A TRAGÉDIA DE CORIOLANO - Trecho do Ato IV Cena II (tradução de Shakespeare)
SICÍNIO
Está lúcida você?
VOLÚMNIA
É, covarde... Que vergonha! Olhem para este tolo!
Não foi um homem lúcido meu pai? Tem instintos de raposa
Alguém que, como você, tem a coragem de banir aquele que
Distribuiu mais golpes contra os bárbaros
Do que você jamais distribuiu palavras!
SICÍNIO
Pelo Olimpo!
VOLÚMNIA
Muito mais estocadas do que palavras sábias suas;
e para a sorte de Roma. Direi mais, antes que se vá:
Não vá tão depressa, fique: quisera meu filho
Estivera na Arábia, e sua legião diante dele,
Sua espada em sua destra mão.
SICÍNIO
Sim, e depois?
VIRGÍNIA
E depois!!
Ele extinguiria sua posteridade.
VOLÚMNIA
Bastardos e o restolho.
Homem de valor, todas as cicatrizes que ele adquiriu por Roma!
MENÊNIO
Ei, ei, calma!
SICÍNIO
Eu gostaria que ele seguisse em sua cidade
Como começou, e não desatasse deliberadamente
O nobre laço que ele atara.
BRUTO
Eu também gostaria.
VOLÚMNIA
<Eu também gostaria...>! Você, o inflamador das massas:
Gatunos, que podem avaliar alguém da estatura de meu filho
Tão bem quant’eu poss’avaliar dos mistérios qu’os Céus
Proíbem aos mortais desvelar.
BRUTO
Ora, com licença!
VOLÚMNIA
Senhor, pode ir embora:
Saiba que fez algo bem corajoso!
Antes de ir, porém, ouça isto:--
Enquanto o Capitólio exceder
Em valor a menor das casas romanas,
Enquanto isso, meu filho—
O marido desta que está’o meu lado, olhe bem—
meu filho que você baniu, ele excederá vocês todos!
BRUTO
Pois muito bem, hora de ir-me.
SICÍNIO
E para quê permanecer aqui,
Para ser ofendido
Por quem carece de juízo?
VOLÚMNIA
Vão com Hades, cachorros!
Saem os tribunos da plebe.
Bem desejara que em primeiro lugar os deuses
Confirmaram duma vez minhas imprecações!
Pudera eu vê-los uma vez por dia que fosse,
Descarregaria todo o peso qu’ora oprime
meu coração.