isabel Sprenger Ribas
Curitiba, Pr
Existia um ser muito curioso, muito mesmo. Ele sempre desejou saber o que havia do lado de lá, qualquer lado de lá.
Um dia encontrou alguém que também era assim.
Viram-se a correr a Vida, buscar o infinito das paralelas e a lateral dos caminhos. Acharam? Não sei.
Ainda hoje buscam todos os existentes ou inexistentes lados de lá.
Neste trilhar de caminho tão rico, encontraram coisas surpreendentes.
Eram algumas entrelinhas difíceis de decifrar, uns sentidos figurados e muita coisa escondida nas pedras pontiagudas do caminho por onde passaram.
Realizar peripécias, que só foram deles, os fez rir. Choraram, abraçados, por não conseguir entender mais do que já entendiam de tudo.
Dispensaram incompreensíveis elogios bajuladores e todas as recebidas críticas negativas.
Estas, em especial, escorreram pela vala comum de saber-se com direito a alguns certos erros praticados.
E sempre em busca do lado de lá... Sempre. O lado de lá. Querendo, em especial, experimentar a sensação ampla de raciocinar sobre as descobertas. Mesmo sem dar a elas destino designado. Identificá-las, já, um grande, um enorme achado.
De qualquer, qualquer lado de lá.
Lá. Onde não existe a vulgaridade da inércia mental, nem os padrões desgastados pela pouca criatividade e ou a sensibilidade de certos seres...
Onde não se lê ou vê, nunca, a frase feita e onde o sentir prazeroso das deliciosas sensações físicas é imperioso, pois deles fomos dotados por divina decisão.
E lá, também, onde a busca primeira se refere a expressão maior de dar vazão aos excessos do espírito e da alma. Em um absoluto, adoravel, delicioso e compatível paradoxo com exigências do corpo. Porque assim somos nós.
Lado de lá! Onde estão os dois seres que se encontraram porque ambos eram assim... buscavam-no. O lado de lá...