O FANTASMA DA ÓPERA – UM MITO (03)
Continuando a transcrição da palestra sobre a obra de Gaston Leroux, O Fantasma da Ópera, feita pela professora Lucia Helena, voluntária da Nova Acrópole, e que está disponível no Youtube, muito útil para nossas reflexões.
O teatro é como se fosse a parede de sombras no Mito da Caverna. É tudo meio artificial, todo mundo desempenha um personagem, mas não sabe realmente o que há por trás da máscara. Quando todos eles se reúnem para um baile, que vai ser desastrosamente destruído pelo Fantasma da Ópera, esse baile de máscaras, todos dançam iguais como se fossem robôs. E a letra da música é fantástica e eu gostaria de passar para vocês. Quem conhece, e eu espero que depois dessa palestra tenham interesse de assistir novamente o filme. A letra dessa cena dos mascarados diz o seguinte:
Mascarados!
Rostos de papel desfilando...
Mascarados!
Esconda seu rosto, e então o mundo nunca irá encontra-lo.
Faça sua escolha!
Tome o seu lugar.
Escolha um caminho que o leve a um lugar feliz, em uma raça desumana.
Deixe o espetáculo conduzi-lo!...
Mascarados!
Fuja e esconda-se...
Mas a sua face ainda perseguirá você!
Ou seja, ainda que você se esconda atrás de uma máscara, a sua verdadeira face, a sua essência humana, ainda vai estar perseguindo você.
Uma metáfora bem-feita de nossa realidade, onde a vida é um palco e nós desfilamos com nossas máscaras, nas representações dos diversos papéis. Fico a refletir no papel que represento nesse contexto, nas diversas circunstâncias... uma hora sou médico cuidando de pacientes e seus familiares, noutra sou professor passando conteúdos do que faço no papel de médico para meus alunos, para que eles possam desempenhar com competência seus papéis no futuro. Mais adiante sou um pai, um amigo, um companheiro, um motorista, enfim, tenho máscaras para diversas ocasiões. Algumas delas as pessoas nem precisam ver a máscara, por exemplo, o motorista. Todos que estão dirigindo carros são motoristas e na velocidade das pistas ninguém vai focar na idade, sexo ou vestimenta de quem dirige. É um dos momentos mais democráticos, onde todos, de forma anônima, devem simplesmente respeitar as regras do trânsito.
Mas, o baile de máscara quer ressaltar também o lado afetivo que dentro de cada persona. Existe a procura instintiva de um complemento afetivo, por homens e mulheres, para possibilitar a perpetuação da vida biológica pelo ato sexual. É esse jogo afetivo que é desenvolvido através das máscaras que o autor quer ressaltar. Uma bela máscara pode estar sendo usada por um espírito disforme; uma máscara disforme, como é o caso do Fantasma da Ópera, pode estar sendo usada por um espírito perfeito. Cabe a nós termos essa preocupação, procurar saber qual a essência humana que se oculta através da máscara, em cada acorde de música na sequência do baile.
Continuando a transcrição da palestra sobre a obra de Gaston Leroux, O Fantasma da Ópera, feita pela professora Lucia Helena, voluntária da Nova Acrópole, e que está disponível no Youtube, muito útil para nossas reflexões.
O teatro é como se fosse a parede de sombras no Mito da Caverna. É tudo meio artificial, todo mundo desempenha um personagem, mas não sabe realmente o que há por trás da máscara. Quando todos eles se reúnem para um baile, que vai ser desastrosamente destruído pelo Fantasma da Ópera, esse baile de máscaras, todos dançam iguais como se fossem robôs. E a letra da música é fantástica e eu gostaria de passar para vocês. Quem conhece, e eu espero que depois dessa palestra tenham interesse de assistir novamente o filme. A letra dessa cena dos mascarados diz o seguinte:
Mascarados!
Rostos de papel desfilando...
Mascarados!
Esconda seu rosto, e então o mundo nunca irá encontra-lo.
Faça sua escolha!
Tome o seu lugar.
Escolha um caminho que o leve a um lugar feliz, em uma raça desumana.
Deixe o espetáculo conduzi-lo!...
Mascarados!
Fuja e esconda-se...
Mas a sua face ainda perseguirá você!
Ou seja, ainda que você se esconda atrás de uma máscara, a sua verdadeira face, a sua essência humana, ainda vai estar perseguindo você.
Uma metáfora bem-feita de nossa realidade, onde a vida é um palco e nós desfilamos com nossas máscaras, nas representações dos diversos papéis. Fico a refletir no papel que represento nesse contexto, nas diversas circunstâncias... uma hora sou médico cuidando de pacientes e seus familiares, noutra sou professor passando conteúdos do que faço no papel de médico para meus alunos, para que eles possam desempenhar com competência seus papéis no futuro. Mais adiante sou um pai, um amigo, um companheiro, um motorista, enfim, tenho máscaras para diversas ocasiões. Algumas delas as pessoas nem precisam ver a máscara, por exemplo, o motorista. Todos que estão dirigindo carros são motoristas e na velocidade das pistas ninguém vai focar na idade, sexo ou vestimenta de quem dirige. É um dos momentos mais democráticos, onde todos, de forma anônima, devem simplesmente respeitar as regras do trânsito.
Mas, o baile de máscara quer ressaltar também o lado afetivo que dentro de cada persona. Existe a procura instintiva de um complemento afetivo, por homens e mulheres, para possibilitar a perpetuação da vida biológica pelo ato sexual. É esse jogo afetivo que é desenvolvido através das máscaras que o autor quer ressaltar. Uma bela máscara pode estar sendo usada por um espírito disforme; uma máscara disforme, como é o caso do Fantasma da Ópera, pode estar sendo usada por um espírito perfeito. Cabe a nós termos essa preocupação, procurar saber qual a essência humana que se oculta através da máscara, em cada acorde de música na sequência do baile.