A EVENTUAL MAGIA

Há pessoas que são essencialmente solidárias no que dizem e no que fazem. Procuro me incluir dentre elas, mormente nos afazeres poéticos, sempre no desejo de que se estabeleça a CONFRATERNIDADE entre os necessitados de palavras que conduzam ao sentir-se bem no mundo das coisas e dos fatos. E para que este ‘estar com o outro em estado de fraternidade’ possa vir a ocorrer, às vezes é necessário dar uma ajudinha na interpretação do poema, até pra que surja a ANTÍTESE, que segundo Hegel, levará a uma SÍNTESE, para sedimentar, possivelmente, uma nova tese: o resultado do entendimento do fenômeno intelectivo. A este processo o filósofo Hegel chamou de DIALÉTICA. Creio que o mesmo também se aplica aos territórios da arte da palavra. É por esta razão que estamos aqui, cumprindo – ambos – a nossa missão de reler o mundo em sua eventual magia. O que seria do poeta/autor sem o poeta/leitor – este que se estatela frente ao poema posto no mundo, porém nem sempre o consome ou o absorve como seu?

– Do livro OFICINA DO VERSO, 2015/16.

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