Pés que Brilham; Cor que Alumia
Introdução
"No tocante ao amor fraternal, não há necessidade de que eu vos escreva, porquanto vós mesmos estais por Deus
instruídos que deveis amar-vos uns aos outros" ITes 4:9
A cor negra da pele, todo o encanto e beleza de uma raça, que deve se orgulhar de sua cor.
Novamente aqui estamos. Digo até no plural, pois são dois sentimentos, se assim posso dizer, que caminham conosco; uns livres, outros infelizmente presos, escravos em suas emoções e pensamentos, que contrário aos requisitos do Criador, vivem com suas mentes incapazes de reconhecer a grandeza do ser que igualmente somos, indiferente à cor, raça, credo ou religião.
Na verdade eu pensei, e pensei, andei para lá, andei para cá, levei a mão ao queixo, olhei da janela e refleti se deveria mesmo escrever acerca desse assunto, haja visto, tamanha repercussão que um dia quem sabe, poderia gerar nesse mundo patriarcal, face a essas desigualdades sociais que ao longo dos tempos temos assistidos e de tão
complexo, poderia ser que ninguém interessaria lê-lo, quando lembrei-me de uma frase do escritor e professor Leandro Karnal quando disse: "se recuso um texto porque acho que não será lido por alguém, é porque dialogo mal com minha vaidade", e, segundo ele, a vaidade e o orgulho constitui, na tradição religiosa, o primeiro pecado e sendo assim, pra não tornar-me um pecador em extremo, aceitei mediante minha consciência, escrevê-lo.
Mas enfim, considerações a parte, novamente aqui estamos, eu e meus dois sentimentos que de acordo com o Silveira Bueno, nada mais são que o ato de sentir, sensibilidade; paixão; finalmente, minhas livres "emoções e pensamentos", sim, somos livres; enfim, caminhando lado a lado numa satisfação ainda muito maior, indizível quem sabe? Como regidos pela batuta da Verdade e Justiça, a exemplo do Maestro da Vida que comanda com olhos de amor e compaixão essa orquestra multirracial, quando de sua sublime sensibilidade do coração da alma, numa louvável exposição do grandioso valor dos "fré yo nwa" - no Crioulo Haitiano - ou irmãos negros; na apresentação do
grande valor dos irmãos negros, a comunidade negra, que indiferente ao seu colorido onde se destaca às demais, se torna o grande brilho da história; a comunidade negra que nada mais é ou possui, numa gloriosa rima inspiradora capaz de me tirar do chão e alçar voos, "A bravura de um povo lutador". A história dos negros no mundo consiste na luta em defesa da vida e da liberdade.
Fico deslumbrado e porque não dizer, de queixo caído quando pelos olhos da memória avisto nos longínquos tempos e arredores, a luta desse povo em manterem sua identidade; o DNA de sua persistência e perseverança é parte integrante da sua alma, que, por conseguinte os tem feito Vitoriosos. É! Me sinto alegre, claro! Em saber que primeiramente somos todos iguais perante o Criador, e é bom que os brancos se lembrem disso; e me revolto quando vejo que "não todos, e sim, poucos os que concordam com esse princípio"; o Criador que não faz acepção de pessoas; sejam brancos de olhos claros como negros de escuros, ou na contra-ordem, negros de escuros como brancos de claros, todos provém Dele, vivem Dele, pertencem a Ele, e a Ele será devolvido, e depois, pelo que aprendemos com eles (negros) em sua perseverança, esperança e por fim, a tão gloriosa conquista que é, ainda que meio tímida e invisível, a liberdade para com a vida como escreve
Mônica Custódio - Secretária de Política de Promoção da Igualdade Racial no dia internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial criado em memória dos mortos e feridos no massacre de Shaperville na África do Sul em Março de 1960 onde faz uma dura crítica à ONU em que, "em sua esteira da campanha de valorização dos afrodescendentes, segue o recrudescimento da política de extermínio da juventude negra" - "A história dos negros no mundo consiste na luta em defesa da vida e da liberdade" e, "Toda a historiografia negra, desde o escravismo, é marcada pela luta no direito à liberdade e à vida - a história do negro em qualquer parte do mundo é, antes de mais nada, a história de luta pela vida" e ainda, "porque a vida, e a liberdade de nossa juventude negra, IMPORTA, ressalta a secretária.
Trecho do meu livro ainda em andamento "Pés que Brilham; Cor que Alumia"
iraldir fagundes