Escola com partido na Coreia do Norte
Os campos de concentração
Estima-se em 300 mil o número de evangélicos norte-coreanos, e aproximadamente 60 mil deles vivem como prisioneiros em campos de concentração, onde são reeducados segundo a ideologia comunista da Família Kim.
Em uma nação que tem uma estátua metálica como seu deus, ser cristão é uma violação, de maneira que, todo aquele que não negar sua fé em Jesus de Nazaré é enviado a um dos temíveis campos de concentração.
Para humilhar e debochar da fé cristã, uma ou duas vezes, a cada mês, os guardas costumam escolher um ou dois prisioneiros cristãos para, ante a presença de outros milhares de detentos de sua unidade prisional, tentar fazê-los renunciar a sua fé em Cristo Jesus.
Então, o prisioneiro é pendurado, de cabeça para baixo. Nesse momento, o diretor da instituição, aos gritos, brada: “Diga que não acredita no céu”. Como o prisioneiro nada fala, o diretor passa a espetar seu corpo com uma vara. Depois de solto, o diretor começa a chutar o prisioneiro, mas este permanece firme em Cristo Jesus. Furioso, o diretor pisa em seu corpo e ordena que todos façam o mesmo. Apesar dessa selvageria, mesmo pisoteado e humilhado, permanece como o Monte Sião, e nada o abala.
Os principais Campos de Concentração erguidos em solo da Coreia do Norte são os de número 1, 14, 15, 16, 18, 22 e 25, de acordo com pesquisas efetuadas pela instituição missionária Portas Abertas. Nesses ambientes de segurança máxima, além de torturados, os prisioneiros prestam trabalhos forçados.
De acordo com o pensamento stalinista norte-coreano, esses estabelecimentos estatais se prestam para a reeducação de prisioneiros; e, nesses ambientes de sofrimento e morte, milhares de cristãos são duramente castigados por causa de sua fé em Cristo Jesus.
No galpão onde funciona o Momento Reeducação, os detentos se reúnem para se prostrar ante quadros com a foto de Kim Il-sung, e devem memorizar alguns de seus discursos. E aquele que não conseguir gravar, na mente, as palavras do ditador, tem sua ração diária de arroz reduzida.
O prisioneiro metido em Campo de Concentração, na maioria das vezes, não tem direito a julgamento algum.
Após a Guerra da Coreia (1950-1953), ao assumir o poder, Kim Il-sung enviou milhares de líderes cristãos a essas instalações da morte, desejoso de vê-los abandonar a fé em Jesus de Nazaré.
Ainda hoje, ser cristão nesse país stalinista significa ter direitos religiosos negados, como perder o direito à cidadania e estar à margem da sociedade. Todo cristão que for pego em alguma atividade religiosa, se não for fuzilado, será conduzido a um Campo de Concentração ou a uma prisão política do regime comunista.
Tem sido avaliado entre 5 e 14 o número de campos de concentração instalados no país comunista de regime ortodoxo, nos quais detentos trabalham na agricultura, extração de carvão, confecção de uniformes militares e fabricação de cimento.
Cercas de arame farpado eletrificadas são providas de torres de vigilância estrategicamente organizadas e vigiadas por patrulhas armadas.
Os prisioneiros não podem escovar os dentes, os ossos enfraquecem por falta de alimento, e chegam aos 40 anos com a espinha dorsal arqueada, devido ao tratamento rígido e à fome crônica.
O ser humano escravo do regime costuma receber, apenas, um conjunto de roupas, uma ou duas ao ano. Vivem sem o uso de sabão, de meias, de luvas, de cuecas e de papel higiênico.
Nesses campos da morte, não há cama para o prisioneiro, nem cadeira, nem mesa. Não existe água encanada, nem banheiro, nem chuveiro.
Cerca de 30 famílias fazem uso de um poço subterrâneo de água potável e dividem uma única latrina.
Nesse regime de vida cruel, o detento recebe 700 gramas de comida diária, constituída de milho, arroz e feijão; sendo que os oficiais do regime confiscam o arroz e o feijão, e apenas 100 gramas de alimento resta para o prisioneiro faminto.
E aquele que quebrar a regra, essa quantidade fica reduzia. Os novatos recebem apenas 80 gramas de ração diária, e o contemplado na solitária, sua ração é de 30 gramas de milho e uma sopa para enganar o estômago.
Levados a esse estado de terror, prisioneiros costumam, como meio de sobrevivência, caçar e devorar ratos, ainda vivos, como forma de matar a fome crônica.
O prisioneiro não pode falar, rir, cantar, nem se olhar ao espelho. Para mais humilhar o detento, toda vez que for interrogado tem que se ajoelhar, com a cabeça baixa, para responder a seus superiores.
A maioria dos prisioneiros costuma trabalhar de 12 a 18 horas diárias de jornada obrigatória, em um ambiente severo que transforma seres humanos em animais irracionais.
O candidato à sala de tortura chega a ser congelado ou assado, e qualquer um que for desrespeitoso é agredido com um potente porrete recheado de pregos. Na solitária, o indivíduo somente consegue se sentar ao solo, e há espinhos de concreto nas paredes da edificação de terror.
CERQUEIRA, RNFD. O Messias está voltando. Florianópolis, Santa Catarina, 2018. Ainda não revisado nem editado.