Cobiça pela Amazônia parte 03
Cobiça do tenente Mathew Fontaine
Registros históricos confirmam que a cobiça estrangeira pela Amazônia vem de longos tempos. Devido ao litígio por terras entre os impérios espanhol e português, o deus de batina que reina no Vaticano colocou a Amazônia sob os domínios de Castela (Espanha). Inconformado com essa tomada de posição, e para evitar uma invasão espanhola, a coroa portuguesa mandou construir fortins fluviais ao longo do rio Amazonas e de seus afluentes.
Aproveitando-se do momento em que o Brasil se encontrava envolvido na Guerra do Paraguai , o tenente Mathew Fontaine Maury, que ocupava o cargo de superintendente dos serviços hidrográficos estadunidenses, defendeu a tese de exploração da Amazônia pelo governo de Washington, e a elite banqueira, controlada pela Nobreza Negra, chegou a impor o livre trânsito de navios de nacionalidades estrangeiras a navegarem em águas brasileiras.
Esse oficial agitou a imprensa e a direção de convenções evangélicas com publicações sobre a Amazônia Brasileira nos meios de comunicação, nas quais se posicionou a favor de que a população negra estadunidense devia ser enviada para colonizar essa região de florestas exuberantes, como envenenou a mente de seus conterrâneos com informações criminosas de que o Rio Amazonas se encontrava aberto à navegação internacional, e assim criou uma situação de atrito com o Governo Brasileiro.
Ante tamanha cobiça externa, o imperador do Brasil, Dom João II, por meio do Decreto de 07.12.1886, fechou a navegação estrangeira no curso de águas amazônidas, após o professor, zoólogo e geólogo de origem suíça, Jean Louis Rodolphe Agassiz, efetuar uma viagem científica a essa região de cobertura vegetal, entre 1865 e 1866.
Segundo a tese do geógrafo estadunidense Mathew, o Rio Amazonas era a continuidade do Mississipi, o que tornava a Amazônia Legal Brasileira uma região situada dentro das fronteiras dos Estados Unidos da América. Então, numa decisão arrojada, o imperador Dom Pedro II mandou fechar a navegação nas águas dos rios da região amazônida a embarcações estrangeiras, e assim acabou com a gracinha do ianque grileiro.
Região do Acre
A região do Acre faz fronteira com a Bolívia e por muito tempo foi considerada “terra não descoberta”. O comércio da borracha fomentava a economia da região, e milhares de nordestinos migraram para essa região amazônida. Em 1867, pelo Tratado de Ayacucho, o Brasil concedeu a região à Bolívia. Todavia, algum tempo depois, com o apoio do governador do Amazonas e de seringalistas, o brasileiro Luís Galvez Rodrigues de Arias expulsou os bolivianos que haviam estabelecido sua administração em Porto Acre, vilarejo fundado em 1899. No dia 14 de julho, Arias proclamou a República do Acre, mas logo foi desfeita pelo governo Brasileiro.
Cerca de dois anos depois, em 11 de junho de 1901, a Bolívia fez uso do Tratado Aramayo para arrendar o Acre à empresa estadunidense, The Bolivian Syndicate of New York City in North America, a qual era presidida pelo filho do então presidente Theodore Roosevelt, este, maçom grau 33.
Comandados por José Plácido de Castro, agrimensor de seringais, em 6 de agosto de 1902, um grupo de bravos caboclos foi reunido para expulsar a corporação estrangeira. Com a vitória na batalha final, travada na Boca do Acre, em 24 de janeiro de 1903, os forasteiros foram expulsos da região amazônida.
Finalmente, pelo Tratado de Petrópolis, de 17 de novembro, costurado pelo Barão do Rio Branco, e que foi também assinado pelo Governo da Bolívia, o Brasil comprou a região por 2 milhões de libras esterlinas, indenizou a empresa estadunidense e construiu a ferrovia Madeira-Mamoré.
Em 24 de novembro, Plácido foi aclamado governador do Estado Independente do Acre.
Filho de militar, Plácido de Castro nasceu em São Gabriel, no Estado do Rio Grande do Sul, e participou do movimento militar, social e político que ficou conhecido como Revolução do Acre. Ele serviu ao Exército e chegou ao posto de major. Seu pai e seu avô lutaram na Guerra do Paraguai.
Região do Pirata
Litígio de fronteira
Entre os anos de 1810 e 1822, militares britânicos penetraram na região, que, na época pertencia ao atual Estado de Roraima, e soldados portugueses os impediu de prosseguirem na invasão do território. Porém, em 1835, o alemão Robert Schomburgk, a serviço do governo britânico, efetuou um levantamento topográfico, na região, para a colônia britânica. Esse relatório, enviado a Londres, anunciava “a quase inexistente soberania” brasileira sobre essa faixa de terras, sugerindo que a Coroa Britânica se apoderasse delas.
A reivindicação brasileira somente ocorreu em 1840, quando um destacamento militar chegou à região, mas foi forçado a dele se retirar, ante ameaça de tropas britânicas. Em 1942, o governo brasileiro aceitou a neutralização do território, até que houvesse um acordo definitivo.
Nessa ocasião, para a região, os britânicos enviaram o missionário anglicano, Thomas Yound, que, além de catequisar os nativos, os ensinou o idioma inglês, como hasteou a bandeira inglesa em solo brasileiro.
O general Soares de Andrea, então presidente (o mesmo que governador) da província do Pará, enviou o capitão Ambrósio Aires e o sacerdote José Santos Inocentes para que intimassem o missionário britânico a retirar-se da região do rio Pirara, e este se foi, mas levou, consigo, os nativos que haviam sido catequisados, por ele.
Uma vez que a temperatura se elevou na região, os britânicos envolveram reis europeus e tribunais internacionais na questão de fronteiras.
Foi nessa ocasião que o topógrafo alemão Schomburgk elaborou, para Sua Majestade britânica, um mapa contendo as terras do Tacutu, do Mau e até do Surumu, para mostrar que o território era ocupado, não por brasileiros, mas, por nativas “tribos independentes”, além de traçar uma fronteira que dividia as terras brasileiras das terras da Guiana Inglesa, limitadas pelos cursos de águas dos rios Cotingo e Surumu, e esse seu trabalho encantou a Coroa Britânica para grilar o território brasileiro.
Então, aproveitando-se da fraca presença brasileira nessa região de fronteira, o governo do Pará protestou junto ao cônsul britânico, como o fez, também, o embaixador brasileiro em Londres. Ante os protestos, o governo britânico removeu os marcos provisórios que haviam sido fincados, mas não desistiu da grilagem das terras.
No ano de 1942, uma recomendação brasileira foi emitida para que a região em litígio, a oeste do rio Rupununi, fosse considerada zona neutra, o que foi acatado pela Inglaterra. Ela acatou a neutralização, apenas, com a inclusão das áreas do Cotingo e do Mau. A disputa estendeu-se até o ano de 1898, quando o governo brasileiro aceitou submeter o litígio fronteiriço à arbitragem do rei italiano, Vitório Emanuel III, e cujo acompanhamento brasileiro coube ao pernambucano Joaquim Nabuco.
A decisão do soberano italiano a respeito do território de 33.200 quilômetros quadrados, saiu em 1904, grandemente favorável à Coroa Britânica, ao conceder à Inglaterra uma faixa de terras de 19.630 quilômetros quadrados, e ao Brasil o território de 13.570 quilômetros quadrados.
Algum tempo depois, antes de ser exilado no Egito, o monarca italiano, fazendo uso de uma mensagem racista, declarou: “os trópicos são um lugar horrível e eu não gosto da gente que vive lá”. Ainda, declarou que havia lido “cada palavra dos volumes das ‘Memórias’ nos quais os brasileiros publicaram quantidades de mapas que eram absolutamente falsos.”
Putin apoia a Amazônia
No dia 3 de março de 2022, o presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, informou que o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, vetou a internacionalização da Amazônia junto à Organização das Nações Unidas, e o fez por duas vezes seguidas, quando nações que já destruíram suas florestas, supostamente, instigadas pela elite endinheirada que comanda as Treze Famílias Iluminati, as quais nunca saem da moita, fazendo uso de uma falsa alegação climática, levaram a questão a esse organismo global, na tentativa de grilar essa região de florestas monumentais, e na qual encontra-se a região de Pirara, cujas terras, outrora, foram griladas pela Coroa Britânica.
Em dezembro de 2021, o governo russo de Putin vetou, junto ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, uma resolução apresentada pela Irlanda e por Níger, a qual “previa o estabelecimento de uma relação entre mudanças climáticas e segurança mundial”. Supostamente, o alvo da resolução seria o mundão da Amazônia.
Por ocasião da Conferência das Nações Unidas, em 1992, realizada na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, François Mitterrand, então presidente francês, enfatizou que a soberania da Amazônia não é do Brasil.
Décadas depois, na gestão do presidente Bolsonaro, o presidente da França, o judeu socialista Emmanuel Macron, que exerceu atividades trabalhistas para a casa bancária, Rothschild & Cie, de propriedade das Treze Famílias Illuminati, alegou, no mês de maio de 2021, a necessidade de ser emitido um estatuto internacional para que a Amazônia fosse protegida contra queimadas na região. Nesse mesmo ano, o general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete da Segurança Institucional, foi direto ao ponto, ao declarar que “essa história de que a Amazônia é patrimônio da humanidade (...) é uma grande bobagem”.
Cobiça estrangeira
Raimundo Nonato Freitas de Cerqueira
Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, 2022
Ainda não editada nem revisada