A Restauração dos Protocolos Relacionais - Capitulo 1

O Estilo "Single" de ser

O estilo “single” ou solitário de ser popularizou-se em nossos dias como resposta às falências relacionais observadas ou experimentadas, seja nos ambientes familiares ou nas amizades estabelecidas.

A individualidade como proposta ganhou corpo, força e mercado. Fez com que pessoas procurassem viver afastadas umas das outras, preferindo viver relacionamentos extracionistas e circunstanciais.

As pessoas, na ótica de tantos, passaram a servir aos interesses e apenas para atender às suas necessidades.

Relacionamentos aprofundados passaram a ser abandonados e a lógica do interesse prevalece.

O ditado que diz “antes só do que mal acompanhado” tem sido levado à risca por tantos. O problema é que nossa definição de “mal acompanhado” pode estar ligada ao interesse de culpar outros por problemas relacionais dos quais nós também temos culpa e responsabilidade.

Vejo pessoas advogar que devem andar sozinhas porque todos as tentativas relacionais anteriores foram frustradas.

Histórias de várias rupturas conjugais, de várias amizades desfeitas, de diversas decepções relacionais que os outros lhes causaram.

Diante disto, fico a perguntar: Seriam mesmo os outros os verdadeiros e únicos culpados? Nenhuma responsabilidade temos? Nada há em nós que de alguma maneira tenha potencializado tais crises relacionais, seja no casamento, na família ou nas esferas outras da vida?

Deus não nos criou para a solidão. No Salmo 68. 6 a Palavra de nos diz que “Deus faz que o solitário viva em família; liberta os presos e os faz prosperar; mas os rebeldes habitam em terra árida.” Isto apoia a sinalização dada pelo próprio Senhor de que o ser humano não foi feito para a solidão. “E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só;” Gn.2.18.

Como vimos no Texto Bíblico acima, a proposta de Deus para as nossas vidas não é a da solidão, mas dos relacionamentos interpessoais abençoadores.

Dentro do plano de Deus, nunca será bom que o homem esteja só.

Deus é um Deus relacional. Em Gn. 1.26. ao criar todas as coisas não o fez sozinho, mas em equipe ...“Façamos”.

Somos seres criados para ser sociais e interpessoais.

Ser imagem e semelhança de Deus vai muito além de ter uma mente inteligente, uma personalidade, emoções, mas também significa que herdamos dEle a capacidade de nos relacionar com o outro.

Alguém só pode dar aquilo que tem para outra pessoa e, com Deus, isso não é diferente; só temos a capacidade de nos relacionar porque este é um dos atributos que o próprio Deus tem por essência, e Ele nos deu esta atribuição.

Muitas das crises humanas se formam na má condição dos relacionamentos.

Vivemos crises e conflitos familiares (entre pais e filhos, irmãos, parentes), conflitos de relações interpessoais com amigos, conflitos de relações interpessoais nos níveis de autoridade (Professores, patrões, ambientes escolares ou de trabalho), conflitos de relações eclesiásticas (Pastores, Lideres, discipuladores, irmãos de igreja).

Muitos destes conflitos derivam exatamente de corações que não estão resolvidos em seu primeiro nível, ou seja no tocante ao seu relacionamento com o Senhor.

Pessoas que não estão em paz com Deus não estarão em paz consigo, e pessoas assim jamais conseguirão estar em paz o outro.

Como proposta, hoje poderíamos pensar:

a) Nosso relacionamento com Deus em relação à Identidade de Filhos está resolvido, ou seja, já podemos dizer que nos vemos como FILHOS DE DEUS? João 1.12; Romanos 8.16; Romanos 8.17; I Tessalonicenses 5.5; I João 3.2

b) Será que se entendermos nossa posição de FILHOS DE DEUS e nos relacionarmos com ELE como nosso Pai, fará isso diferença no modo como nos vemos à nós mesmos? Lucas 6.36; Efésios 2.18; Romanos 8.15; Gálatas 4.6.

c) Todo filho expressa algo do seu Pai em suas características, então, no tocante aos relacionamentos interpessoais teremos todos a possibilidade de expressar as seguintes caraterísticas do Pai.

1. O Pai é MISERICORDIOSO. Efésios 2.4; Salmo 66.20; Mateus 9.13.

2. O Pai é CONSOLADOR. Romanos 15.5;

3. O Pai é VERDADEIRO.

4. O Pai é RECONCILIADOR. 2 Corínitos2.17,18.

Seria então verdadeiro pensar que se expressássemos estas características do PAI em nossos relacionamentos interpessoais, especialmente quando eles são cercados por conflitos, haveria maior possibilidade de cura e restauração, não é mesmo?

Vamos orar juntos agora mesmo para que Deus derrame destas características em nossas vidas?

Ore assim:

“Pai, fui criado para viver em Tua Presença nesta terra, mas também para ser benção e ser abençoado por aqueles que, à minha volta, seja na minha família, no meu trabalho, na minha escola, na igreja, na sociedade ao meu redor. Quero pedir-lhe que possa vencer todas as condições relacionais complexas, e, naquilo em que o erro estiver em mim, ajuda-me, perdoa-me e dá-me a condição de reconhecer a minha responsabilidade, a minha parte no problema. Uma vez que eu reconheça, ajuda-me a quebrantar-me e pedir perdão. Quando eu precisar, ajuda-me a perdoar, a liberar aqueles que me feriram ou prejudicaram. Que jamais eu caia na armadilha de desejar a solidão e assim perca a benção dos relacionamentos abençoadores, em nome de Jesus, amém.