QUÃO PODEROSA é a EMOÇÃO?

QUÃO PODEROSA é a EMOÇÃO?

por Tânia Du Bois

A emoção se confronta com a lógica. O estado emocional revela o momento de se ir ao encontro da felicidade, como desafio para conhecer os próprios limites. A forma como se lida com a emoção também pode mudar com o surgimento dos desejos no amor, no trabalho, no cotidiano, enfim, no mundo criativo e na realização pessoal, ao manter o equilíbrio emocional. Essa passagem gera conforto, evocando os sentimentos que são objetos de reflexão. Gilberto Cunha expressa, “... Os diálogos dos sentimentos envolvem emoções... A grande questão é como lidar com os sentimentos?... Entre os maiores desafios dos seres humanos estão compreender os sentimentos, falar sobre os sentimentos e manipular sentimentos. É a falta de habilidade em discutir sentimentos, que muitas vezes, dificulta o diálogo..”

A emoção é o abrir as portas para que se vislumbre o sentido maior para a vida: mais harmonia e menos conflitos. É preciso estar consciente das próprias emoções e, assim, trazê-las à tona e compreendê-las, para melhor sentir e cultivar os relacionamentos, na definição que cria a necessidade de valores sólidos, com a finalidade de desfrutar a convivência com prazer e alegria. Como em Mário Faustino, “... O mundo que venci deu-me amor / Amor feito de insulto e pranto e riso, / Amor que força as portas do inferno, / Amor que galga o cume ao paraíso. / Amor que dorme e treme. / que desperta / E torna contra mim e me devora / E me rumina em cantos de vitória...”

O emocional é o responsável pela flutuação dos sentidos ao focar a busca pela estabilidade e o desejo importante da motivação pela satisfação; o que exige cuidado ao desejá-la, por que o estado emocional influencia sobremaneira a pessoa, por isso as oscilações ao sentir e aprender a lidar de forma saudável a dicotomia na emoção versus satisfação. Nesse movimento nasce o crescimento que se destaca no campo afetivo: atitudes de respeito à escolha e à valorização do outro e pelo outro, como etapa que se encaminha para o fortalecimento da emoção.

Para se sentir recompensado emocionalmente é preciso descortinar o coração, gerando condição para tomar a decisão e buscar a liberdade como caminho de maior sentido à vida. Em Gilberto Cunha encontro que “As nossas escolhas definem a posição que ocupamos nessa espécie de gangorra da vida”.

Acostumada ao papel emotivo, não penso duas vezes em aceitar o desafio proposto pela sensibilidade, quando o sentimento vira a paixão-emoção que trago para a realidade; mas que também tem as suas imperfeições e magias. Lígia Antunes Leivas, no livro Senhor Guerreiro das Emoções retrata que “O ser humano existe para a vida, para a sensibilidade, para amar. / O ser humano existe para a criatividade, para fascinar-se, emocionar-se. / E quando o emocional domina, é preciso ir adiante...” E, Carlos Higgie, no livro Caleidoscópio, demonstra, “...Não tinha medo, mas tremeu quando ele se aproximou, quando ele caminhou os dois passos que os separavam, escasso espaço dentro do elevador...”

No dia a dia, a emoção revitaliza os sentidos como força maior, o que significa que, quanto mais resolvida emocionalmente, mais segura e confiante me sinto para conquistar, realizar e ter a chance de viver em paz e sentir o quão poderosa é a emoção; assim, em Ivaldino Tasca, “Por que disfarçar / a emoção que nasce / de outra emoção, / sendo ela a / única coisa que nos faz felizes? //... Por que disfarçar a emoção / Se ela é tão rara, embora seja / a coisa mais importante da vida?”