Judeus para Jesus

Enquanto a liderança religiosa da nação judaica continua no velho rastro de rejeição ao Messias prometido pelas Escrituras, um grupinho de judeus se voltou para o conteúdo de Isaías 53, e passou a ver Jesus de Nazaré como o Messias pendurado no madeiro.

Segundo o pastor José Boechat, o jornal “O Globo”, de 8 de agosto de 1976, publicou uma reportagem a respeito de um movimento religioso surgido no seio da comunidade judaica norte-americana. Esses adeptos do movimento “Judeus Para Jesus” aceitam tanto o Antigo como o Novo Testamentos como de inspiração divina, e creem que Jesus, o Nazareno, foi o Servo Sofredor de Isaías 53.

O judeu cristão Moishe Rosem enfatizou que a comunidade é constituída por cerca de 100 mil membros que se tornaram cristãos, que aceitam o senhor Jesus, o Cristo, como o Messias Prometido, que estudam o Novo Testamento, que frequentam igrejas cristãs, e que está se cumprindo o conteúdo de Romanos 11.25.

Rosem alegra-se de que, apesar de suas raízes e tradições serem judaicas, isso não anula o fato de aceitar a Yeshua ben Yossef como seu salvador, e que o Eterno não está interessado na religião que acatou, porque, o importante é arrependimento de pecados e aceitar a Jesus como o Enviado divino.

Para Rosem, todos os discípulos eram judeus e nenhum deles renunciou o judaísmo para seguir seu mestre. Os discípulos compreenderam que seu mestre era o Messias Prometido, e que os “Judeus Para Jesus” acreditam que o Messias crucificado vai voltar para restaurar todas as coisas.

Esses judeus acreditam que Jesus era filho de judeus da casa de Davi e que ofereceu salvação aos gentios.

A comunidade judaica cristã diz não estar inventando nada, que essas verdades são antigas, que nunca negaram que são judeus, que têm grande lealdade com a família, que há rabinos que aceitam a Jesus como o Messias, que muitos judeus estão se cristianizando em Jerusalém e Haifa, e que existem centenas de judeus cristãos na Rússia.

Os membros do movimento “Judeus Para Jesus” são bem recebidos nas igrejas cristãs e nas sinagogas; nestas, desde que não proclamem a nova fé em Jesus de Nazaré.

Esses judeus cristãos têm sua sede na “Junta Americana de Missões Para os Judeus”, na 236 West Rue 72, em Nova Iorque, onde os vários grupos se encontram, aos sábados, para o “Sabath”, cerimônia judaica da “Beth Sar Shalom Christian Fellowship” ou “Congregação Cristã-Hebraica Beth Sar Shalom”, um movimento evangélico para judeus que aceitam a Jesus Cristo como o Messias.

Nessa ocasião, acreditava-se haver cerca de 15 mil judeus cristãos em New York, e todos acreditam que a vinda de Cristo é iminente. Esses judeus cristãos são pré-milenários e pró-Israel, e assim acreditam estar antecipando a segunda vinda de Jesus, o filho de José, e que Ele dirigirá o mundo tendo Israel como centro, e isso é fato bíblico comprovado.

Em novembro de 1988 havia cerca de 2.800 judeus em Israel que confessavam publicamente a Yeshua ben Yossef como o Messias prometido pelas Escrituras. Para David Tel-Zur, um judeu que deixou a Índia com apenas um ano de idade para viver em Israel, as Sagradas Escrituras começam “no Gênesis, o primeiro livro de Moisés, passa por toda a Bíblia, e termina com a Revelação do Senhor Jesus, o Messias, isto é, o Apocalipse”. Esse professor de Biologia discipulava um grupo de judeus messiânicos em Israel.

Até o ano de 1994, as estimativas apontavam para 4 mil o número de judeus messiânicos residentes no Estado Judeu, e se chamavam messiânicos por crerem que Jesus é o Messias.

Por sua vez, visando impedir que a comunidade judaica venha absorver a mesma corrente teológica, a Corte Suprema de Israel decretou que o judeu que aceitar a Jesus como o Messias não poderá preencher os requisitos de cidadania israelense.

E para implantar uma nova Inquisição, o Ministério do Interior planejou revogar o direito de cidadania de todos os judeus messiânicos que haviam imigrado após a data de 25 de dezembro de 1989.

Em uma das ruas da cidade de Arad, no Deserto do Neguev, região ocupada pelo antiquíssimo reino cananeu do rei Arad, havia uma casa habitada pela cidadã israelense Polly Sigulim, mãe de 3 filhos naturais e de 5 crianças adotadas, que aceitou a Jesus de Nazaré como o Messias prometido pelos profetas do Antigo Testamento.

Durante o período de cinco anos, a partir de 1999, a judia Sigulim recebeu grupos de judeus messiânicos em sua casa para estudos sobre o conteúdo do Novo Testamento. Porém, ao tomar conhecimento dessas reuniões bíblicas em solo israelense, cerca de 700 componentes da organização ultraortodoxa “Gur Hassidim”, que costuma usar chapéu e longos casacos negros de gabardine, passaram a se reunir semanalmente em frente da residência da messiânica para distribuir folhetos condenando sua filosofia religiosa e berrar: “Jesus, o bastardo”.

Inicialmente, a polícia do Estado Judeu apenas olhava para a baderna verbal, alegando não poder fazer coisa alguma contra os manifestantes, devido os ultraortodoxos gozarem do direito constitucional de livre expressão.

No ano de 2003, evangélicos de vários países latino-americanos foram detidos, sem terem cometido crime algum, e sem julgamento foram expulsos de Israel, por causa de sua fé em Yeshua ben Yossef. Esses evangélicos haviam se estabelecido na década passada e construíram famílias.

Mas como a Inquisição religiosa ortodoxa judaica não se cala, o casal de missionários israelenses messiânicos, Eddie e Lura Beckford, abriu um clube de xadrez em um shopping, na parte central da cidade, e diariamente recebia a frequência de 50 judeus-russos. Mas, em agosto de 2004, o clube foi atacado por ativistas “Gur Hassidim”. Os novos fariseus incircuncisos quebraram suas instalações, atearam fogo no imóvel, e geraram prejuízo de 10.600 dólares. O casal Beckford dava aulas gratuitas de inglês, alimentava pessoas carentes e administrava um bazar de roupas usadas em sua atividade missionária.

Em 12 de setembro de 2005, o assunto da judia messiânica Sigulim foi levado ao conhecimento da Suprema Corte de Israel. O juiz presidente da instituição, Aharon Barak, sugeriu às partes em litígio uma conciliação que permitisse uma manifestação anual limitada a 250 militantes.

Enquanto aguarda-se que a Suprema Corte delibere uma lei que proíba manifestações em frente a casas particulares, os baderneiros metidos em uniformes negros continuarão praticando ações terroristas em nome da Lei Mosaica que a violam.

Nesse frenesi inquisitorial, a israelense Rebeca Frei e sua filhinha de 5 anos costumavam ser abordadas em locais públicos para serem agredidas verbalmente por causa de sua formação religiosa messiânica.

A comunidade messiânica de Arad, uma cidade de porte médio no sul de Israel, tem sido enormemente ameaçada pela filosofia de fariseus metidos em uniformes negros. E até o prefeito municipal, em seu arsenal de intolerância religiosa, enfatizou: “o dia que eles cruzarem a linha, o município de Arad agirá na plenitude de sua habilidade para os expulsarem,” por causa de sua crença messiânica.

A intolerância da elite religiosa farisaica que condenou Jesus, o Eu Sou, continua a mesma. Os tempos mudaram, mas a filosofia inquisitorial farisaica permanece como no passado. Em 2010, começaram batalhas judiciais nos tribunais do Estado Judeu pelo reconhecimento de congregações messiânicas desejosas de ter o mesmo tratamento que tem sido dado às sinagogas judaicas.

Cerca de três anos depois, em novembro de 2013, um juiz sionista de imigração autorizou a deportação do cidadão Barry Barret, judeu messiânico britânico, para a Inglaterra, alegando que o réu não tinha permissão para exercer atividades missionárias em Israel. O messiânico havia sido preso quando evangelizava em Beersheba, supostamente, denunciado por judeus ultraortodoxos que conduzem o poder político israelense.

Conforme dados do ministério “Voz dos Mártires”, existem 120 mil cristãos em Israel, sendo 17 mil judeus messiânicos e 9.700 árabes-palestinos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

Atualmente, o número de judeus que creem em Jesus de Nazaré como o Messias chega a 500 mil. Esses judeus integram comunidades messiânicas e evangélicas, e estatísticas levantadas no final de 2013 apontam para 300 mil o número de judeus messiânicos espalhados entre as nações, e dos quais cerca de 25 mil vivem no Estado Judeu.

Um apanhado dos últimos 67 anos revela o crescente número de judeus israelenses que passaram a crer em Jesus como o Cristo prometido pelas Escrituras:

-em 1948 haviam cerca de 100 judeus messiânicos;

-em 1967 cresceu para 250;

-em 1987 saltou para 3 mil;

-em 1997 chegou a 5 mil;

-em 2008 eram 15 mil; e

-em 2014 alcançou 25 mil.

A grande maioria das 150 congregações de judeus messiânicos que vivem no Estado Judeu, especialmente em TiberiAs, K’far Saba, Netanya, Jerusalém e Joffa, continua prisioneira das tradições judaicas.

Segundo o rabino messiânico Barry Rubin, os cidadãos israelenses encontram-se mais abertos para aceitar a Jesus de Nazaré como o Enviado divino, e que é difícil calcular o número de messiânicos residentes, devido à perseguição de muitas famílias. Assim, devido à pressão da sociedade religiosa israelense, os judeus messiânicos se sentem aprisionados às tradições do judaísmo, e ainda não conseguiram se libertar do ambiente das sinagogas.

Por causa das duras perseguições antissemitas do passado, os judeus não aceitam o termo cristão, e muitos deles negam a Doutrina da Trindade e da divindade de Jesus, filho de José.

Enquanto isso, o movimento “Judeus Para Jesus” é composto somente por judeus evangélicos, e cuja sede encontra-se em San Francisco, na Califórnia. Além de abraçar a teologia cristã, o movimento religioso atua intensamente na área da evangelização, e em seus 40 anos de história enviaram missionários a diversas comunidades judaicas com mais de 25 mil judeus, em diversas nações.

Nesse ardor missionário, enviaram correspondências para mais de meio milhão de residências judaicas, e mais de 80 mil DVDS a lares de judeus ortodoxos estadunidenses, além de campanhas em emissoras de rádio, anúncios em metrôs e em jornais de grande circulação.

Metidos em camisetas com a estampa “Judeus Para Jesus” seus membros saem às ruas para evangelizar transeuntes e distribuir literatura evangélica.

O famoso rabino israelense, Yitzhak Kaduri, que faleceu aos 108 anos em 2006, considerado “o mais venerado líder espiritual de Israel”, pouco antes de sua partida deixou uma correspondência para somente ser aberta um ano após sua partida terrena, e na qual afirmou que “Jesus é o Messias”.

Raimundo Nonato Freitas de Cerqueira

Florianópolis, Santa Catarina, Brasil

RNF Cerqueira
Enviado por RNF Cerqueira em 05/08/2018
Reeditado em 10/04/2022
Código do texto: T6410263
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