peguei emprestado na biblioteca do Kindle. Certo? Que venha fevereiro!
Nelson Figueira
Filósofo amador
https://umfilosofoamador.blogspot.com/