A HISTÓRIA NOS CONTA - PARTE VI
Breve comentário da escravidão negra no Brasil.
Lendo o comentário no livro “Manuel Vitorino Pereira e o Desencanto Político” do autor Alexandre Passos na parte da Escravidão no Brasil, ele diz: “Se bem que fosse comum, entre os povos romanos e gregos, a escravidão dos vencidos após guerra. Já a escravidão na Idade Média, houve tentativa de abolir uma vez. Mas não passou de uma ilusão o nobre designo; menos de cem anos depois, a escravidão é restabelecida pelos europeus. Inglaterra, França, Espanha, Holanda e Portugal encontraram na Àfrica o seu melhor núcleo de recrutamento de trabalhadores para as suas Colônias, sem nenhuma remuneração. Nasceu dessa forma a escravidão negra em massa. Mas esse procedimento não podia durar indefinitivamente.
A Inglaterra, em 1807, aboliu o trafico, policiando os mares, a fim de que outras nações não a praticassem.
Em 1833, deu-se a abolição total em todas as suas Colônias.
A grande revolução socialista de 1884 de que se originou a primeira República francesa, extinguiu a escravidão na França e suas Colônias.
Portugal foi a primeira nação a reiniciar a escravidão, ainda no reinado de D. João I (1383/1433), em pleno século XV. Foi também das últimas a extingui-la. As Colônias portuguesas só em 1876 ficaram livres da escravidão. Mas, no Brasil veio com Tomé de Souza e só terminou em 13 de maio de 1888. ( Fonte do livro “ Manuel Vitorino e o Desencanto Político.” – autor Alexandre Passos.
ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA NO BRASIL:
1º) – Proibiu-se o tráfico de Africano em 1831 2º) – Libertação do Ventre Livre(Lei Áurea) em 1871. 3º) – Libertação dos sexagenários em 1885. 4º) – Libertação incondicional de todos os escravos em 13 de maio de 1888.
Para se ter uma idéia de quantos escravos existiam somente no município de Cachoeira, conforme relato na “Efemérides Cachoeiranas” do autor Aristides A. Milton, consta na Revistado Hist.Geo. e Histórico da Bahia nº 23 a 28 pág. 180.“Em virtude da Lei de 28 de setembro de 1871, que declarando livre o ventre da mulher escrava, mandara proceder à matricula de todos os escravos existentes então no Brasil, foram, como tais, arrolados na Coletoria Geral desta cidade, 17.207 sendo 8.848 homens e 8.259 mulheres. Já em 31 de dezembro de 1875, por força da Lei haviam sido matriculados, na mesma Coletoria 2.351 filhos livres de mulheres escravas, sendo 1.172 do sexo masculino e 1.179 do sexo feminino.A Coletorias é dos Distritos dos municípios de Cachoeira, São Félix e Curralinho.”
É bom lembrar:
“Os primeiros mestres de obras que aportaram na Bahia, foram: Luís Dias, João Massé e depois Filipe Guilhem, foram também os primeiros construtores das casas de Engenhos e das casas grandes.” ( Fonte do livro “Manuel Vitorino e o Desencanto Político.” – autor Alexandre Passos.) Conforme narrativas no livro da Revista do Inst.Geo. e Hist. Da Bahia,nº93 ano 1997, autor: Luis Leal Filho. “Os subterrâneos de Salvador e a Tradição” – Francisco de Farias da Mesquita – Engenheiro-Mor fez diversas construções: Santa Casa da Misericórdia, Mosteiro de São Bento e reformou Fortes. Já era conhecido em Natal – Rio Grande do Note em 1614.
VAMOS ACOMPANHAR O DEPOIMENTO ABAIXO DE UM ESCRAVOCRATA QUE NÃO QUERIA A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA TOTALMENTE LIVRE, PÓS EM SUA OPINIÃO A MELHOR MANEIRA SERIA EM FORMA DE IDENIZAÇÃO AOS SENHORES DO ESCRAVO E LIBERDADE GRADUAL. Para não prejudicar o comércio e a lavoura. Como também, é contra o pagamento de imposto sobre a compra e venda do escravo.
“O imposto sobre escravos só atinge aos não pertencem à lavoura. Sempre considerados injustos, semelhante distinção entre o escravo do campo e o da cidade, e em tese essa regalia concedida ao proprietário rural importa uma desigualdade para com os demais senhores de escravos.
È sabido que, em regra geral, o escravo na cidade é muito melhor tratado, vestido, alimentado, trabalha menos, com serviços leves. E os lucros que eles dão aos seus senhores em serem vendeiros e alugues, deixa em mãos uma boa soma, são maiores do que os do campo. Não é justo está cobrança de imposto, é claramente injusta. É uma forma de proteger a lavoura e os grandes ricos donos de Engenhos e terras. Isenta-os de pagar pelos seus trabalhadores e penaliza aqueles que não têm lavoura.”
( Fonte do livro: “ Elemento Escravo”- as questões econômicas do Brasil – 1885 autor: Augusto Álvares Guimarães – págns.69)
FATOS MARCANTES DA ÉPOCA“ Pelourinho é uma coluna de pedras ou pilastra, erguida em meio da praça pública chamada também terreiro, símbolo do poder municipal. É uma coluna de cantaria com argolões fixos de bronze, amarrados aí os condenados a açoites públicos. A patriótica Sociedade Dois de Julho conseguiu da Câmara Municipal a abolição do infamante instrumento de súplica Colonial, sendo destruído a 7 de setembro de 1835.
As execuções públicas se realizavam em vários lugares; na praça da Piedade os nossos mártires da Inconfidência Baiana, padeceram ( hoje treze de maio ). No Campo da Pólvora foram os condenados da Revolução Pernambucana de 1817, daí chamado o largo Campo dos Mártires, ( hoje Dom Pedro II ). No Terreiro de Jesus, houve execução capital. O “Pelourinho” ficou somente o nome que lembra “pelouro” ou pedra de arremessos, porque o apedrejamento era sanção pública, com que se castigava o “escândalo”, que é pedra também, embora, que isso seja “ pedra de escândalo” ou dito popular: “ atrás do apedrejado – corre às pedras como os pelouros atados ao poste, do Pelourinho”. ( Fonte do livro: “ Livro de Horas “ – autor: Afrânio Peixoto).
“ O Pelourinho, uma coluna de pedras de cantarias, com argolas de bronze, onde eram amarrados e castigados, pública e barbaramente, os escravos e os condenados à pena de açoite. Mais tarde, este poste de súplica, foi mudado para o alto da ladeira do Rosário da Baixa dos Sapateiros, ficou até poucos anos, denominado o local de Largo do Pelourinho, hoje praça José de Alencar.
Por ordem da Câmara Municipal, foi demolido o infame “Pelourinho” em 1835, colocando no seu lugar um chafariz em 1857, ano em que começou esta cidade a ter fornecimento de água potável, sendo então levantados vários chafarizes nas principais praças. Alguns de mármores de carrara de valores artísticos, que pouco a pouco, estão desaparecendo de nossas vistas, por serem já coisa inúteis para o senso estético de nossos governantes”. ( Fonte extraído do livro: “ Bahia Histórica” autor: Sílio Boccanera Jr.)
“Casa das setes mortes,” – Rua do Passo, sobrado nº 24 na frente revestido de azulejos. Reconstruída em 1889, conforme uma pedra mármore existente no alto da entrada da porta principal. Dar-se o nome, por motivo do crime sete assassinados no interior deste sobrado, pertencido a uma família cujo dono era português e o inimigo entrou na hora da janta e matou os sete membros da mesma família a golpes de facadas.”(Fonte do livro: Revista do Instituto e Geográfico de Histórico da Bahia – parte referente a “Brasil Histórico” de Mello de Moraes)
Trabalho de pesquisa de Álvaro B. Marques