O POETA E A CONFRATERNIDADE

A significância do envolvimento com o exercício da literatura e os seus entornos, especialmente em relação ao associativismo cultural, é sempre elemento digno de nota e de louvações meritórias. Vale dizer, ideações e consequentes ações de entrega ao universo do semelhante, aquele que nem sempre sentimos claramente, mas que sabemos preexistir no íntimo de nossos neurônios, fruto da vivificante chama votiva da Confraternidade. E este lume merece ser incentivado. Só possui este alumbramento quem consegue sair de si próprio pra tornar verídico o conviver através da Palavra. Vale dizer, aquele que nasceu com o firme propósito de unir, congregar, propor o entendimento a fim de atingir um caminho e ações para e em comunidade; mesmo nos atuais tempos difíceis, em que predominam o egocentrismo e a vontade ditatorial de que o conhecimento seja restrito à classe dominante. O vate é sempre um libertário, a clava forte a serviço da justiça e do amor. A estas diferenciadas pessoas se aplica, com maior exatidão, a bem-cunhada denominação de vate, bardo ou poeta. Talvez seja a voz do Absoluto na boca dos humanos...

– Do livro OFICINA DO VERSO, 2015/16.

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