A TERRA DE NINGUÉM CHAMADA FILOSOFIA

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Poucos teóricos conseguiram definir a Filosofia de maneira tão lúcida e ma-terial. Bertrand Russel em sua dissertação A filosofia entre a razão e a ciência, faz uma verdadeira dissecação do que vem a ser o filosofar e sua complexa origem. Ele afirma categoricamente que a Filosofia está de certa forma eman-cipada da Religião de da Ciência, ora unindo, ora separando-as.

Os primeiros filósofos gregos nasceram da necessidade de desvincular a razão os dogmas e do que o autor chama de “caracteres adquiridos”. Esses caracteres definem nossas relações políticas, sociais e morais. Embora muitos dessem primeiros filósofos acreditasse em um Deus, isso não definia uma reli-gião, pois não visava criar crenças ou mitos.

A religião cristã levou novamente a razão ser subjugada por conceitos teoló-gicos fundados em misticismo e seitas adversas. A afirmação da Igreja Católica como detentora do conhecimento criou-se uma filosofia voltada unicamente para hegemonizar suas relações de poder. Enquanto o império Romano-Germânico se firmava, a ciência era relegada ao obscurantismo.

No entanto o catolicismo não pode impedir o avanço e a necessidade de busca pelo progresso científico, tendo suas últimas estruturas abaladas pela Reforma. Essa reforma se deu tanto no quesito religioso, tanto no quesito polí-tico-social. Esse conflito entre as duas frentes causou uma espécie de anarquia generalizada, substância da qual e própria filosofia é formada.

A ciência então em sua metamorfose ambulante é corroborada pela religião que adéqua seus conceitos e tenta legitimar seus dogmas. A ciência regida por leis modifica-se continuamente, muitas vezes anulando-se por admitir vários princípios básicos, o que impede sua completa automação.

Tanto as leis científicas e os dogmas religiosos são usadas para a justificara coesão social e a liberdade individual. No entanto o autor considera imensurá-vel a interferência dos dois pólos na concepção e método filosófico.