DIA DA MENTIRA (I)
“Na mentira/expressa/sua vontade/ou sonho/o outro lado/do desejo/de que tudo pudesse/ser diferente/como feito com to/afeição.” Pedro Du Bois, através do seu poema, mostra-nos como Carlos IX, rei da França, fez valer a sua vontade “com feito e efeito”.
Segundo a lenda, o dia da mentira surgiu em 1564, quando o rei da França determinou a adoção do calendário gregoriano, passando o ano a ter início em janeiro. Antes o ano novo era comemorado em 1º de abril. Alguns franceses resistiram à mudança ou se esqueceram dela, abrindo caminho para que os brincalhões pregassem peças, como enviar presentes “esquisitos” e convites para festas, de mentira, em 1º de abril. A tradição se espalhou pela Europa e foi trazida para o Brasil pelos portugueses. É uma brincadeira, como expressou Mario Quintana: “Mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer...” E, Leila Micollis escreveu: “Naturalmente devemos ter herdado este costume de algum país ... Países para os quais um dia de mentira já é muito, e, assim mesmo, só de brincadeira. Entre nós, porém, em que a brincadeira de mentir é levada a sério, festejar a data como sendo especial, é — convenhamos— o máximo da troça...”.
Desde então, comemora-se o dia da mentira em 1º de abril, o dia dos “trotes”: alegres e descontraídos, envolvidos com os amigos; em livres pensamentos, o poeta no dá sua versão: Henry Louis Mencken, “Creio que é melhor dizer a verdade do que mentir, sem saber do que ignorar, ser livre do que depender.” Renato Russo, “Mentir para si mesmo é sempre a pior mentira.”