A Sabedoria e a Depressão

Assim dando continuidade a série " Vilões da Bíblia " e a subcategoria " israelitas rebeldes ", nesse momento escrevendo a décima segunda coluna sobre a sabedoria e a depressão.

Simbolicamente lidar com a chama da sabedoria e procurar representá-la é um processo longo e demorado que exige um certo grau de dedicação e compreensão.

Assim o sábio releva sabedoria a um ponto problemático e saudável onde se pode ter uma certa posição clara acerca do seu mundo, em que tudo precisa ser muito claro e calculado.

Bem o sábio Aitofel dimensiona a sua sabedoria a um modelo de experiência de vida expondo suas lúcidas perspectivas acerca da polifonia da vida.

E sua compreensão cresce á medida que surgem dúvidas e incertezas deleuzianas evidenciam sua sagacidade construída no páthos da solidão adequada a essa forma de reflexão.

Diante dessas evidências concretas, sua sabedoria coexiste com as convicções complexas da sua nação, essa busca da sabedoria mediante a observação.

O sábio Aitofel considera sua sabedoria uma forma de graça absolutamente perfeita diante da Corte Real como um mecanismo da existência bem polifônica. Reagindo sonoramente a sua sequência musical mediante suas certezas.

Raramente poderia desafiar o modus operandi da Corte e naturalmente expunha sua sabedoria mediante a crença advinda da experiência colhida nos caminhos e atalhos.

Inicialmente o sábio Aitofel desconfia que os riscos vem á cavalo, busca mudar seu foco e seu entendimento recriado mediante as verdades existenciais contidas em suas estruturas poéticas da sabedoria.

A visão contida em seus termos providos de sabedoria revelam os detalhes primordiais da experiência adquirida ao longo da existência capitalizada pelo uso do poder.

E ao capitalizar o conhecimento e o distribui em forma esplêndida de conselho na medida que é inquirido ou solicitado seus conselhos e sua experiência como ancião.

Assim o sábio sofria depressão por não ter seus conselhos ouvidos por quem precisaria deles naquele momento. O escritor David Foster Wallace também sofria depressão.

Diante deste fato, mas ele era um sujeito angustiado. Angustiado para se entender, para entender os outros, para entender como cada um de nós pode tentar entender os outros, como cada um pode entender como os outros tentam entender os outros, e nós e (aaargh!) assim por diante.

E se há algo de quintessencialmente wallaceano são essas espirais, esses corredores de espelhos, esses caminhos circulares que levam para dentro depois de passar por dezenas de lugares, centenas.

Portanto a biblioteca dele foi doada para uma universidade. E entre seus livros, em geral anotadíssimos, apareceram romances e mais romances, poesia, filosofia e… livros de autoajuda!

Realmente, como é que pode um cara tão inteligente ler esse tipo de coisa? E as pessoas correram direto com uma explicação profissional: ele estava fazendo pesquisa.Somente aprofundando seus conhecimentos como um bom escritor.

Ele praticamente reinventou a escrita de não ficção com ensaios imensos que não parecem nada que você tenha lido antes. Ele escreveu alguns dos contos mais originais, mais imaginativos, mais longos, densos e brilhantes que você pode ler em inglês. Ele escreveu um clássico sob forma de discurso de formatura! Ele foi o cara que conseguiu fazer o final “e era tudo apenas um sonho” virar uma pancada formal totalmente inédita!

Sinuosamente o mais impressionante dessa abundância, dessa fertilidade aparentemente sem fim, dessa honestidade e desse total comprometimento com o “humano”, com a “empatia”, a “compassividade”, com as tentativas de entender a solidão, o amor, as faltas, os vícios, é que tudo está inaugurado e profundamente desenvolvido em um só livro.

Simpaticamente o romance Graça Infinita tem mais de mil páginas, mas se você para e decide tentar avaliar a quantidade de coisas que ele estava tentando realizar, abarcar ali, percebe que o livro até parece pequeno.

Assim exatamente como Wallace resolveu encarar o problema do excesso de informação simultânea na prosa mais veloz e onívora que você já leu (já se disse que não foi à toa que ele encontrou seu público especialmente na geração pós-internet).

O que foi que deu errado? Esse não era o grande papel da grande literatura? Onde foi que a ironia elegante do modernismo se transformou na ironia comercializada/institucionalizada e cool dos anos 80? Prezado leitor não deixe de ler o romance a ' Graça Infinita ' e o ensaio Eu e Você segundo David Foster Wallace escrito pelo tradutor Caetano Gallindo na revista Piauí.

JessePensador
Enviado por JessePensador em 04/11/2018
Reeditado em 04/11/2018
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