Posfácio do livro "O Tempo Esquadrinhado"
Chiquinho Cicupira e a antiga Escola Agrotécnica Federal de Sousa, hoje IFPB Campus Sousa, possuem uma histórica relação de pujante cumplicidade fraternal. Contudo, esta associação semiconjugal não se evidencia pela essência do pioneirismo, muito menos pela exclusividade. Resguardadas as devidas proporções, observamos nexos de similaridade entre Pelé e a bola, Einstein e a física, Da Vinci e as artes, Beethoven e a música, Astaire e a dança, Drummond e a poesia...
É sabido que o amor incontido e intransigente a EAFS e, na invisual defesa da educação, tem causado a Chiquinho alguns dissabores: privação de convívios familiares, perda de algumas amizades, ganho de alguns desafetos e até uma derrota eleitoral... Sem contudo, antes, não deixar de ganhar as outras meia dúzia de eleições de que participou - pra não dizer que não falei das flores...
Paulo Freire dizia que era impossível existir sem sonhos e que a vida lhe ensinou, como grande lição, que era impossível assumi-la sem risco. Seguindo os ensinamentos do sábio educador nordestino, Chiquinho foi, ao longo deste percurso, moldando um estilo próprio de administrar e de educar, sempre com foco na aprendizagem estudantil.
Com um ciclo de gestão governamental tutelado sob o manto do interesse coletivo, Chiquinho coroa a sua trajetória de homem público com um registro histórico espetacular. Escrita com a alma na sua forma mais pura, a obra é irracional por natureza, visto que a emoção dos fatos e da escrita ofusca a razão em diversas e belas passagens. A narrativa, cronologicamente bem delineada, explicita a evolução educacional, científica e tecnológica de uma das mais importantes instituições públicas da região, homenageando, em fatos e fotos, as ações de não apenas um único agente oficial, mas de todos os responsáveis diretos por esta conquista: os esforçados estudantes, os abnegados técnico-administrativos e os competentes professores, que juntos formam o coração propulsor da eterna EAFS.