A Sabedoria e a Franqueza

Assim dando continuidade a série " Vilões da Bíblia " e a subcategoria " israelitas rebeldes ", nesse momento escrevendo a nona coluna sobre a sabedoria e a franqueza.

Simbolicamente lidar com a chama da sabedoria e procurar representá-la é um processo longo e demorado que exige um certo grau de dedicação e compreensão.

Assim o sábio releva sabedoria a um ponto problemático e saudável onde se pode ter uma certa posição clara acerca do seu mundo, em que tudo precisa ser muito claro e calculado.

Bem o sábio Aitofel dimensiona a sua sabedoria a um modelo de experiência de vida expondo suas lúcidas perspectivas acerca da polifonia da vida.

E sua compreensão cresce á medida que surgem dúvidas e incertezas deleuzianas evidenciam sua sagacidade construída no páthos da solidão adequada a essa forma de reflexão.

Diante dessas evidências concretas, sua sabedoria coexiste com as convicções complexas da sua nação, essa busca da sabedoria mediante a observação.

O sábio Aitofel considera sua sabedoria uma forma de graça absolutamente perfeita diante da Corte Real como um mecanismo da existência bem polifônica.

Raramente poderia desafiar o modus operandi da Corte e naturalmente expunha sua sabedoria mediante a crença advinda da experiência colhida nos caminhos e atalhos.

Inicialmente o sábio Aitofel desconfia que os riscos vem á cavalo, busca mudar seu foco e seu entendimento recriado mediante as verdades existenciais contidas em suas estruturas poéticas da sabedoria.

A visão contida em seus termos providos de sabedoria revelam os detalhes primordiais da experiência adquirida ao longo da existência capitalizada pelo uso do poder.

E ao capitalizar o conhecimento e o distribui em forma esplêndida de conselho na medida que é inquirido ou solicitado seus conselhos e sua experiência como ancião.

Assim sua sabedoria possui uma forma de graça e de certa ironia adequada ao contexto social em que ele faz parte. O sábio Aitofel constitui uma forma saudável de pensamento.

Finalmente essa ironia literária faz parte das obras escritas pelo escritor David Foster Wallace em uma criação artística séria e relevante com extrema dose de profundidade.

Realmente essa dose de profundidade em cada forma de pensamento exposto pelo escritor David Foster Wallace, a ironia praticada pelo escritor era uma forma de sabedoria com extrema graça ou sinceridade.

Aí nessa forma de sabedoria com sinceridade o escritor podia identificar uma ausência dela no mundo atual. A sinceridade é um caminho de duas vias. Ser verdadeiro com o outro implica em ser verdadeiro consigo mesmo: é tanto meio quanto fim, e o propósito é a transparência na comunicação. Já a autenticidade pressupõe que ser verdadeiro consigo mesmo prescinde do outro, que serve como plateia de um espetáculo particular

Quando o eu autêntico, soberano e que se deseja (e se enxerga) único, não admite a possibilidade de ser conhecido genuinamente fora de seus próprios limites, e assim ganha um status absoluto. É um fim em si mesmo. Todo valor externo se torna relativo, e cada tijolo empilhado na construção e expressão (ou, poderia ser dito, na performance) de um eu autêntico acaba erguendo um muro que confirma esse isolamento.

Usualmente a autoexpressão assume o lugar da intersubjetividade: o outro como olho – como alheio – ao invés de semelhante. Como resultado, distanciamento e narcisismo. Apatia substituindo empatia. O discurso do século passado foi a autenticidade. E agora?

E há um movimento de retorno à sinceridade que se manifesta sob vários rótulos (New Sincerity, metamodernismo, pós-ironia e por aí vai) ou abre mão deles, e do qual um dos pioneiros foi o norte-americano David Foster Wallace, morto em 2008.

Zelosamente a busca da sinceridade e da conexão emocional genuína, e o repúdio à ironia como discurso dominante, sinalizada no já clássico ensaio E Unibus Pluram, eram a intenção (conceito pouco autêntico, bastante sincero) temática por trás de sua obra já se tornou consenso entre leitores e crítica.

A leitura de seus escritos reforçam esse pensamento acerca da sinceridade, mas haveria como escrever ficção sem lançar mão de ambiguidade, usando uma linguagem quase que puramente denotativa? Como isso se diferenciaria de um simples relato? Quais os limites da ficção, da linguagem, da comunicação humana? David Foster Wallace não está mais aqui para nos responder. Nisso convido o prezado leitor a ler a obra monumental " Graça Infinita" escrita pelo escritor David Foster Wallace.

JessePensador
Enviado por JessePensador em 25/10/2018
Reeditado em 25/10/2018
Código do texto: T6485729
Classificação de conteúdo: seguro