A Guerra Mexicano-Americana
Até a chegada dos invasores espanhóis, o território mexicano era ocupado por nativos maias, astecas e outros povos originários. Por volta do ano de 1325, os astecas fundaram a cidade de Tenochtitlan e estabeleceram o Império Asteca, que vigorou até 1521, quando foi destruído pelo invasor europeu Hernán Cortés, e este estabeleceu o Vice-reino da Nova Espanha.
Três séculos depois, com a expulsão das tropas invasoras espanholas, em 1821, o território recebeu o nome oficial de Estados Unidos do México, fazendo fronteira, ao norte, com os Estados Unidos da América; a leste, com o Golfo do México; ao sul com a Guatemala e Belize; e a oeste com o Oceano Pacífico.
A área territorial mexicana é de 1.964.375 km², Zona Econômica Exclusiva de mar territorial de 3.149.929 km², e área total, territorial e marítima, de 5.114.295 km². A fronteira norte é uma linha fronteiriça de 3.152 km, que vai de Tijuana à desembocadura do rio Bravo, no Golfo do México; e a fronteira sul, com a Guatemala, é de 956 km, e com Belize, a extensão é de 193 km. A composição étnica da população é constituída por 60% de mestiços, 30% de nativos, 9% de europeus e 1% de outros.
Com a saída dos espanhóis, o México foi governado pelo general Antônio López Santa Anna, que autorizou a entrada de colonos ianques para explorar a região do Tejas, um vasto território habitado por nativos guerreiros, e foi-lhes exigido, apenas, lealdade e a prática da religião católica apostólica.
A badalada Marcha para o Oeste, na verdade, constitui, sim, roubo a um vasto território habitado por mexicanos e povos originários. Com o expansionismo ianque em direção ao Oceano Pacífico, a população estadunidense de 3.900.000 de habitantes (em 1790), num curto período de tempo, saltou para 7.200.000 de pessoas (em 1810), com a imigração de alemães, irlandeses, britânicos e judeus russos czaristas.
Essa enxurrada de imigrantes euro-asiáticos foi estabelecida, em sua maior parte, próxima à fronteira mexicana, para aumentar a produção agrícola e a pecuária. A concentração populacional na região aumentou com a construção de ferrovias (1829), com a Doutrina Monroe e com o Destino Manifesto (1845), pregando todo o território para os estadunidenses, e com a exploração de ouro na Califórnia (1848).
A Lei Quebec (1774), emitida nos dias das Treze Colônias britânicas, proibiu a conquista de terras situada entre as Montanhas Apalaches e o rio Mississipi. Contudo, esse documento, após a expulsão dos britânicos, foi substituído pela Lei Noroeste (1787), e esta abriu as portas para a invasão do território até o Oceano Pacífico.
Com a chegada desses colonos, poderosas companhias colonizadoras, financiadas por poderosos banqueiros judeus imigrantes, passaram a lotear as terras, saqueadas aos nativos, ao preço de 2 dólares por hectare, e nos dias do presidente Abraham Lincoln, pelo Homestead Act, foram doados 160 acres de terras a todo colono que o cultivasse, ao menos, pelo período de 5 anos.
Com o fim da Guerra da Independência, firmada pelo Tratado de Versalhes (de 1783), a Inglaterra entregou à União Norte Americana o território entre o Oceano Atlântico e o rio Mississipi. Duas décadas depois, a França vendeu o território da Luisiana (1803), situado entre o Meio-Oeste e o Oeste. A Espanha vendeu a região da Florida (1819), e a Rússia czarista vendeu o Alasca (1841).
Em 1835, a Casa Branca tentou comprar a região mexicana, que se estendia da Luisiana ao Oceano Pacífico, a região do Tejas, mas a oferta de 5 milhões de dólares foi recusada. Então, uma nova oferta de 25 milhões de dólares foi anunciada posteriormente (1845), e também recusada.
Isso posto, iluminados pela Doutrina Monroe, os colonos ianques, estabelecidos no México, cerca de 15 anos depois, empunharam armas para anexar o Tejas aos domínios da União Norte Americana, na chamada Guerra da Anexação, que vigorou de 1836 a 1845. As tropas mexicanas foram derrotadas e o presidente Santa Anna aprisionado.
A filosofia expansionista contida no Destino Manifesto, uma tese teológica elaborada pelo Partido Democrata, fundamentada na predestinação divina, foi criada pela corrente protestante ortodoxa estadunidense, com o propósito de ocupar todo o território Americano, e ganhou força com a eleição do presidente James Knox Polk (1845).
Segundo essa corrente religiosa espúria, os ianques eram divinamente predestinados a possuir toda a região, do Atlântico ao Pacífico. Com o conflito bélico alimentado pelo veneno da Doutrina Monroe e do Destino Manifesto, as tropas do general Zachary Taylor, em 25 de abril de 1846, invadiram a região do rio Nueces e deram início à Guerra Mexicano-Americana, exatamente, para exportar o modelo de vida ianque a todo o Continente, e o fizeram pela força das armas.
Um exército estadunidense se deslocou para o Novo México e depois para a Califórnia, comandado pelo coronel Stephen Kearny, e dois outros seguiram para o sul do Texas. Nessa ocasião, o jovem oficial Ulysses Grant criticou a grilagem da Casa Branca ao território mexicano, ao declarar: “(...) uma das mais injustas movidas em qualquer tempo por uma nação mais forte contra uma mais fraca (...) ”.
Após combates na região de Palo Alto e Resaca Palma, no Texas, tropas do general Zachary Taylor se moveram para o sul da região. Entre julho e agosto, a Marinha bombardeou as cidades de Monterrey e Los Angeles, na Califórnia. Em setembro, o general Zachary consolidou a tomada de Monterrey, após três dias de combates com tropas do general Pedro de Ampudia y Grimarest . Nessa ocasião, posto em liberdade pelos ianques, o presidente Santa Anna recrutou e treinou em exército de 20 mil combatentes.
No dia 9 de março de 1847, o general Winfield Scott efetuou o desembarque anfíbio de 12 mil homens numa região próxima a Veracruz e se apoderou do porto. Com o avanço da tropa invasora em direção à capital mexicana, de março a agosto, foram travadas batalhas em Cerro Gordo, Contreras, Churubusco, Molino del Rey e Chapultepec.
Finalmente, em 14 de setembro, os invasores penetraram na Cidade do México, e em outubro a resistência foi silenciada. Derrotado pela idiotice de estender a mão amiga a colonos ianques, o presidente Santa Anna renunciou ao cargo que ocupava.
Em 2 de fevereiro de 1848, após haver sido ratificado pelo Congresso mexicano e estadunidense, foi assinado o Tratado de Guadalupe-Hidalgo, que garantiu à União Norte Americana a anexação da região norte mexicana, constituída pelos territórios do Texas, Califórnia, Nevada, Utah, Novo México, Arizona, e partes do Colorado, Kansas, Wyoming e Oklahoma.
Para compensar o esbulho, a Casa Branca pagou o valor de 15 milhões de dólares. Enfim, estava consolidada a predestinação contida no Destino Manifesto de exportar o modelo ianque de comportamento: grilar territórios e riquezas estrangeiras.
Descontentes com o tratamento perverso dispensado por oficiais protestantes, um grupo de soldados irlandeses católicos desertaram do Exército estadunidense e aderiu ao Exército mexicano, formando o Batalhão de São Patrício. Entretanto, com a derrota, o general invasor mandou enforcar 17 soldados irlandeses sobreviventes, como traidores. Entretanto, até hoje, esses soldados irlandeses são honrados como heróis mexicanos.
A Casa Branca gastou 100 milhões de dólares, enviou 40 mil combatentes, e 13.780 soldados ianques morreram nos combates. O governo mexicano usou 78.700 soldados, 13.271 morreram, 4.152 feridos e 9.200 desertaram. O poderio da indústria bélica estadunidense era muito superior à mexicana. O roubo do gigantesco território de quase três milhões de quilômetros quadrados e a destruição e humilhação da nação foi tão medonha, que, um século depois, o presidente Lázaro Cárdenas declarou: “Pobre México, tão longe de Deus e tão perto dos Estados Unidos .”
CERQUEIRA, RNFD. A Matança Illuminati na América do Norte. São Paulo: Editora Ixtlan.
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