LAZARILLO DE TORMES E O ERASMISMO
Assim nasceu o gênero literário picaresco na Espanha do século XVI, enquanto crítica social e religiosa.
Francisco de Paula Melo Aguiar
Até a década de 60 do século XX era tradição se rezar na escola antes de começar as aulas, antes do recreio e no seu encerramento diário. Toda criança sabia decorado o Pai Nosso e a Ave Maria. Também tinha a preparação para toda criança de família católica fazer a primeira comunhão a partir dos sete anos de idade. Não foi diferente com nós outros em nossa casa paterna. Fizemos a primeira comunhão no final da década de 50.
Logo cedo ao ingressar no curso ginasial, ainda adolescente passamos a tomar conhecimento da influência direta da Igreja Católica na vida das pessoas, com sua pregação e bem assim com sua metodologia de combater a heresia individual e ou coletiva em todos os tempos.
Em sendo a Igreja uma dentre as primeiras e principais instituições de caráter religioso na face da terra, onde o padre é o representante de Jesus Cristo, o sacerdote divino, que morreu na cruz do calvário. Embora ressaltamos de que a referida Igreja Católica teve o sua implantação em caráter “mundial”, justamente no período político e cultural gestado pelo Império Romano. Aí ela teve grande influência de vida e morte sobre tudo e sobre todos em sentido moral, social e político. Parece brincadeira, mais não é, foi nesse período que a Madre Igreja financiou com o dinheiro dos fies as guerras contra tudo e contra todos que fizessem oposição direta e ou indireta ao Cristianismo, foi assim durante o financiamento das Cruzadas, para tudo era criado um donativo e ou um tributo para manter a imposição de poder no mundo.
O presente trabalho tem o objetivo principal de mostrar através do romance picaresco a sociedade espanhola do século XVI, através da vida e a obra de Lazarillo de Tormes, diante do nascimento do estilo literário picaresco, que pode ter sido influenciado por Erasmo de Rottedã, considerado uma das personalidades mais marcantes do movimento humanista e renascentista europeu.
O trabalho representa a visão da bibliografia consultada e que serviu de fundamentação para sintetizar por meio da narrativa autobiógrafa de Lázaro a crítica social, política e religiosa diante da metodologia usada pela Igreja no século XVI e que terá predominância e apogeu até o século XVIII. Trata-se de uma importante obra literária, a primeira no estilo picaresco que tem o objetivo de derrubar os mitos da heroicidade, onde Lázaro dá inicio levando em consideração a própria desonra pessoal para puder desmistificar a então sociedade baseada na honra, na corrupção, de modo que tudo passa a ser denunciado na referida obra para o conhecimento público.
É importante ressaltar de que o movimento erasmiano tem caráter eminentemente religioso, levando-se em consideração o ideal humanista renascentista que tem dentre seus representantes maiores o escritor, erudito, humanista, teólogo, filósofo e interprete das correntes e/ou idéias intelectuais do período renascentista no norte do Continente Europeu, o holandês Erasmo de Rotterdan e/ou Gerrit Gerritszoon e/ou Herasmus Gerritszoon, que em latim significa ao pé da letra: Desiderius Eramus Roterodamus, nascido em Roterdão em 28 de outubro de 1466 e falecido em Basiléia em 12 de julho de 1536 (GLEASON, 1979, p. 73-76). Por outro lado, podemos afirmar que Erasmo é considerado um dentre os maiores críticos do dogma católico apostólico romano e bem assim da imoralidade do clero de sua época. Em sua biografia real consta que ele é filho natural e/ou ilegítimo de um padre, tendo sido educado dentro dos preceitos da fé católica ordenou-se monge, valendo salientar que pouco tempo depois abandonou o sacerdócio. Inicialmente estudou na Holanda e na França e posteriormente estudou grego na Universidade Oxford na Inglaterra, a partir de 1498. Em 1503, publicou sua primeira obra literária denominada de Manual do Cavaleiro Cristão, uma espécie de tratado teológico. Em seguida partiu para Veneza e Roma na Itália, onde foi recebido pelo Papa Júlio II. É importante frisar de que antes de ir ao encontro com o papa esteve em 1499 com os intelectuais da Inglaterra, dentre os quais o escritor e advogado Thomas Morus e/ou Thomas More, um dentre os grandes humanistas do Renascimento. Foi justamente neste período que escreveu sua principal obra, O Elogio da Loucura, onde defende a tolerância e a liberdade de pensamento em todos os sentidos da palavra e bem assim critica e denuncia as ações da Igreja Católica ao mundo. Por outro lado, é importante mencionar de que apesar de Erasmo ser clérigo e profundamente cristão, ele ficou conhecido historicamente pela sua oposição ferrenha ao domínio exercido pela Igreja Católica na educação, a cultura e a ciência, mesmo diante do controle exercido sobre os vários aspectos da vida das pessoas pela referida instituição religiosa. A característica principal de seu pensamento é o de liberação da criatividade e bem assim da vontade de criar do ser humano, indo assim de encontro ao pensamento escolástico, que defendia que todas as questões terrenas teriam resposta na doutrina religiosa. Assim sendo, tal liberdade de pensar foi usada contra o próprio Eramos, tendo em vista que ele é acusado publicamente de inspirar o pensamento de rebeldia de Martinho Lutero contra a Igreja católica, fato esse que vai desdobrar em diversas disputas teológicas indo até o último dia de sua existência terrena.
Na realidade Eramo de Roterdã é especialista de primeira linha sobre os pensamentos clássicos, o que o tornou um profundo conhecedor dos estudos dogmáticos católicos, o que o fez opositor as práticas contraditórias e obsoletas da Igreja, defendendo publicamente o fim do domínio religioso na educação e bem assim defendia a leitura dos textos clássicos dos pensadores de sua época.
Dentre as críticas feitas por Erasmo a Igreja Católica está à forma controversa de seus membros em termos paradigmáticos e ou metodológicos. Assim sendo, um exemplo típico de tal metodologia é o caso da venda de cargos eclesiásticos, uma verdadeira fábrica nobiliárquica, tamanho é o abuso de poder praticado pelo clero superior diante da omissão dos problemas causados diante de tais práticas de injustiças sociais. É aí onde Eramos apresenta seu pensamento contrário e incentiva o despertar da espiritualidade nos cristãos de seu tempo, que somente assim o evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e a caridade pode inevitavelmente pode promover a renovação do chamado espírito cristão ali proclamado.
É importante mencionar ainda de que a venda de títulos eclesiásticos, uma espécie de nobiliarquia católica e ou cristã, está relacionado, por exemplo.: ao termo “Dom”, originário do latim “dominus”, que em nossa língua portuguesa significa senhor, dono e/ou mestre, que tem como feminino o termo: “Dona”, um pronome de tratamento concedido a monarcas, príncipes, infantes e nobres portugueses, espanhóis, italianos e brasileiros; aos bispos católicos, aos abades e sacerdotes beneditinos, cartuxos e trapistas, seguido inevitavelmente do prenome de cada pessoa. Valendo salientar de que no caso de nobres a referida titulação é transmitida unicamente pela descendência varonil direta, salvo quando a mãe é a chefe da dinastia e ou do poder monárquico.
Diante de tais enfoques, tem origem à ideologia e ou corrente filosófica do Erasmismo, que foi largamente difundida na Europa nas primeiras décadas do século XVI. Enfatizamos ainda de que tal movimento teve caráter religioso, cultural, filosófico e político. Enquanto movimento cultural teve forte influência na literatura européia, onde podemos destacar sua grande influência no romance picaresco, história precursora do pícaro Lázaro de Tormes. É importante ressaltar de que o termo romance picaresco, originário do espanhol: “picaresca”, de “pícaro”, que na história da literatura é uma personagem típica dos romances e novelas dos séculos XVII e XVIII, com características especificas do que atualmente chamamos de malandragem. O pícaro é uma figura delinqüente e ou malandro, além de ser um subgênero da literatura narrativa de ficção em prosa e usa a sátira para descrever nos mínimos detalhes a realidade social e inclusive usando o humorismo em suas aventuras de herói, malandro e delinqüente da classe social baixa e que vive e convive diante de sua inteligência na sociedade corrupta de sua época. A personagem pícaro, vive de criar expedientes ardis envolvendo as diversas classes sociais, uma espécie de chantagista que engana a tudo e a todos para tirar o seu próprio sustento. Portanto, tal estilo de romance tem origem na Espanha no período chamado de Século de Ouro e ou da transição do Renascimento para o Barroco. E até porque deduzimos que tenha recebida alguma influência da literatura árabe, ex-vi por exemplo.: o gênero magamá. O certo é que o estilo literário do romance picaresco floresceu naquele período na Europa e bem assim continua a influenciar a chamada literatura moderna da atualidade.
Diante da existencia do movimento erasmismo, enquanto corrente ideológica e estética dentro do humanismo renascentista centrado nas ideias do holandês Erasmo de Roterdã (1466-1536), ainda que por mera dedução nos convence de que o romance “A vida de Lazarillo de Tormes e suas fortunas e adversidades” e/ou a “La vida de Lazarrilo de Tromes y de sus fortunas y adversidades”, foi escrito influenciado por tal movimento, a começar pelo julgamento do comportamento individual e coletivo de seus personagens representantes da Igreja Católica Romana. E bem assim, da maneira como a sociedade da época usa o apoderamento preceitual religioso de forma imoral, onde o individualismo vivencial e prática de pecado, tudo praticado em nome da fé. O romance enfatiza diversos amos que direta e ou indiretamente viveram e ou passaram no estilo de vida do pícaro, conforme os seguintes personagens: ao cego, tinha a responsabilidade de encomendar orações; ao clérigo, a responsabilidade de dar a extrema unção; ao buleiro, a responsabilidade de distribuir e ou vender a salvação por dinheiro; ao arcipreste, a responsabilidade de ser um exemplo de conduta, levando-se em consideração o fato de ser o mesmo membro ligado à Igreja Católica. Tais personagens influenciam o caráter de Lázaro, diante da imoralidade moral vivenciada, onde se percebe que sua sobrevivencia vai depender unicamente se agir de maneira egoísta através de suas práticas e ou atitudes enganosas, truculentas e cruéis, porque somente assim poderá alcançar o principal objetivo que é o bom porto.
A Igreja Católica na realidade tem influencia na cultura, na filosofia e na educação, assim sendo, Erasmo defendia a ideia de que deveria ter um projeto auxiliar par ajudar a construir o caracter do individuo a começar pela infância. Durante o período em que esteve em Paris, ele ficou hospedado no Colégio Montaigu, dirigido por frades, inclusive lá trabalhou como professor para manter seu sustento alimentar e pessoal. Assim sendo, depois de tal experiencia do magitério, começou a escrever sua obra básica para o ensino.
Não se sabe a data da publicação de Lazarrilo de Tromes e muito menos o nome de seu autor. Tudo ainda permanece no anonimato, apesar do passar dos séculos. O que se sabe é que a obra sofreu cencura da Igreja e isso faz parte do “Index Librorum Prohibitorum et Expurgatorum” (1612), no entanto em 1573, a obra censurada foi publicada “na qual são suprimidos, na íntegra, os tratados IV e V e diversas frases avulsas”, conforme cita González (1994, p. 90). Enfatizamos que com a supressão dos capítulos e ou tratados IV e V, o objetivo principal da obra perdeu a razão de ser e não teve a receptividade e ou êxito esperado, desse modo, em 1834, com o fim da Santa Inquisição decretada pela Igreja Católica, a referida obra foi publicada integralmente.
E até porque existem diversas versões do referido romance, porém, não existem qualquer tipo de aproximação e ou traços estruturais e linguisticos de uma edição para outra, o que nos leva a crer que existiu pelo menos uma edição da referida obra anterior, aquela assim considerada princeps, em se tratando de primeria edição de um texto clássico. Assim por exemplo, a edição de Alcalá de 26 de fevereiro de 1554 e a edição de Medina em março do referido ano.
Por outro lado, a referida versão é contestada diante do fato de que em 1992, quando alguém reformava uma casa antiga, encontrou em uma parede falsa uma pequena biblioteca com onze títulos do século XVI, dentre os quais “uma edição de Lazarillo de Tormes realizada em Medina Del Campo e de cuja existência não se tinha notícia até então”, conforme González (2005, p.8), em Barcarrota, advindo daí outra hipótese referente as diversas edições e publicações da dita obra. Assim sendo, a edição de Medina Del Campo pode ser a que mais se aproxima da princeps.
Diante de tal hipótese, deduzimos que a obra inicial e ou pioneira deve ter sido escrita com pressa e que possivelmente a primeira edição deve ter recebido algum tipo de acréscimo nos seus tratados segundo Rico (1988). Diante da incerteza, existem críticos defendem a tese de que o livro é incompleto, alegando que os capítulos e ou tratados foram escritos aleatoriamente, sem padrão, sem linhas e sem parágrafos. O que também não prospera tal argumentação, pois, uma simples leitura da referida obra sem tais tratados e ou capítulos, percebemos que existem continuidade sintática no final do terceiro e começo do quarto tratado e ou capitulo. E até porque:
[...] Así, como he contado, me dejo mi pobre tercero amo, do acabe de conocer mi ruin dicha, pues, señalándose todo lo que podría contra mí, hacia mis negocios tan al revés, que los amos, que suelen ser dejados de los mozos, en mí no fuese ansí, más que mi amo me dejase y huyese de mí. Hube de buscar el cuarto, y este fue un fraile de la Merced, que las mujercillas que digo me encaminaron, al cual ellas le llamaban pariente: gran enemigo del coro y de comer en el convento, perdido por andar fuera, amicísimo de negocios seglares y visitar, tanto que pienso que rompía él más zapatos que todo el convento. […] (MENDONZA, 1884, p. 55 - 56).
Tudo nesse romance picaresco espanhol é mistério, inclusive o nome de seu autor que continua no anonimato desde o século XVI a presente data. São diversos nomes apontados como possíveis autores da referida obra, dentre os quais: o Frei Juan de Ortega e a Diego Hurtado de Mendoza, em 1607, ex-vi a “reiterada em 1608 por André Schott em sua Hispaniae Bibliotheca e tem sido a mais aceita por aqueles que desejavam encontrar, a qualquer preço, o nome de um autor para o Lazarillo de Tormes” e complementa ainda que “[...] até a primeira tradução brasileira do Lazarillo de Tormes ao português – na verdade uma adaptação realizada em 1939 por Antônio Lages, no Rio de Janeiro – a obra é atribuída ao mencionado autor.” (GONZÁLEZ, 2005, p. 192). O que não deixa de lado a ideia de que o romance foi escrito por alguém ligado a ideologia de Eramo de Roterdã.
Diante da incerteza de quem é o autor da obra mencionada, os leitores a interpretarem que trata-se de uma autobiografia contada pelo personagem Lázaro, segundo Rio (1982).
Assim sendo, podemos afirmar de que:
“[...] o gênero picaresco – do qual o mais ilustre representante é o romance Lazareto de Tormes – caracteriza-se por narrar, em primeira pessoa, os infortúnios de um pícaro, um garoto inocente e puro que se torna amargo à medida que entra em contato com a dureza das condições de sobrevivência. Por isso procura sempre agradar a seus superiores. O pícaro tem geralmente um destino negativo, acaba por aceitar a mediocridade e acomodar-se na lamentação desiludida, na miséria ou num casamento que não lhe dá prazer algum [...]”(LITERATURA PARA O VESTIBULAR, 2011).
Não importa a questão que envolve o personagem e o suposto autor da obra, o que importa mesmo é a denuncia social dos males da sociedade e da Igreja do século XVI, embora que em pleno século XXI, parte da temática continua viva em nossa sociedade ligada mundialmente pelo rede mundial de computadores, a popular internet. A sociedade daquela época ficou abalada com tantas críticas, que pelo menos deu lugar a fundação do estilo literário picaresco até então desconhecido em nossa literatura européia e porque não dizer mundial. O autor é o que menos importa, o que importa mesmo, embora que via o anonimato são as denuncias que cortam a carne da elite dominante diante dos seus dominados, inclusive do clero católico.
O pícaro é um anti-herói que vive a margem dos códigos de honra instituídos pela sociedade, assim sendo, o pícaro “[...] serviria, em espanhol, para designar rapazes que ajudavam nas cozinhas. Estendeu-se, depois, a todo tipo de desocupado ou subempregado que, sobrevivendo pela astúcia, atinge facilmente a delinquência.” (GONZÁLEZ, 2005, p. 200).
O romance picaresco, criado na Espanha no século XVI, expandiu-se por toda a Europa durante os séculos XVII e XIII, de modo que sua obra prima Lazarillo de Tromes é por assim dizer, o marco da literatura mundial no gênero referido, assim definido:
[...] a pseudo-autobiografia de um anti-herói que aparece definido como marginal à sociedade; a narração das suas aventuras é a síntese crítica do processo de tentativa de ascensão social pela trapaça; e nessa narração é traçada uma sátira da sociedade contemporânea do pícaro. (GONZÁLEZ, 1988, p. 42).
O jovem pobre que representa o personagem do romance no estilo picaresco é aquele que vive a margem social e da pobreza, claro, vagabunda de marca maior, não faz nada e quer ascender na vida sem trabalhar, é um vigarista trapaceiro e viciado.
A sociedade é individualista e corrompida, principalmente de pessoas ligadas ao clero, conforme denuncia Lazarro em sua fala. A vida vive de ironia. Veja por exemplo, o caso de Lázaro na companhia do clérigo, onde nos sábados os cidadãos de Maqueda comiam cabeça de carneiro, é aí onde vamos verificar que o clérigo, come e come com força até ficar farto na frente de Lázaro o observando e quando não quer mais comer, serve-lhe apenas os ossos em um modesto prato: "toma, come, triunfa, que para ti es el mundo. Mejor vida tienes que el Papa”, conforme Mendonza (1884, p. 26). É evidente de tais indivíduos com tais práticas são pessoas ligadas diretamente a Igreja Católica, dizem uma coisa e fazem outra, haja vista a pregação do púlpito de que devemos dividir o pão e estender a mão amiga a quem não o tem para comer e bem assim para água para beber. É o mistério de matar a fome e a sede, inspirada nos ensinamentos do Evangelho de Jesus Cristo.
O personagem Lázaro ao ser convidado para servir ao escudeiro pensava que de agora por diante ia pelo menos se alimentar bem, ao contrário em muitas ocasiões teve que alimentar o seu amo e nada de melhorar sua condição, a boa aparência do amo é propaganda enganosa. Aqui se ver que a sociedade valoriza muito o “parecer” em detrimento do “ser”. É o parece mais não é dos dias atuais de nossa sociedade hipócrita e farisaica.
O romance picaresco inaugural de autoria anônima: “Lazarillo de Tormes”, é o pioneiro no gênero referido, publicado em 1554, possivelmente, portanto, obra precursora da Espanha para o mundo literário. É importante mencionar que tem narrativa como pano de fundo uma critica à sociedade espanhola do século XVI, portanto, parte integrante do Continente Europeu. Assim sendo, a ideologia humanista renascentista de Erasmo Rotterdã vem portanto influência a escrita do seu texto que envolve o público e o privado social diante do poderio da Igreja Católica Romana e suas censuras públicas de caráter religioso, político, literário e educacional. Sem deixar de lado a critica da venda de salvação individual e dos títulos cargos eclesiástico aos ricos em nome Igreja, envolvendo personagens diversas e suas ironias, diante de uma sociedade que adora o clero e suas práticas.
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______________. Introdução. In: Lazarillo de Tormes. Ed. de Medina del Campo, 1554; organização, edição do texto em espanhol, notas e estudo crítico de Mario M. González; tradução de Heloísa Costa Milton e Antonio R. Esteves. São Paulo: Editora 34, 2005.
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