As três portas da Igualdade Maçônica
Foi iniciado, a expectativa, o calor humano da iniciação, as novidades, a festa,o ágape fraternal, a apresentação da família - eis um novo Maçom que irá fazer história na Maçonaria, passando por uma verdadeira escola de aprendizagem, e pacientemente galgando os graus 1, 2 e 3. E eis o Mestre Maçom com capacidade de até ser o Venerável Mestre.
Todos desde que tenha galgado o grau 3, ou seja já é Mestre Maçom, já passou pela vivencia adquiriu as experiencia, todos pode ser o Venerável Mestre.
Uma das premissas da Maçonaria em seus austeros manuais e ritualísticas é considerar todos iguais perante a Instituição, não fazendo distinção de raça, cor, finança e religião, etc..
A seguir texto do Irmão.... da Revista Consciência edição 135 de 2018, como segue:
“Por princípio, a Maçonaria é aberta a todos os homens de bem, sendo estes oriundos de qualquer raça, credo, cor, ideologia ou convicções políticas; desde estes estejam de acordo com os nobres ideais maçônicos de liberdade, igualdade e fraternidade entre todos os homens.
Isto significa que para ser maçom, o homem deve estar disposto a se livrar de todos os vícios sociais e de todos os tipos de preconceito ou reserva que possa ter, ainda que no seu íntimo mais profundo, contra qualquer outro ser humano, seja de ordem social, política, racial, religiosa ou intelectual; deve se dispor a dar a todos os homens, independentemente de suas origens e/ou convicções, o mesmo respeito, consideração e auxílio que destinaria àqueles que, segundo a visão de determinados tipos de pessoas, pertencem à mesma classe social ou lhe é semelhante em pensamento ou em algum quesito tão ligado aos sectarismos sociais e preconceitos que escravizam os homens.
Assim a iniciação maçônica, processo pelo qual um homem se capacita para entrar na fraternidade universal e eclética da maçonaria, busca destruir nos homens, desde o princípio, aqueles preconceitos que eles possam ter em si que possam levar-lhes a olhar para as outras pessoas e reconhecer nelas alguma diferença em relação a si mesmos, no que se refere ao princípio da igualdade em direitos ou deveres, ou capacidades.
Através de um sistema de símbolos, a cerimônia de iniciação procura deixar bem claro, desde o primeiro momento, que qualquer distinção entre os irmãos, a não serem as de ordem moral ou em sabedoria, não é reconhecida entre os membros da sublime Ordem Maçônica e, por isso, o Candidato a Maçom deverá se livrar de todas as opiniões preconcebidas e de todas as reservas que porventura possa possuir contra quaisquer outras pessoas se desejar persistir em seu desejo de ser aceito como maçom.
Tal é o papel, por exemplo, da Câmara de Reflexões em que o candidato é recolhido onde se veem os símbolos da mortalidade, uma placa na parede com dizeres claros advertindo o candidato justamente sobre esses valores.
Mas a iniciação é também o momento em que é preciso verificar quais são as predisposições da alma do Candidato. Assim quando os candidatos entram no templo, ainda de olhos vendados, eles deverão ser sondados e deverão responder a perguntas para que os irmãos presentes possam conhecê-los melhor e para saber como os candidatos interpretaram os símbolos que presenciaram e explicá-los aos Candidatos para que possam utilizá-los em seu progresso.
Os futuros maçons devem fazer três viagens simbólicas e em cada uma delas o candidato termina por bater três vezes em uma porta e embora os candidatos ainda não tenham recebido a luz, tem ali um contato inicial com o um dos símbolos mais constantes da maçonaria: o número das batidas, pois simboliza todos os temários, e ao mesmo tempo o faz bater nas três portas da mesma forma como os Aprendizes batem à porta do templo para solicitar ingresso.
A PRIMEIRA PORTA em que o candidato tem que bater é a do altar do Segundo Vigilante.
O Candidato bate três vezes e o 2° Vigilante, que simbolizada a beleza manifestada pela caridade, com que deve o maçom enfeitar sua vida que o candidato deve estar disposto a praticar sempre, atende desafiadoramente, pois deve testar a sinceridade do candidato, pois só quando é sincera e desinteressada, a caridade é realmente uma obra digna de um verdadeiro maçom disposto a fortificar sua obra para resistir às tempestades imprevisíveis do destino, presente na primeira viagem, sem cair no esquecimento destinado àqueles que não procuram tomar suas vidas em memoráveis legados de amor.
A SEGUNDA PORTA em que bate o candidato é a do altar do 1° Vigilante, que simboliza a força necessária ao maçom para empreender a grande obra maçônica. O Primeiro Vigilante atende ameaçadoramente às batidas desta porta para testar a coragem, simbolizada nesta porta que o candidato, assim como o patriota que busca pelas instituições livres ou o navegante que se aventura no mar revolto à procura de um porto seguro, deverá ter para prosseguir em sua viagem rumo ao crescimento como indivíduo e também como um incansável defensor do povo livre.
Esta coragem é também imprescindível àquele que se aventura em uma busca da sabedoria e glória como maçom, mesmo sabendo que esta viagem também poderá lhe trazer revezes e colocá-lo à mercê do povo que ele deve procurar guiar, proteger e ajudar, como já aconteceu tantas vezes no passado com visionários e entusiastas.
A TERCEIRA PORTA é a do altar do Venerável Mestre, na qual o Candidato poderá bater apenas após ter galgado os degraus simbólicos do oriente, cruzado a balaustrada e desenvolvido as qualidades, não somente da força, trabalho, ciência e virtude, simbolicamente inatas a todos aqueles que têm acento no oriente, como também a pureza, luz e verdade, que são atribuídas à principal luz do templo, o Venerável Mestre, que deve ser a fonte da luz da sabedoria e presidente da loja, e cargo m que o Maçom só chegará a exercer se demonstrar ter perseverança suficiente, sendo esta virtude testada no então candidato, quando o Venerável Mestre lhe atende as batidas rispidamente e diz: Alto! Quem vem lá?
Assim, durante as três viagens que se tem de empreender para alcançar o direito de ser aceito como Maçom, o Candidato experimenta, de forma simbólica, todo o percurso da evolução moral e intelectual que deverá galgar na maçonaria simbólica, ou seja, por ter a missão de abrir a Loja, dirigi-la e esclarecê-la com as luzes da sabedoria, está na posição de sábio que deve, com a humildade de um irmão despretensioso, e iluminar, como o Sol, as vidas dos irmãos ali congregados.
Mas para chegar à condição de sábio, o homem deve lapidar-se perseverantemente, aprender a desenvolver as qualidades que lhe são ensinadas e requisitadas por cada símbolo que contempla constantemente no templo, desde os degraus do altar do Venerável Mestre até as colunas decorativas J e B, localizadas na entrada do templo. Mas para que o candidato possa começar este caminho deverá primeiro ser digno de bater nas três portas simbólicas.
Uma vez iniciado, o Aprendiz Maçom começa a ter direito a gozar da companhia dos irmãos, dos símbolos que encerram os valores da nobre ordem e ensinam a principal lição do grau que eles receberam: a fraternidade.
Assim aprenderão, olhando a harmonia produzida pelos contrários das cores do Mosaico do Pavimento da Loja, que todos desfrutam do mesmo valor, da mesma importância e representatividade, e que quando unidos sem sobrepujança de nenhum deles, produzem a beleza de uma obra harmônica sem perderem sua característica própria.
Também aprenderão, olhando a orla dentada e estudando o seu significado que a sabedoria deve ser difundida aos quatro ventos; aprenderão, pela Estrela Flamejante, que deve o maçom irradiar caridade como o Sol que irradia luz, sem distinção de quem se banha em seus raios; aprenderão que, neste grau, voltado para a matéria, o compasso e o esquadro formam uma estrela de Salomão em que o esquadro, assumindo a posição de triângulo que aponta para baixo, sobressai-se mais neste grau, porque o aprendiz só trabalha sobre a pedra bruta buscando a esquadria, e usará, por referência, o esquadro simbolizando a matéria, sobre a qual deverá trabalhar o aprendiz, buscando a retidão em tudo e acima de tudo, para só depois de alcançá-la poder usar o compasso.
Começara a aprender que a igualdade, simbolizada pelo nível, como condição para a fraternidade, está presente desde o nascimento, pois todos são iguais perante o grande arquiteto do universo desde o nascimento, sendo criados todos simples e ignorantes, mas que somente o mérito da virtude moral e a sabedoria poderão e deverão diferenciar os homens por justiça, sendo então considerada como a maior das desigualdades quando se trata como iguais aos casos desiguais deixando de considerar o mérito pessoal quando partidos todos do mesmo princípio.
Os Aprendizes maçons aprenderão, assim, muitas coisas até que estejam prontos para trabalhar sobre a pedra polida, pois os aprendizes só trabalham sobre a pedra bruta e até que tenham aprendido todas as lições deste grau, não poderão solicitar o aumento de salário em sua loja.
Entretanto, não se deve esquecer que a maçonaria é universal, que o Universo é a verdadeira oficina e, por tanto, é no mundo profano que o maçom deve realmente exercitar todas as qualidades que aprende em Loja, pelo simbolismo do Templo Maçônico e das cerimônias ritualísticas.
Bibliografia:
Instruções para Aprendizes Maçons
Do site www.gob.org.br