Que tal conhecermos Érico Veríssimo???
Professora Cláudia Silveira analisa "Clarissa", de Érico Veríssimo
Caro vestibulando! Hoje vamos falar um pouquinho sobre um dos romances do escritor gaúcho Érico Veríssimo: Clarissa. A obra é de fácil leitura e considerada "adocicada" pela crítica, ou seja, aquela que segue na linha dos romances românticos, como A moreninha, Inocência e outras do gênero.
Escrita em 1932, podemos dizer que trata de uma história suave, de uma adolescente sonhadora. No entanto, a sociedade descrita pelo autor, representando o Brasil dos anos 1930, indica que hoje ainda há muita coisa parecida com a época em que se passa a história: os jovens do interior ainda precisam se deslocar para a cidade grande, em busca de estudo e qualificação profissional; a luta por emprego é grande, e a situação econômica do país, difícil; existe a persistência da crise; a sociedade apresenta-se como cada vez mais diversificada, e os conflitos modificam-se, aumentando ou diminuindo, de acordo com o meio social; a desigualdade financeira é alarmante e visível, enfim, o romance traz uma série de acontecimentos que se assemelham muito aos problemas de nossa atualidade. Vale muito a pena conferir!
CLARISSA
Autor: Érico Veríssimo
Escola literária: Modernismo, 2ª Geração
Ano de publicação: 1933
Gênero: Romance
Temática central: sonhos e desilusões de uma adolescente
Divisão da obra: 31 capítulos
Local: Porto Alegre
Narração: 3ª pessoa
O enredo
Em Clarissa, Érico Veríssimo apresenta o retrato da vida cotidiana urbana do Rio Grande do Sul na década de 1930. Nesse contexto, o autor possui como foco a classe média com seus anseios, vitórias e fracassos. A história é centralizada em uma menina, Clarissa, que vem de Jacarecanga (cidade imaginária) para Porto Alegre morar com a tia Eufrasina, a fim de estudar e formar-se professora para depois voltar à terra natal. Assim, o mundo é revelado pela perspectiva da protagonista que, com uma concepção de mundo adolescente, vai descobrindo as coisas e as pessoas a seu redor.
As personagens
Dentro do ambiente da pensão, são revelados tipos humanos, como:
Levinsky: judeu estudioso e defensor de suas origens;
Gamaliel: prático de farmácia, evangélico com fortes convicções religiosas;
Major Pombo: militar aposentado e solitário;
Nestor: jovem alegre e conquistador;
Barata: comerciante casado e trabalhador;
Ondina: esposa infiel;
Zezé : estudante de medicina sem vocação para o ofício;
Belmira: mulata debochada que trabalha na pensão;
Belinha: jovem (mais madura) que deseja casar-se;
D. Eufrasina: dona da pensão, mulher trabalhadora e solidária;
Couto: desempregado acomodado;
Amaro: músico sem sucesso, calado, solitário, introspectivo;
Clarissa: adolescente florescendo para a vida em meio a muitas descobertas.
A narração
O livro é narrado em terceira pessoa, por um narrador onisciente.
Linguagem
A linguagem apresenta-se de forma simples e direta. O texto é de fácil compreensão, mas nem por isso pobre.
Questões sociais
Em Clarissa, percebemos algumas questões sociais trabalhadas por Érico Veríssimo:
a) Preconceito racial
b) cotidiano da cidade grande
A escola literária
Modernista de segunda fase, o autor é considerado pela critica como pertencente à temática urbana. A obra fala da vida moderna, dos conflitos existentes nessa fase.