A transitoriedade de Vida

Ao dar uma sequência as colunas acerca dos vilões bíblicos, foram levantados os aspectos relevantes da vida dos vilões em questão. Bem a relevância deles reside em recontar as eventualidades da vida , de forma cotidiana e descompromissada sobre a existência de cada um em particular.

Traduzir seus pensamentos e vontades é algo importante para alguém que pretende escrever uma Enciclopédia de Vilões Bíblicos, que alguma forma um entendimento provável dos excluídos e abandonados no texto bíblico.

Raramente tal construção interpretativa remonta um entendimento compreensível da vida como uma sinfonia musical que obedece notas altas e baixas em uma verdadeira conectividade de vida.

Analisar cada uma personagem bíblica por esse tipo de olhar e interpretar pela perspectiva dos derrotados ou perdedores, essa análise envolve uma releitura ousada acerca dos temas a eles correlatos em diversos momentos da vida.

Naturalmente esse montar de um enorme quebra-cabeça denominado vida deve ser no mínimo reescrito com outras tintas da existência , pois a vilania na Bíblia é definida como uma forma de mediocridade ou mornidão.

Simular e situar uma possível existência num passado longevo numa era onde o escritor desta coluna não estava presente , é retornar ás raízes da humanidade na perspectiva judaico-cristã.

Ironicamente cada vilão bíblico em questão tem cumprido claramente seu performance conforme as palavras bem adquiridas do medievalista Paul Zumthor em sua monumental obra ' Performance, Recepção e Leitura '. A ironia central se configura em não compreender ou aceitar o seu rude papel nas Escrituras.

Tal esforço exige um princípio normativo de continuidade acerca de cada vilão e suas sinceras particularidades como 'a voz' que comanda as decisões concretas de um eivado narrador que conheça os melindres do saber bíblico e teológico e se convença que deve ouvir placidamente a todos.

O ponto de vista do narrador deve assumir integral impessoalidade ao narrar ou melhor recontar os pontos de compreensão ou conectividade de vida de cada vilão em questão.

Realmente a acidez de cada vilão revela um mundo completamente novo ou recente para cada realidade descortinada em conflito com o texto bíblico que é contextualizável.

Inicialmente o vilão em sua vilania plena descortina uma verdade relativa sobre os dilemas de sua completa rejeição que só aumentam os desenhos estucados da sua acidentada biografia. A existência de cada um deles depende exclusivamente da conectividade da vida segundo as palavras do sábio teólogo Bonhoeffer em seu monumental livro 'Discipulado'.

E partir para outra categoria , o narrador dará ' a voz ' a israelitas de sangue puro que entraram em outros caminhos desvirtuando a fé monoteísta judaica. Esse desvirtuamento desvela as dúvidas acerca da polifonia da vida ou 'Poliphonie Lebben', essa polifonia de vida reconstrói vários fragmentos soltos ao longo da existência.

Diante das narrativas bíblicas ao entardecer onde os pássaros voam ao redor e os rouxinóis cantarolam nos galhos das árvores, o narrador faz uma nova recontação e reinventa o entendimento global do texto bíblico a partir de fragmentos soltos e palavras ainda não ouvidas advindas destas personagens.

Assim apontar os israelitas rebeldes no Antigo Testamento e remontar uma nova história dos fatos e dos eventos bíblicos em que os membros da vilania bíblica .

Diuturnamente esse desvio de conduta de teor moral é um fio contínuo que atravessa a Bíblia inteira como um código secreto. A ironia shakespeariana reside nessa prática reticente de erro, o vilão recupera atos passados e refaz com um toque de maldade.

E seguradamente ' as vozes ' dos esquecidos ou rejeitados da Bíblia buscam renascer das areias do tempo em nosso caso os vilões bíblicos das outras categorias em especial a próxima apontam uma certa reserva, pois todos tinham ouvido falar da Lei ou pelo menos tinham dela um certo conhecimento moral.

Dialogar com ' as vozes ' dos esquecidos , em especial da próxima categoria anexam a ideia paradoxal que poderiam ter outras opções em a crença nacional, numa era como a nossa onde tudo realmente é possível.

E a ironia cervantina ascende como não praticar a crença exercida pelos patriarcas e patronos da nação? É uma oferta realmente tentadora acrescida de incertezas morais. Naturalmente irá surgir uma enorme galeria desde de camponeses á monarcas, o princípio de contrariedade atola o Antigo Testamento.

Virtualmente entender a complexidade totalizante de cada vilão em particular nos convida a uma linha de reflexão permanente acerca da conectividade da vida com uma perspectiva musical.

Individualmente encarar essa perspectiva e coincide com um alinhamento de pensamentos e cosmovisões de forma exata, conforme seu conceito de exatidão.

Diante desse evidente quadro, é necessário juntar todos fragmentos existentes da vida de determinado vilão e alinhar um pensamento refinado acerca dele.

A vida descortina os momentos em que só podemos ouvir rouxinóis cantarolar e alegrias a passar, em outros longos instantes da vida as nuvens se juntam e o céu fica escuro onde fica difícil definir algumas situações com exatidão lacaniana, mas ao clarear um novo dia descobrir o vilão de uma narrativa passa ser apenas um detalhe descritivo do fio de existência humana.

JessePensador
Enviado por JessePensador em 11/12/2017
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