A Oligarquia Golpista
Ao tomar posse no dia 2 de fevereiro de 1999, como presidente da Venezuela, o tenente-coronel Hugo Chávez Frías desferiu um discurso cheio de citações bíblicas e bolivarianas. O bom bolivariano implantou instrução pré-militar para todos os estudantes do Ensino Fundamental e Médio, abriu os quartéis para o estudo da obra de Simón Bolívar e mobilizou os militares para trabalhos de instrução civil e serviços comunitários.
Em 25 de abril, o Congresso concedeu-lhe poder para governar por decretos em matéria econômica e, nessa mesma data, ganhou o referendum para a eleição de uma Assembleia Nacional Constituinte (ANC), com 92% dos votos. Uma vez instituída, a ANC elaborou a Constituição que:
-implantou a V República;
-alterou o nome do país para República Bolivariana da Venezuela;
-ampliou o mandato presidencial para seis anos ;
-adicionou o poder Moral e o Eleitoral aos poderes Executivo, Legislativo e Judicial;
-substituir o Congresso bicameral por uma única Assembleia Nacional de 165 membros, eleita a cada cinco anos;
-reforçou o poder Executivo, capacitando-o a promover militares, nomear o vice-presidente, convocar referendum e dissolver o Parlamento;
-reconheceu os direitos dos povos indígenas; e
-estabeleceu a participação dos militares na vida pública.
O texto acabado foi apresentado pela ANC em 20 de novembro, em 16 de dezembro um segundo referendum o sancionou, com 71,2% dos votos, e em 20 de dezembro foi promulgada a nova Constituição.
Em 27 de fevereiro de 2000, o presidente Hugo Chávez lançou o Plano Bolívar 2000 que passou a mobilizar civis e militares em tarefas de restauração da infraestrutura social, inspirado no modelo implantado por Fidel Castro em Cuba.
Em 30 de julho, o presidente Chávez foi reeleito com 59% dos votos para um novo mandato de seis anos. Antes de tomar posse, entre os dias 10 e 14 de agosto de 2000, em um giro a dez países relacionados com a OPEP, o presidente Chávez visitou o presidente iraquiano Sadam Hussein, o presidente líbio Anuar Gadafi, e ainda esteve em Teerã, e isso causou mal-estar à elite banqueira illuminati.
Por ocasião da realização da Reunião de Cúpula Especial de Brasilia, ocorrida dia 1º de setembro, Chávez advertiu a seus pares que as nações latino-americanas seriam "aniquiladas", caso não houvesse avanço na unidade da região para combater a criação da Área de Libre Comercio das Américas (ALCA).
Em outubro, Chávez e Castro firmaram o Acordo de Cooperação Integral. Por meio desse sistema de troca-troca, a Venezuela passou a fornecer 50 mil barris diários de petróleo a Cuba e, deste, a receber serviços de saúde efetuados por profissionais cubanos ao povo venezuelano.
No dia 19 de novembro, a ANC entregou amplos poderes a Chávez, fato que levou a oligarquia a taxá-lo de ditador. Nesse mês, o governo de Chávez criou os Círculos Bolivarianos para atender as camadas mais pobres da sociedade, um projeto inspirado nos Comitês de Defesa da Revolução Cubana.
No dia 10 de dezembro, a oligarquia dominante liderou uma greve para intimidar o nacionalista inspirado na política de Simón Bolívar.
Em maio de 2001, o bom bolivariano empreendeu viagem à Rússia, Irã, Índia, Bangladesh, China, Malásia e Indonésia, e participou, no dia 30, da “Cumbre del Grupo de la Cooperación Sur-Sur”, também chamado “Grupo de los Quince (G-15)”.
No dia 8 de setembro, o governo bolivariano entregou 105 mil acres de terras não produtivas, do Estado de Zulia, ao Instituto Agrário Nacional (IAN), para atender à Lei de Terras e Desenvolvimento Rural. Esta deu início à Reforma Agrária.
Os poderosos grupos latifundiários detêm cerca de 70% das terras cultiváveis, mas quase nada produzem nelas, fato que levou o governo à elevação de impostos a essas propriedades, como a expropriações forçadas por lei, em seu projeto de acabar com a importação de alimentos.
Uma vez no poder, o presidente Chávez substituiu 90% dos juízes, trocou 80% dos diretores da estatal Petróleos de Venezuela S. A. (PDVSA), empreendeu viagem de negócios a países não simpáticos aos Estados Unidos da América, criou Círculos Boliviarianos, inspirou-se nos ideais de Simón Bolívar, mudou o nome do país para República Bolivariana da Venezuela, estipulou o imposto de 30% sobre a exploração de petróleo por empresas privadas, proibiu a pesca por arrastão, incentivou as cooperativas de pequenos pescadores, tornou obrigatória a comprovação de titularidade das terras particulares, estipulou em até 5 hectares a área de uma propriedade privada, e concedeu autonomia ao Instituto Nacional da Terra para instaurar processos contra propriedades improdutivas.
Em 10 de outubro, a Confederação dos Trabalhadores da Venezuela (CTV) e a Federação de Câmaras Patronais (Fedecámaras) convocaram uma greve geral contra a Lei da Terra. No dia 29, Chávez criticou energicamente a Casa Branca por ter invadido o paupérrimo Afeganistão.
Então, o ambiente tornou-se propício para seus opositores o atacar.
Assim, o plano diabólico oligárquico começou lentamente a aflorar. Em fins de janeiro de 2002, o cardeal-arcebispo de Caracas, Dom Ignácio Velasco, declarou ao jornal “El Mundo” que a Igreja Católica Apostólica Romana dispunha de mecanismos para excomungar o presidente Hugo Chávez.
E para agravar ainda mais a situação, a oligarquia dominante acusou o governante bolivariano, sem provas, de abrigar combatentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e de ter dado abrigo ao capo peruano Montesinos.
No dia 5 de fevereiro, uma terça-feira, o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, criticou as visitas que Chávez empreendeu a “países mais estranhos”. Enfim, a baba nojenta do Diabo começava a escoar pelo canto da boca de banqueiros illuminati de Washington.
Após o secretário estadunidense haver vomitado o veneno golpista, numa quinta-feira, dia 7, o coronel da Força Aérea venezuelana, Pedro Luis Soto, tornou-se o primeiro militar a pedir, publicamente, a renúncia de seu presidente. Assegurando estar respaldado em nome de 70% dos oficiais das Forças Armadas, o coronel Soto condenou o bolivariano de impor uma ideologia que havia fracassado em outros países.
Poucos dias depois, também, o capitão da Guarda Nacional, Pedro José Flores, como ainda o contra-almirante Carlos Molina Tamayo expeliram vômitos golpistas. Por apoiar os golpistas, o general Alberto Paggioli foi expulso da corporação e o general Guaicaipuno Lameda pediu demissão do cargo de presidente da PDVSA.
O veneno gotejava nas veias da oligarquia dominante. No dia 12, uma terça-feira, o coronel Pedro Soto expeliu novamente o vômito golpista. E após várias semanas tentando defender a moeda bolívar, no dia 13, o Banco Central implantou a livre flutuação do dólar, fato que desvalorizou a moeda nacional em 31,4%.
No dia 20, o Alto Comando Militar expressou seu apoio ao presidente eleito pelo povo. No dia 25, foi a vez do general Ramón Gómez Ruiz tornar-se o quarto militar a pronunciar-se a favor da renúncia do nacionalista bolivariano. O ambiente estava pronto para o golpe de Estado.
Em 5 de março, o Fedecámaras, a CTV, a Conferência Episcopal e a Universidade Católica (UCAB) firmaram o Pacto Democrático, e convocaram a sociedade para a derrubada do governo. No dia 9 de abril, a CTV iniciou uma greve de 24 horas, mas vigorou por tempo indeterminado.
No dia seguinte, o general Néstor González usou um canal de televisão privado para acusar o presidente Hugo Chávez de proteger guerrilheiros colombianos das FARC. No dia 10, os grevistas seguiram até o prédio da PDVSA, e logo a passeata mudou o rumo, seguindo em direção ao Palácio Miraflores, local onde se encontrava uma multidão de chavistas.
A mudança de roteiro não ocorreu por acaso. Ela teve a função de jorrar sangue humano, a prova material que a central golpista precisava para lançar as imagens nas redes de comunicação, exatamente, para levantar a sociedade contra o comandante bolivariano.
A Guarda Presidencial impediu que ativistas das duas passeatas se encontrassem, formando um cordão de isolamento. Porém, nesse momento, francos atiradores golpistas, postados em prédios adjacentes, dispararam contra componentes da passeata oligárquica, matando 17 e ferindo outros 150 ativistas perto da Puente Llaguno.
Com as imagens de sangue na tela, as emissoras de televisão privadas acusaram Chávez de ser o autor da chacina a um povo desarmado. A montagem da prova do crime, ainda que forjada, levou o Alto Comando Militar a renunciar, e deixou o ambiente livre para os golpistas operarem.
Posteriormente, testemunhas confirmaram que os mortíferos disparos foram efetuados por agentes da Polícia Metropolitana, em trajes civis.
Ela estava subordinada ao prefeito da Região Metropolitana de Caracas, Alfredo Peña, um ferrenho adversário do presidente Chávez. A Prefeitura Maior do Distrito Metropolitano de Caracas administra cinco municípios e tem um corpo policial de 18 mil soldados.
A matança, encomendada do exterior, para incriminar o governante bolivariano, levantou o chefe do Estado-Maior da Armada, o vice-almirante Héctor Ramírez Pérez, o prefeito da Região Metropolitana de Caracas, governadores estaduais e até mesmo o antigo ministro do Interior, Luiz Miquelena, a pedirem a derrubada do presidente Chávez.
A ameaça de excomunhão pronunciada pelo arcebispo, as críticas de Powell, as greves que irromperam, o apoio maciço dos meios de comunicação golpistas, somado às declarações públicas de militares do Exército, da Marinha, da Força Aérea e da Guarda Nacional, compuseram o rosário montado pela Casa Branca para incriminar o governo venezuelano.
O plano golpista teve sua fase final na noite do dia 11 de abril, quando o general Efraín Vásquez Velasco informou à nação que o presidente Chávez iria renunciar.
Então, às 22h desse dia, após perder o apoio do Alto Comando Militar, o comandante do Exército, general Efraín Vásquez Velasco, e o inspetor geral e comandante-em-chefe das Forças Armadas, general Lucas Rincón, que estiveram no Miraflores, depuseram o presidente apanhado por um golpe de Estado.
Na madrugada de uma sexta-feira, dia 12, venceria o prazo que os comandantes golpistas deram ao presidente para renunciar. Caso contrário, o Palácio Miraflores seria bombardeado. No mesmo dia, seguindo a um ritual macabro, previamente aprovado, o ex-presidente Carlos Andrés Pérez, exilado em Miami, usou os meios de comunicação para pedir a prisão de Hugo Chávez. Também, o Fundo Monetário Internacional ofereceu ajuda financeira ao governo golpista a ser empossado.
Exatamente, às 3h30 dessa sexta-feira, cinco minutos antes de vencer o prazo dado pelos generais golpistas para iniciar o bombardeio ao palácio presidencial, metido em seu uniforme de tenente coronel paraquedista, o presidente foi posto num carro blindado e levado para a prisão no Forte Tiuna, sede do Comando Geral do Exército.
Então, às 17h30, os generais golpistas deram posse a Pedro Carmona Estanga, presidente da Fedecámaras. No curto reinado de apenas 48 horas incompletas, o velhote da oligarquia golpista baixou as determinações:
-punir os responsáveis pelo “massacre” da Puente Llaguno;
-remover o vocábulo Bolivariana da República da Venezuela;
-dissolver a Assembleia Nacional Constituinte, o Tribunal Supremo e a Fiscalização Geral;
-dotar o presidente de poderes para designar ministros e prefeitos;
-suspender os 49 decretos-lei firmados a partir de 1999;
-mudar o nome da nação para República da Venezuela;
-cortar o fornecimento de petróleo a Cuba;
-desconvocar a greve geral;
-nomear o novo Alto Comando Militar;
-desarmar as organizações civis;
-convocar eleições gerais dentro de um ano;
-desligar a Venezuela dos quadros da OPEP, para fazer baixar o preço do petróleo; e
-privatizar a empresa estatal de petróleo a favor de banqueiros illuminati que trabalham para a implantação da Nova Ordem Mundial.
Os presidentes da Argentina, Paraguai e México, participantes da XVI Reunião do Grupo do Rio, ocorrida na Costa Rica, condenaram a “interrupção da ordem constitucional” na Venezuela.
No sábado, dia 13, o presidente Hugo Chávez foi levado, secretamente, para a Ilha La Orchila, situada a 100 km do Continente, e o milionário Gustavo Cisneros chegou a enviar seu avião particular para remover o presidente para um país centro-americano.
Na tarde desse dia, após pressão dos paraquedistas de Maracay, o golpista Pedro Carmona, alegando que seu governo cometeu erros, restituiu os poderes do Estado que, no dia anterior, haviam sido banidos.
E enquanto Caracas estava sendo varrida por uma onda de pilhagens, a polícia de Carmona disparava à vontade contra chavistas desarmados.
O presidente bolivariano conta que, estando detido em La Orchila, o segurança Rodriguez perguntou-lhe se havia assinado a renúncia. Ao que Chávez lhe replicou: “Não, não renunciei” . Então, o segurança pediu-lhe que pusesse num pedaço de papel essa afirmativa. Com o bilhete misturado à pá de lixo, o guarda deixou a cela com o famoso bilhete. Da ilha caribenha, Rodriguez enviou ao mundo a mensagem de Chávez: “Não renunciei”.
Os jornalistas irlandeses, Kim Bartley e Donnacha O’brian, em parceria com a rede BBC, viajaram a Caracas para produzir um filme sobre a pessoa do presidente Hugo Chávez. A produção teve início poucos meses antes de estourar o golpe de Estado. A dupla de jornalistas encontrava-se na sala do Palácio Presidencial quando ocorreu a deposição do presidente. O casal foi o único presente ao Miraflores a cobrir os acontecimentos que duraram 48 horas do governo de Carmona, o tição fumegante que se rasgou ao penetrar na atmosfera bolivariana.
Próximos aos bastidores, os profissionais efetuaram a cobertura jornalística dos momentos de tensão que desabou sobre a comunidade chavista. Com 75 minutos de duração, “A Revolução não será Televisionada”, da diretora Kim Bartley, a película registrou cenas do curto reinado ministrado por oligarcas golpistas a serviço da Casa Branca.
No momento em que o segurança Rodriguez colocou no ar a mensagem de Chávez, canais de televisão do planeta passaram a divulgar o brado do bolivariano. E quando os ativistas captaram emissoras de televisão estrangeiras, noticiando o brado de seu comandante, cerca de dois milhões deles, portando faixas e cartazes, seguiram em direção ao Palácio Miraflores.
A multidão que cercou a sede do governo, nesse dia de sábado, empunhava faixas com os dizeres: “Chávez não renunciou! Foi sequestrado!”
Ninguém entrava nem saia do prédio sede do governo, cercado por uma mescla de gente a quem Chávez lhes ensinou a exercer direitos de cidadania. A essa gente humilhada pela oligarquia dominante, o comandante bolivariano levantou-lhe a autoestima esmagada.
As câmaras dos jornalistas irlandeses fizeram um apanhado de todos os que compareceram à posse de Pedro Carmona. Lá também se encontrava o arcebispo de Caracas, o golpista religioso metido em seu uniforme clerical. Incomodados por falanges chavistas, os golpistas fecharam as cortinas do Palácio, receosos de serem avistados pela turba que queria o resgate de seu comandante sequestrado.
Ao assumir o poder, Carmona mandou lacrar o Canal 8, da estatal “Venezolana de Televisión”. Somente os canais da oligarquia funcionavam divulgando toda uma baba do Diabo.
Em um bate-papo descontraído de apresentadores de veículos privados, um dos jornalistas chegou a dizer que Chávez não deveria ser levado para a Costa Rica, mas que deveria permanecer na Venezuela para ser julgado. Sem querer, o jornalista revelou ao mundo parte do plano montado para dar sumiço ao governante bolivariano.
No momento em que militares leais ao governo tomaram conhecimento de que o presidente não havia renunciado, e que multidões haviam cercado as instalações presidenciais exigindo a devolução do presidente sequestrado, às 14h, a Guarda Presidencial, usando boinas vermelhas, ao receber o sinal de seus superiores, tomou de assalto instalações ocupadas pelos golpistas.
Nesse momento, Carmona e generais domesticados pela Casa Branca fugiram por uma passagem secreta.
Os membros do governo de Chávez deixaram seus refúgios e reassumiram seus cargos. Emissoras de rádio começaram a divulgar a notícia que os golpistas haviam sido depostos.
Nesse momento, os jornalistas irlandeses filmaram a tela da emissora de televisão “Venezuelavisión”. Alternadamente, Carmona e a jornalista Glenda, da emissora de televisão norte-americana “Cnn En Español”, apareciam na tela. Em um aparelho celular, Carmona atendeu a um chamado da jornalista Glenda, questionando-lhe acerca da tomada do Palácio Miraflores pela Guarda Presidencial. Carmona respondeu-lhe que as informações a esse respeito não passavam de boatos sem fundamento.
Entretanto, poucos momentos depois, o Canal 8, da estatal de televisão entrou no ar com imagens dos membros do governo no Palácio Miraflores em festa. Os militares leais à Constituição obrigaram Carmona a entregar o poder ao vice-presidente Diosdado Cabello Rondón. Ao final do dia, o vice-presidente Diosdado fez juramento como presidente provisório ante o presidente da Assembleia Nacional, Willian Lara, momentos após Carmona renunciar.
De Maracay, o general Júlio José García Montoya, chefe da Casa Militar, apoiado a comandantes de tropas, saiu em defesa da Constituição com o manifesto Operação Restituição da Dignidade Nacional:
“Nós, os soldados cidadãos da Força Armada Nacional, invocando o Título VIII, da proteção da Constituição; artigo 333, cujas realizações se restringem ao estreito apego à Carta fundamental, e às leis da República Bolivariana da Venezuela, categoricamente desconhecemos a junta que usurpou o poder legal e legitimamente constituído da Venezuela”.
Exatamente, às 2h30 da madrugada de domingo, dia 15, paraquedistas e comandos da Armada usaram três helicópteros para sacar o presidente da prisão e transportá-lo ao Palácio de Miraflores. Multidões de chavistas aproveitaram a madrugada para cercar a sede das emissoras de televisão RCTV, Venevisión, Globovisión e as sedes dos jornais El Universal e El Nacional.
Encurraladas, essas emissoras oposicionistas fecharam suas portas durante o domingo festivo. Em um helicóptero da Força Aérea, o presidente Hugo Chávez foi transportado à sede do governo. Dirigindo-se aos presentes, o bolivariano declarou: “A Deus o que é de Deus, a César o que é de César, e ao povo o que é do povo” .
O golpista Pedro Carmona foi metido em prisão domiciliar. Caso fosse condenado, pegaria 20 anos de cadeia; contudo, agostianamente, o oligarca golpista fugiu e pediu asilo político na Embaixada da Colômbia em Caracas.
A revista norte-americana “Newsweek” publicou que o presidente George Walker Bush tinha conhecimento do conluio contra o presidente venezuelano, e que os golpistas mantiveram contato com a Embaixada estadunidense em Caracas. O presidente estadunidense preparava-se para reconhecer o governo de Pedro Carmona, exatamente no momento em que uma plêiade de honrados militares deu o brado de guerra.
Chávez recebeu mensagens de felicitações da ONU, da OEA e de inúmeras nações, menos dos Estados Unidos da América. Na ocasião, o presidente iraquiano Saddam Hussein enviou-lhe uma mensagem de saudação.
Por ocasião da cerimônia que marcou o Dia do Exército Brasileiro, o general-de-exército Durval Nery, baiano de Jaguaquara, enfatizou que o fracassado golpe “teve o apoio do governo americano” .
A presença de adidos militares estadunidenses no Forte Tiuna caracterizou indícios da participação da Casa Branca no golpe de Estado.
No dia 16, o presidente George Walker Bush admitiu ter mantido contatos com os oligarcas. Em uma entrevista que concedeu à rede britânica de televisão BBC, na noite de sábado, dia 11 de maio, o presidente Hugo Chávez declarou ter provas de que militares norte-americanos se reuniram com os golpistas que o depuseram.
“Tenho por exemplo provas, provas escritas, tenho a hora em que entraram [militares ianques] e a hora em que saíram da sede dos golpistas [a maior base de Caracas, o Forte Tiuna] dois oficiais militares dos Estados Unidos, adidos militares da embaixada americana em Caracas”.
Questionado por um repórter a respeito da tentativa de derrubar o presidente Hugo Chávez, o cinismo do usurpador Pedro Carmona Estanga extrapolou os quadrantes da moralidade, ao enfatizar que não houve golpe na Venezuela.
O plano golpista teve continuidade no dia 22 de outubro, quando oficiais dissidentes ocuparam uma praça no centro de Caracas. Também, no dia 2 de dezembro de 2002, setores sindicais e empresariais iniciaram uma greve geral para exigir a renúncia do presidente. Nessa ocasião, funcionários da PDVSA uniram-se aos grevistas. O governo aproveitou o ensejo e demitiu 18 mil petroleiros rebelados. A greve somente terminou no dia 2 de fevereiro de 2003, e arruinou a economia.
Quando da deposição do presidente bolivariano, a Casa Branca soltou foguetes, porém, ao ser restituído ao poder, o governante estadunidense modificou sua posição. Não foi por acaso que o mandatário mudou rapidamente de textura.
É que o mercado norte-americano importa da Venezuela grande quantidade do petróleo que consome. A mão oculta imperial alimentou os golpistas, as greves, as passeatas sanguinárias e as declarações mentirosas lançadas nos veículos de comunicação para incriminar o comandante bolivariano.
Por ocasião de sua visita oficial à República Dominicana, dia 6 de novembro de 2004, na coletiva que concedeu a jornalistas, o presidente Hugo Chávez declarou possuir provas e imagens comprobatórias do apoio prestado pelo governo da Casa Branca aos generais golpistas.
Segundo Chávez, numa violação às leis internacionais, navios de guerra norte-americanos violaram a soberania das águas territoriais venezuelanas, aviões e helicópteros militares estadunidenses aterrissaram em vários aeroportos no dia do golpe, e militares americanos coordenaram e assessoraram militares golpistas.
CERQUEIRA, RNFD. A Matança Illuminati na América do Sul. São Paulo: Editora Ixtlan.
Hoje, cerca de 17 anos depois, o invasor ianque, a serviço do Polvo Cabalista, planeja invadir a Venezuela, e o fará para se apoderar das enormes reservas de petróleo, gás, ouro, bauxita, água doce, florestas gigantescas, instalar bases militares, e se apoderar do Banco Central da Venezuela.
Apavorado com o crescente bélico da Rússia, China, Coreia do Norte e Irá, o invasor ianque removeu suas tropas do Oriente Médio e Afeganistão, para se reagrupar.
Sabedor de que precisa de enormes reservas de petróleo para ter condições de suportar uma guerra com essas nações, é que deseja invadir a Venezuela.
E o Brasil que se cuide, porquanto, o invasor ianque não tem amigos, mas interesses. Caso consiga dominar a Venezuela, logo, logo, se voltará para o Brasil, exatamente, para instalar uma Zona de Retaguarda na Amazônia Internacional.
Caso isso venha ocorrer, irá se apoderar de suficiente petróleo, gás, ouro, nióbio, bauxita, e minerais os mais variados, elementos que lhe garantirão sobreviver.
Então, ao invés de estar malhando a Venezuela, o Brasil deveria estar ao lado da Venezuela, apesar das diferenças atuais, para tentar frear o inimigo invasor, especializado de roubar petróleo de nações soberanas.