"DESCOBRIMENTO" DO BRASIL: PLANEJADO OU CASUAL? - EXPLICANDO O TEXTO

EXPLICANDO O TEXTO

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QUADRO SINÓTICO PARA SER UTILIZADO NA LEITURA DO TEXTO

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1º QUARTETO 2º QUARTETO

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INÍCIO (O TEXTO)

01. Apresentação 05. Mar Tenebroso

02. Introdução 06. “Descobrimento” X Desc.

FINAL 07. Formação de Portugal

03. Considerações 08. As conquistas marítimas

04. Pós-escrito

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OS DEZ ARGUMENTOS

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01. Navegar é preciso, viver não é preciso;

02. Mito da Escola de Sagres;

03. 1492: a façanha de Cristóvão Colombo, 1451-1507;

04. A Bula Inter Coetera – 1493;

05. O Tratado de Tordesilhas – 1494;

06. Duarte Pacheco Pereira: “o herói esquecido”;

07. A Carta de Caminha – 1500;

08. A Carta de Mestre João Faras – 1500;

09. A Relação do Piloto Anônimo – 1500;

10. O planisfério de Cantino – 1502.

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O tema proposta neste trabalho sempre esteve presente em nossa vida, sempre, objeto de nossas curiosidades e de nossos interesses estudantis; lembramos, com muita clareza, como se fosse agora, das aulinhas da disciplina de História do Brasil, no Liceu Municipal de Petrópolis, na quinta série ginasial - na época o que hoje é conhecido como Ensino Fundamental I, era chamado de Ensino Ginasial – e as lições referentes à disciplina, ministrado por dois professores de excelência, o Prof. Francisco de Paula Filho (o Barba) e o também professor, Hamilton de Freitas Neto (o Calvo).

Lembramos, exatamente das palavras, sobre o assunto, utilizadas pelos eméritos professores, suas anotações, feitas antes e no decorrer das aulas eram passadas à turma, que atenta absorvia os ensinamentos que ainda ecoam em nossa mente, e o fato que mais nos despertava durante a evolução dos diversos tópicos, ministrados e esclarecidos pacientemente um a um, geradores da resposta (inquestionável) desenvolvida pelos Mestres, para a questão observada neste breve estudo:

- “Descobrimento” do Brasil: Planejado ou Casual?

A ideia nascida no período chamado, pela História, de Grandes Navegações; ideia há muito questionada, “martelada” pelos vários atores sociais modernos – autores de livros didáticos, pesquisadores, professores da disciplina, estudantes de todos os níveis do ensino de História do Brasil, leitores que admiram e dominam o assunto, a sociedade como um todo participante da vida moderna, entre outros – ideia que é o nervo central, a alma do nosso trabalho e está posicionada na tentativa de solucionar a questão, ou seja, oferecer uma resposta aceitável.

Entendemos que pode haver mais argumentos do que os elencados mas, aqui, enfrentamos a questão relativa ao espaço, ou seja, ao número de páginas, o que provoca a questão da escolha dos fatores mais proeminentes, analisamos os dez que nos pareceram mais viáveis para uma resposta, abarcamos os mais concisos, os mais fáceis de entender, aqueles que apresentam reais possibilidades na contribuição para uma resolução crítica e construtiva da hipótese apresentada.

Os dez argumentos relacionados estão em todos os livros que discutem o assunto, em todos os sites e blog especializados da Internet - wikipédia, wiksource entre outros; esperamos, como disse o nobre romancista Machado de Assis (1839-1908), em relação a um dos seus maravilhosos escritos – o romance Dom Casmurro publicado em 1891 - angariar algumas horas da atenção do público leitor, uma vez que entendemos o fato de que os leitores modernos (infelizmente) têm pouco tempo para o disciplinado exercício de leitura, pois, a sociedade atual é corrida e, o leitor do tempo presente tornou-se (Que ironia!) o homem sem tempo - homo ex tempore - com pouco direcionamento para a fina arte da leitura (e da interpretação).

Seu tempo, como diz o povo, urge..., passando como a velocidade de um raio, e sendo assim; agradeceremos, efusivamente, a qualquer pouco tempo que nos for dedicado, que for direcionado à leitura, a observação e a reflexão crítica do nosso texto, poodendo (o nosso escrito), futuramente ser o objeto de críticas, sugestões e, também, de correções (É o mínimo que esperamos!).

Seremos gratos pela atenção dispensada ao material aqui pensado e descrito, esperamos fornecer uma das possíveis respostas que, esta, seja satisfatória e definitiva respondendo aos anseios daqueles que têm interesses no assunto e para todos que estudam e têm admiração pelo fenômeno histórico e colaboram pelo engrandecimento da História do nosso país e, assim, aplacar a curiosidade, superficial ou profunda, que vêm inseridas, no bojo do tema por nós enunciado.

Assim será o nosso método de estudo para auxiliar os leitores no desenvolvimento de seu raciocínio:

a) Vamos explicar o passo a passo na construção deste livro – 100 páginas – o que também consideramos pouco para um assunto tão extenso, tão interessante e misterioso – mil perguntas e nenhuma resposta;

b) Seremos mais didáticos possíveis, para isso, consultamos, no intuito de concluir a tarefa, quinze livros sobre o assunto, três dicionários, dez artigos – encontrados em sites e blogues da Internet, cinco manuais da disciplina Literatura brasileira;

c) Para adocicar o texto e colorir o entendimento, incluímos o livro de poesias do autor português Fernando Pessoa – Mensagem – sendo objeto de nossa admiração a sonora poesia Mar Português entre outras;

d) Também, realizamos a leitura do divertido e dúbio poema Erro de português encontrado nas Poesias reunidas (SP: Círculo do Livro,1976) do emblemático modernista brasileiro: Oswald de Andrade (1890-1954);

e) Utilizamos também o material literário – citado nas Referências – para uma análise da bela Carta, datada de 1º de maio de 1500 e endereçada ao rei D. Manuel I – o Venturoso, sendo o documento, escrito por Pero Vaz de Caminha (1451-1500), reconhecido nos meios literários como a Certidão de Nascimento do Brasil.

Depois de muitas explicações, e considerando a ideia básica de explicar a alma do texto, de minimizar dúvidas e maximizar certezas, procuramos produzir e conduzir de modo coerente, todo o escrito, com a pretensão de apurar; explicar um capítulo após o outro e não vamos no deter no que já vem explicado por si, ou seja, tudo que vem no início (Apresentação e Introdução) ou, no final do trabalho (Consideração e Pós-escrito).

Assim, partiremos do capítulo um (Mar Tenebroso), explicando a ideia central, ou seja, porque o Oceano Atlântico era chamado por este apelido.

Resposta curta e simples: em virtude de lendas de monstros gigantes que habitavam aquele Mar contadas por marinheiros.

Vamos explicar também as citações (quando houver e quando a explicação for necessária) e, também o argumento (caso haja algum no capítulo) e como ele pode ser utilizado em favor da resposta para resolução da hipótese, formando um pensamento conciso e satisfatório para dirimir dúvidas e consolidar certezas.

Assim procederemos em relação a todos os capítulos do texto, ou seja, explicar para sanar dúvidas, e com isso, contribuir para a divulgação coerente do texto, e também, provocar a interação com o leitor de maneira que, os nossos (autores e leitores) pontos de vista na formação de nossas convicções participem e assimilem o conjunto de conhecimentos oferecidos pelos dez argumentos, ou que pelo menos entenda e reflita a utilização deles como formadores de uma base de trabalho, com possibilidades de influir na produção de uma resposta; agindo, estudando como se estivesse em um Chat estudantil (discutindo o assunto diretamente com outros colegas interessados no conteúdo), ou diante do tutor da disciplina (realizando perguntas para o esclarecimento de fatos relacionados ao tema).

Partindo em direção ao segundo título do segundo quarteto, a questão é de fácil resolução, ou seja, trata-se da explicação pura e simples, em um caso de utilização ou não de aspas (fato implícito no texto):

a) “Descobrimento” – com aspas – invasão, seria como o seguinte caso: Pedro tem um terreno. Nesse terreno há uma plantação. Pedro constrói uma casa e uma pequena garagem para o seu carro no terreno. Pedro é o proprietário de todo o patrimônio citado. José o vizinho... Vem e, usando força, toma posse do terreno, casa, plantação e garagem construídos por Pedro. Guardada a devida distância, foi o que aconteceu no Brasil de 1500.

b) Descobrimento – sem aspas – tem o sentido lato, ou seja, o sentido apresentado no dicionário: encontrar pela primeira vez.

No capítulo da Formação, o terceiro do quarteto, não há dificuldades, simplesmente, tratamos da história da nação portuguesa, que contada, mesmo de forma resumida, por si só justificaria a nossa maneira de pensar sobre aquela sociedade, ou seja, um povo com olhos direcionados para o Mar e com sede de navegar, podemos considerar os dois fatores como relevantes e impulsionadores, e ao mesmo tempo, geradores de futuros “descobrimentos” de terras além-mar.

Encerrando o primeiro quarteto temos as conquistas registradas em livros de História do Brasil, independentemente do nível de ensino, lá estão as façanhas desses homens, desses bravos navegadores, desses audazes marinheiros, do povo português, isto é, a partir de 1415 – Ceuta, e finalizando com o Brasil em 1500.

Em seguida, passaremos para os tópicos que são a raiz, o cerne deste texto, o motivo de todo o desenvolvimento: os dez argumentos formadores de nosso ponto de vista, de nossa base intelectual, isto é, tudo que pode ser o escopo na formulação de nossa resposta em relação ao que foi a base do questionamento para a existência deste trabalho.

São os seguintes argumentos:

PRIMEIRO ARGUMENTO

O lema daquela Nação: Navegar é preciso, viver não é preciso.

SEGUNDO ARGUMENTO:

O mito da Escola de Sagres (1443): “fundada” pelo Infante D. Henrique e com ação psicológica sobre a vontade de navegar daquele povo.

TERCEIRO ARGUMENTO

A façanha (1492) do navegador genovês Cristóvão Colombo, que com uma pequena esquadra (composta por três caravelas: Santa Maria, Pinta e Nina), a serviço dos reis católicos Fernando de Aragão e Isabel de Castela da Espanha, surpreende Portugal descobrindo um novo continente, chamado de América, em virtude do patrocínio da primeira viagem.

QUARTO ARGUMENTO

A Bula Inter Coetera (1493), é o argumento mais acertado para a nossa hipótese seja considerada uma afirmação; é o decreto papal assinado entre os reinos Portugal e Espanha e estabelecia que o encontro de terras a 100 léguas a Oeste do Arquipélago de Cabo Verde pertenceriam à Espanha e terras, encontrada a Leste do mesmo arquipélago, seriam de Portugal.

QUINTO ARGUMENTO

O Tratado de Tordesilhas (1494), também é argumento decisivo, assinado entre os reinos de Espanha e Portugal, estabelecia que, terras encontradas a 370 léguas a Oeste do Arquipélago de Cabo Verde pertenceriam à Espanha e a Leste, seriam de Portugal.

SEXTO ARGUMENTO

A viagem – secreta – em virtude de políticas adotadas por D. Manuel I, para evitar a concorrência das outras nações, de Diogo Pacheco Pereira, em 1498, considerado como o herói esquecido e possível “descobridor” do Brasil.

SÉTIMO ARGUMENTO

A Carta de Pero Vaz de Caminha (1451-1500), escrivão a esquadra de Pedro Álvares Cabral, escrita em 1º de maio de 1500 e enviada ao rei de Portugal e que, não revela nenhuma surpresa em relação à “descoberta” da “nova” terra.

OITAVO ARGUMENTO

A Carta de Mestre João, escrita em 1º de maio de 1500, também não revela nenhuma surpresa em relação à terra recém-descoberta.

NONO ARGUMENTO

A Relação do Piloto Anônimo, provavelmente João de Sá, também escrivão da esquadra de Cabral traz nenhuma surpresa expressa, em virtude, da terra recémdescoberta.

DÉCIMO ARGUMENTO

O Planisfério de Cantino obtido em 1502, em Lisboa, Portugal, por Alberto Cantino (século XV), e enviado a Itália para o Duque de Ferrara e Mônaco Hércules I d’Este, antiga carta náutica, em que estavam “registradas” as terras americanas.

Depois de uma leitura atenta do texto, podemos refletir sobre a questão e assim, propor uma resposta, assumindo um dos lados como orientadores e, optar, pelo viés do Planejamento, isto é, o “Descobrimento” foi um fato decorrido de dez argumentos, ou seja, um conjunto de fatores que levaram ao avanço, que estimularam ao desafio para vencer o Mar Tenebroso e encontrar terras além-mar; ou pelo fator Casual, em que os navegantes, marinheiros e tripulação foram vítimas do acaso que, pode ter sido proporcionado por calmarias – falta de ventos, tempestades, revoltas ou motins; e assim, vieram parar em terras brasileiras - Bahia, na altura de Porto Seguro.

A nossa opção para a resposta e a de que o Brasil foi “descoberto” em virtude de um Planejamento, como foi dito acima, que pode ter levados alguns anos, talvez séculos para se concretizar, mas foi elaborado, pensado e, finalmente, executado; culminando no dia 22 de abril de 1500, uma quarta-feira de chuvas, como bem lembrou o modernista Oswald de Andrade (1890-1954) no gracioso poema (Erro de português) citado acima.

Com a chegada da esquadra comandada por Pedro Álvares Cabral à “nossa terra”, e promovendo assim, o encontro – pacífico – entre duas culturas diferentes:

a) Por um lado a cultura branca, europeia, dita, civilizada;

b) Por outro lado, a cultura local (“brasileira”), indígena, constituída de pele morena, cabelos negros e, desprovida de qualquer tecido para cobrir o corpo – e, como está registrado na Carta de Caminha – o escrivão da esquadra – datada de 1º de maio de 1500 (“não usavam nada para cobrir as suas vergonhas”).

Cultura esta possuidora de outro modo de vida (caça, pesca, agricultura, criação de pequenos animais, guerras com outras nações indígenas entre outras atividades), formados assim, por outra psiquê, outra dinâmica para enfrentar e viver o cotidiano dos trópicos brasileiros.

In.: SÊNIOR, Augusto de. "DESCOBRIMENTO" DO BRASIL: PLANEJADO OU CASUAL? SP: Clube de Autores/Agbook, 2019. pp. 49 a 54.