A Última Batida do Martelo I
Aquela cena, a última de sofrimento do homem da Galileia na terra, causou espanto em toda a humanidade; tanto a judeus, seu próprio povo, como a gregos e outros mais de norte a sul do universo. Houve trevas no mundo inteiro diz o narrador; terremotos e abalos; choque de ideias e pensamentos também fora registrado. O mundo sem que o soubessem, estava expondo ali o Senhor, e o céu como no meu primeiro livro, "do alto assistia calado aquele martírio".
A terra se partiu ao meio, principio e fim de todas as coisas. O mundo nunca mais foi o mesmo.
Houve uma grande comoção em todo o universo.
Na terra choro, lágrimas, muitas lágrimas; mas também festas pelos seus opositores; pura religiosidade e sensacionalismo, que de fato o foi, e, sobretudo, política, politicagem ou politicalha.
No inferno, também houve festas pela morte do Filho do Céu.
A terra e o inferno de mãos dadas estavam em festas.
O carnaval estava formado.
Sem que ninguém enxergasse a olhos nus, o terrível Sátiro e toda sua cúpula rilhando os dentes e urrando como leões ferozes, abanando suas cabeças se gloriavam ante ao desfecho daquele evento dizendo repetidas vezes: Bem feito!
E aos ensurdecedores e amalucados gritos, diziam: - nós o matamos! - acabamos com ele!
Pulavam, gritavam, dançavam e gesticulavam como loucos seus braços; o carnaval era formado!
Sim, repito: o carnaval, banhado a máscaras, confetes e serpenti-nas estava formado, diz a tradução do português para o grego.
"To karnaváli pou loústike se máskes, komfeti kai tainíes schimatístike"
E o céu? - pergunto! E o céu naquele momento? - pergunto eu, ora olhando para ele como nas madrugadas escuras e frias abrimos nossa janela e num ímpeto de curiosidade mediante o sopro dos ventos gelados em nosso rosto, levamos nossos olhos à linha do horizonte querendo crer que tudo poderia ser diferente; que Cristo deveria ser mais valorizado pela inconsciente humanidade.
Trecho do meu livro "A Última Batida do Martelo - Bateu-se o martellu; o Cordeiro Venceu"