Independentes, porém, acorrentados...Maçonaria ...
Estudando filosofias outras, costumo afirmar que a falta de perdão na vida cotidiana nos leva ao um aprisionamento com algemas invisíveis, causando vario transtornos á vida. Muitas vezes nem se nota estes efeitos, porem são verdadeiros e quando se perdoa, tudo muda e tudo melhora, inclusive até a saúde e prosperidade e consequente aumento da felicidade humana.
O tema acima “Independentes, porem acorrentados”, nos leva a perscrutar a nossa inteligência do passado, presente e futuro a história da nossa Instituição Maçônica.
No Passado tivemos a atuação no Brasil dos Irmãos: Rui Barbosa, D. Pedro I, Jose do Patrocínio, Marechal Deodoro, Benjamin Constant, Jose Bonifácio, entre outros.
Nos EE. UU, tivemos JORGE Washington, Benjamin Franklin, Abraham Lincoln, Luiz Armstrong, entre muitos outros.
Na América do Sul tivemos: Simon Bolívar, Francisco de Paula Santander, José Maria de Castro Madriz, Benito Juarez Garcia, Bernardo O’Higgins, entre outros, estes são Irmãos que fizeram história no passado, tirando seus países de algum jugo, transformando-o em Fraternidade – Liberdade e Igualdade.
No presente a história não vislumbramos muitos frutos colhidos, como dantes, porem e com certeza muita coisa foi feita nas entrelinhas da história, vou citar como exemplo um trabalho da nossa mediana cidade de Frutal/MG, de 70.000 habitantes, onde tivemos a honra de presidir uma comissão pro-faculdade e hoje temos uma Universidade Estadual com capacidade para 2000 alunos, diversas áreas, como: Direito, Economia, Jornalismo, TI, entre outros... E há ainda dezenas de intervenções e ações positivas, em favor da comunidade local e da região. Certamente assim também é no Brasil como um todo, graças à intervenção de uma Instituição Milenar forte e de credibilidade.
O termo acorrentados talvez devido ao grande avanço da corrupção na era pós militares e não avanço da Instituição no combate, trouxe a famosa frase “ O uso do cachimbo entorta a boca” e com muitos Irmãos políticos menos avisados, quiçá ou oxalá, beliscando a mesma taça, ou melhor fumando no mesmo cachimbo, (corrupção) resultado do acorrentamento, ora proposto no tema, porem algo foi feito, corpúsculos espirituais se propagaram e veio o combate á corrupção. A gente pronunciou em Loja combateu, mais alguém por este mundão afora também hablou e quando intenção favorece milhões de personas, certamente os corpúsculos espirituais, avançaram, viajam e fazem acontecer. Todos enxergamos um esfriamento nos avanços mais polêmicos, ou de mais envergadura, talvez um pouco de apatia quantos a eles, porem despertos.
Parece que estamos no caminho certo, com certeza dias melhores viram e os valores Pátrios parece restabelecem, ou melhor, estamos no caminho...
A seguir texto do Irmão Franklin dos Santos Moura, editado na Revista Consciência, edição 138 de 2018, como segue:
1– Introdução
“Se por um lado a independência da nação brasileira caminha para seu bicentenário, por outro lado mais pesadas se tornam as correntes que impedem construir um presente justo e, consequentemente, semeando um amanhã melhor.
Enquanto o passado reserva um traje empoeirado de batalhas e glórias, o presente é marcado pelo individualismo e um atordoado movimento de se desejar mudança, porém terceirizando sua realização. Na paisagem triste desse cenário está a maçonaria, que atravessa suas próprias crises, e não demonstra ter as mesmas forças de outrora para romper os grilhões que sufocam a independência de um povo livre.
Diante disso, o presente trabalho tem por objetivo provocar reflexões sobre alguns dos motivos que acorrentam a sociedade e a maçonaria, impedindo a próspera marcha de um povo independente.
2– Acorrentados ao individualismo
Existe um mito em torno do progresso. Muitos pensam que a evolução e o progresso trouxeram uma realidade pior que a vivida no passado. Na verdade, a evolução e o progresso trazem inúmeras melhorias, porém o problema é o que o homem de fato absorve e transforma em legado.
Está escrito em algum lugar que as redes sociais deveriam isolar as pessoas? Imagino que não, porém o homem, a partir das evoluções tecnológicas, citou o lastimável labirinto de ‘solidão coletiva’.
Aliado a isso, ocorreu o retrocesso de saber viver em comunidade. Há 20 ou 30 anos era comum nascer e crescer em bairros horizontais, vivendo em comunidade e percebendo a importância das lideranças locais. Era o líder comunitário que ia até a prefeitura requerer asfalto, iluminação, posto de saúde, praça, escola e segurança. Com um pouco mais de esforço, esse mesmo líder viria a se tornar vereador e crescer na carreira política.
Atualmente, com proliferação das moradias verticais, uma das maiores dificuldades da convivência em um condomínio é conseguir alguém para ocupar a função de síndico. Cada morador do prédio já está transbordando de preocupações com o trabalho, compromissos financeiros, educação dos filhos, angústia sobre aproveitar o tempo. Dessa forma, o sentimento de contribuir no prédio que mora dá lugar a um pensamento: ‘O que eles decidirem está bom!’.
Se o indivíduo tem as condições básicas (perto do semi-luxo) isso é o suficiente para deixar a política no piloto automático, até aquela mais próxima que é a gestão do condomínio.
Não participando da gestão do condomínio, mais distante fica a atuação comunitária, municipal, estadual e federal. Com o individualismo, o homem só se posiciona em dois lados: (i) o lado que não se envolve, pois está na zona de conforto; e (ii) o lado que se envolve porque quer chegar à sua zona de conforto.
Como pensar em progresso, renovação de representação política, grandes feitos, visão d longo prazo, se a cada um somente interessa o seu bem-estar?
3– Acorrentados ao “Brasil que eu quero” e não ao “Brasil que eu faço”
A avalanche de vídeos sobre o “Brasil que eu quero” invadiu a TV Globo, rádio e outros meios de comunicação, divulgando desejos de uma nação assolada por uma inquestionável rede de desigualdades. Até aqui tudo bem, mas o problema começa a aparecer quando alguém diz: “Quero um Brasil sem corrupção! ”. Por outro lado, essa mesma pessoa fura fila no médico, não devolve troco quando vem a maior, não vê problema em subornar um guarda para não ser multado, comemora o título esportivo do seu clube mesmo que sob a moldura de uma decisão desastrosa de um juiz.
Outra situação é quando alguém diz: “Quero um Brasil com mais empregos!”. Em regra geral essa pessoa está muito próxima do desemprego porque, se essa pessoa estivesse empregada, sua frase seria: “Quero um Brasil com mais benefícios ao trabalhador!”.
E outro ainda diz: “Queremos um Brasil com mais Educação!”. Porém essa mesma pessoa sequer tenta ler um jornal aos finais de semana e, quiçá, um livro por ano.
E assim, os exemplos seguiriam páginas e mais páginas de se postular em um tom individualista. O Brasil que eu quero, mas e O Brasil que eu faço?
A distância entre um e outro parecer simbólica, mas ao trocar o querer por fazer surge a possibilidade de se dirigir ao próximo. Surge a chance de construir algo que não se limite ao proveito de um só. Outro ponto importante dessa diferença é que ao falar do ‘Brasil que eu quero’, está se delegando a solução a um terceiro, enquanto que ao falar do ‘Brasil que eu faço’, a solução está nas próprias mãos.
Daí, como imaginar uma realidade diferente da vivida hoje, se a solução está delegada a um terceiro (político, etc.) e à ação das próprias mãos e atitudes não estão sendo consideradas?
4– Maçonaria: Porta larga ou estreita?
Não é demais lembrar que na maçonaria as paixões são submetidas, evitando o domínio do homem por suas emoções. Também aqui, busca-se a edificação das virtudes e a erradicação dos vícios. Vale ainda dizer que não há espaço para diferenças políticas e religiosas, ressaltando que o maçom deve crer em um Ser Supremo, que é Deus. Esse breve resumo representa a moldura de uma instituição milenar, filosófica e progressista que se fez representar nas páginas da história pelos seus grandes feitos.
Ingressar na maçonaria era (e ainda é para alguns) motivo de honra e distinção para uma família, pois era sinônimo de ser escolhido entre muitos. Infelizmente, com o adoecimento da sociedade, seja diante do individualismo, seja pelo comodismo, seja pela deterioração da religiosidade em razão da transformação cultural, o homem também adoeceu e muitos desses homens estão entre as colunas da Ordem.
E por que tais homens, admitidos com livres e de bons costumes, porém atingidos de patologias sociais, estão em nossos templos? Ousaria dizer que se a porta fosse estreita como outrora, a maçonaria teria templos ainda mais vazios do que já se tem na atualidade.
Lamentavelmente, com a porta mais larga, o risco que se expõe é a qualidade dos candidatos admitidos, podendo resultar em jornadas curtas, limitadas à curiosidades e colocadas em segundo ou terceiro plano quando há que se romper sua zona de conforto e/ou o individualismo para servir aos propósitos da sua oficina, do seu Oriente.
O pronto crítico desse cenário é que a maçonaria, antes uma rompedora de grilhões, agora está inerte em suas próprias correntes. Se um dia a história registrou José Bonifácio, Gonçalves Ledo, Dom Pedro I, Rui Barbosa, Monteiro Lobato, padres, pastores, freis e muitos outros, e quantos acontecimentos políticos e culturais marcaram época!
Com a porta larga de entrada, o objetivo da Ordem não consegue mais interferir no desenvolvimento social e político, mas, sim, tentar se mantiver em pé, evitando sucumbir aos efeitos de uma sociedade culturalmente ansiosa, individualista, imediatista e, progressivamente, distante de Deus.
Como romper esses grilhões e voltar a ocupar o lugar de destaque que repousa nas páginas amareladas da história?
5– Considerações finais
O presente trabalho teve por objetivo apresentar algumas breves reflexões sobre ‘o grau de independência’, abordando na percepção do Irmão autor que, para viver a independência, há que se libertar de correntes extremamente densas, quais sejam: (i) individualismo do homem; (ii) delegação a terceiros da ação que depende de você; (iii) atual estado de crise da maçonaria, impedindo maior participação na transformação social e política brasileira.
Caminhando para alcançar em breve o bicentenário da Independência do Brasil, não é demais lembrar e alertar que as instituições historicamente representativas tiveram domínio ora bélico, ora científico, ora político, e até mesmo religioso.
As perguntas que repousam com o presente trabalho são: - Onde estará, maçonaria, quando a história de 200 anos do Brasil liberto for escrita? Estará ainda acorrentada às dores de uma instituição milenar, sujeita às patologias sociais ou estará criptografada na moldura de um Brasil diferente e melhor?
Diante de todo o exposto, na certeza de não ter esgotado o tema, mas, ter sim alcançado o acolhimento e provocado reflexões entre os Irmãos, é o desejo de que o GADU mantenha a Luz da Sabedoria apontada em nossas vidas, prevalecendo a tolerância e a habilidade de ‘saber cuidar’ entre nós, Irmãos.”