O Olhar da Língua Portuguesa no Mundo

O Olhar da Língua Portuguesa no Mundo

Ao olharmos o que vemos nem sempre vemos o que aparece, mas vemos o que nos parece ser. Assim surge a ilusão de ótica quando pensamos ver a realidade que nos é tão irreal quanto vislumbramos ser. A linguagem que pensamos não é a mesma que falamos, e, muito menos a que escrevemos, porque o pensamento não exprime enquanto pensamento, mas na exposição gráfica dizemos além do que pensamos, para cumprir regras ortográficas, por vezes tão semânticas do que naturalmente falamos.

A expressão verbal, a mais primitiva da linguagem, surge da manifestação de espanto, da admiração pelo desconhecido. Registrada com desenhos, que falam mais que a escrita, nos levam a interpretações falsas da realidade momentânea da época. Pois seus registros rupestres, nem sempre exprimem o relato de uma civilização que não mais existe além dos seus registros e de seus pertences.

A necessidade de interpretação carece de uma vivencia que só é possível ser interpretada através da escrita na língua usual de sua época. Muitas vezes os seus sons grafados não condizem com interpretação por falta de conhecimento dos seus usos e costumes, carecendo de uma realidade que se possa revelar na sua sociologia.

Nossos descobridores de além-mar depararam com estas dificuldades nos contatos com os selvícolas, chocando seus conceitos com os hábitos e costumes dos tupiniquins. A linguagem dispare dos interlocutores, causaram desastres sociais, por vezes a custa da pena de morte porque foram além da interpretação, cominando com ações impróprias perante a comunidade aborígene.

A força dominante dos estrangeiros frente às necessidades dos dominados, fez sobressair à linguagem portuguesa sobre o Tupy, primeira através da linguagem falada. Pois a linguagem escrita por vezes encontrada nos seu marcos delimitadores de seus espaços, não eram lidos nem conhecidos dos selvícolas. Somente através da repetição com a indicação destes marcos é que surgia uma leitura sem conhecimento alfabético.

Não foi diferente entre outros povos por onde circulou as caravanas portuguesas, deixando nos seus explorados marcos da nossa civilização, sobretudo na língua japonesa com a introdução de palavras faladas em face das dificuldades de grafia com caracteres tão diversos dos nossos.

Por onde passou a caravana portuguesa deixou palavras tão aportuguesadas que não houve substituto sinônimo na língua visitada, criando, assim, sua adoção no vernáculo explorado. Causando importância da nossa língua nos países comercializados. Registram-se a título de exemplo as palavras saudade e jabuticaba, que foram insubstituíveis nas suas próprias línguas.

No mundo, encontraremos em toda parte, palavras portuguesas que não são substituíveis pela sua língua original. Passando por isso a serem conhecidas pela linguagem lusitana.

Os primeiros estrangeiros aportarem no Japão foram os portugueses, e, lá deixaram muitas das nossas palavras no seu vocabulário nipônico. Portanto podemos dizer que há um olhar da língua portuguesa no mundo.

José Francisco Ferraz Luz

CHICO LUZ
Enviado por CHICO LUZ em 22/03/2016
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