A PEDRA DE DRUMMOND
Quando a poesia intitulada “No Meio do Caminho” do poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade foi publicada pela primeira vez na modernista revista de Antropofagia, em 1928, obteve muitas criticas na imprensa da época. Mas, o poeta não se intimidou com essa ou quem sabe essas pedras de seu caminho e em 1930, lançou o livro “Alguma Poesia” – seu livro de estreia, e incluiu o poema “No Meio do Caminho”. É interessante, como é nossa história, pois nos artigos anteriores falamos dos acontecimentos não só no Brasil, mas, no mundo entre 1916 a 1930. Pedras em nossos caminhos tais como: A Primeira Guerra Mundial, As Revoltas e Movimentos diversos, as Crises – Políticas, Econômicas-Financeiras, Sociais, a crise por exemplo de 1929 como o da Bolsa de Nova York –conhecida também como a GRANDE DEPRESSÃO. Pedras que se colocaram no meio do povo brasileiro e de outros do mundo inteiro trazendo desconforto, medo, depressão (pouco se relata – mas, muitos suicídios marcaram essas épocas); mas, também esses momentos de crises mostram oportunidades. Sim, acredite! Oportunidades, pois se no meio do caminho tinha, tem ou terá uma pedra; acredito que se olharmos com o olhar do poeta mesmo que já cansadas nossas retinas como ele mesmo afirma - (“Nunca me esquecerei desse acontecimento/na vida de minhas retinas tão fatigadas/nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra...”). Pois mesmo com olhar cansado é possível não apenas ver a pedra (dificuldades!), mas, podemos também ver soluções, como o outro poeta salmista do Salmos 121.1 – quando diz que ele elevava seus olhos para os montes (pedras, dificuldades....desafios) e depois pergunta: “De onde vem o meu socorro, a minha salvação, a solução...como vou vencer essas dificuldades!!! Acredite, que eu não tenho duvidas pelo que o poeta mineiro DRUMOND e outros vivenciaram num tempo de inquietude, mudanças e aspirações futuras de esperanças no mundo politico, social, cultural (lembremos que em 1922 tivemos a Semana de Arte Moderna). Drummond, assim como muitos brasileiros viveram seus desafios de época e certamente todos deram suas contribuições; mesmo diante de pedras que estavam no caminho. Com suas retinas cansadas pelo tempo em que viviam, com todos aqueles desafios e dificuldades; mas, o poeta mineiro não negou a existência de uma pedra (ou seja, de problemas existentes naquela sociedade). Acredito que é por ai! O Caminho é por ai!!! Nos dias de hoje, existe uma pedra! (problemas que precisamos solucionar!); qual é o tamanho dessa pedra! Não importa! A PEDRA TEM QUE SER REMOVIDA. Parabéns Drummond! E Acorda Brasil.
De: Everaldo Nascimento –Manaus – AM.
Jornal Cultural FOLHA DO POETA.
14 de Setembro de 2016.