A METAPOESIA DE JOÃO BATISTA GONÇAVES
Entramos 2016 com energia. Sabemos que nosso blog tem sido cada vez mais um espaço de registro da nossa cultura. Mas a vida tornou-se dinâmica por demais. É a partir dessa premissa que vamos intensificar nossas postagens nesse novo ano que está se iniciando.
Nossa série Pentalogia Poética vem a todo vapor com o poeta JOÃO BATISTA GONÇALVES. Devido aos “atropelamentos” de fim de ano, não poderemos dessa vez, fazer uma pesquisa mais aprofundada desse escriba de nossas terras. Sabemos apenas que ele tem estrita relação com Roseiral. Conhecemos ele através da Dalvina, poetisa dessa localidade. Sabemos que seus livros foram publicados residindo em Linhares-ES. Não obtivemos até agora retorno dos contatos que fizemos.
Mas vai aí um aperitivo de João Batista Gonçalves. Escolhermos cinco poemas, do seu livro, AMOR AO VENTO, em que ele discorre sobre o ofício de versejar ou sobre a poesia em si. São poemas metaliguísticos, ou metapoemas.
Assim diz o seu prefaciador:
Seu êxtase é construído na nostalgia de um bom mediterrâneo de altar. Afinal, o refinado poeta veio das Geraes, fincando gradativamente raízes nos dengos tropicais de Linhares. Minas é aqui “sui generis”.
Antonio Bezerra Neto
A MORTE DO POETA
Naquela noite
o sino da matriz tocou
tristemente
parecendo anunciar um óbito.
Não era simplesmente
um óbito!
e de repente
alguém anuncia:
_O poeta morreu!!!
Como era de costume
o sino tocar
anunciando a morte de alguém,
o silêncio da noite
foi quebrado.
E a pequena vila
acordou para ver o acontecido.
E todos comentavam:
_O poeta morreu!!!
E quando amanheceu
o sol não apareceu.
só nuvens escuras no céu...
Chovia fino,
como se o céu também
chorasse a morte do poeta.
E durante todo o dia...
parentes, amigos e conterrâneos
observavam silenciosos
o corpo gélido
do poeta e sonhador.
Chegava a tarde
e o tabelião da vila
lavrou o termo do óbito:
...
_Adormeceu para a eternidade
o poeta...
deixando saudades...
e uma grande marca
no coração da gente.
A Poesia!
E já no crepúsculo
o cortejo partiu
levado por amigos
até a sua última morada.
Lugar privilegiado
de onde certamente
admirará outros horizontes
e escreverá para outras gentes.
O poeta morreu!!!
E sobre o túmulo frio
como havia pedido
uma inscrição foi deixada:
“Aqui jaz para sempre,
um poeta solitário!...”
AMOR, POESIA E DOR
Se a poesia
é o alimento do amor
que se faça poesia
que fale de amor.
Que se faça amor
sussurrando poesia
no pensamento.
Que se faça
pensamentos de amor.
Que cultive a ilusão
de sonhar com o amor
que cultive a dor
de viver o amor.
Que eternize sentimentos
que se vive em instantes
como se fosse uma vida.
Que se faça da vida
eternos momentos
de ilusão ou dor
em poesias de amor!
FORMAÇÃO DA POESIA
A mão que trêmula conduz
as palavras,
rege a orquestra de sentimentos
do coração.
São palavras
que se misturam, transformando-se
em poesias.
Por que certamente,
a poesia é uma exposição do poeta
de suas mais íntimas ideias.
O POETA
O poeta é um sonhador
Que vive na lua
Que vive na rua
Que vive na noite
Que vive no dia
Que vive no rio
Que vive na flor
Que vive no riso
Que vive na dor
Os sonhos de amor.
O poeta é um sonhador
Que vive no ar
Que vive nos mares
Que vive nos pássaros
Que vive no canto
Que vive nos encantos
Que vive na estrada
Que vive nas mágoas
Que vive na alma
Os sonhos de amor.
O poeta é um sonhador
Que vive no trem
Que vive na glória
Que vive a história
Que vive na chuva
Que vive na lama
Que vive na tela
Que vive no singelo
Que vive e é tolo
Sonhando com o amor.
RESPOSTA A UM AMIGO
Não sei se sou poeta!
Faço meus versos
com a mais pura simplicidade
transformando em palavras
sorrisos,
lágrimas,
sentimentos,
natureza e paixões.
Por que esta é a única forma
que encontrei
para revelar segredos
que continuam no anonimato.
Também não me esqueço da fé.
por que esta é a única forma
de continuar acreditando
que na poesia
sou capaz de deixar à posteridade
um pouco de mim.
Faço meus versos, meu caro amigo,
sem muita pretensão
por que para mim
não importa se o meu livro
é o mais vendido ou não.
não importa se meu nome
figura nas colunas sociais de um grande jornal.
O que me importa?
é que de alguma forma
eu faça parte da vida de alguma pessoa.
e que em algum lugar
mesmo no silêncio,
alguém esteja me criticando
ou me fazendo um elogio.
Não sei se sou poeta!
Mas sei que
o que satisfaz a um poeta
é ver o que ele faz
na boca
e no coração das pessoas.
Sendo assim, meu caro amigo,
minhas palavras
simples e singelas
atingiram o seu objetivo.
Por que nem mesmo os grandes poetas
como:
J. G. de Araújo Jorge,
Manuel Bandeira,
Carlos Drummond de Andrade
e outros,
foram poupados da crítica.
e as suas
certamente me serviram de escola.
Mas não foi por mal, meu caro amigo,
que inspirei-me
no que é para mim
o maior poeta do século
para te escrever esta poesia.
Todavia,
se as minhas poesias não tem rimas
tem palavras e sentimentos
vividos em momentos de solidão.
Momentos dos quais,
talvez você não tenha conhecido!
Nossa série Pentalogia Poética vem a todo vapor com o poeta JOÃO BATISTA GONÇALVES. Devido aos “atropelamentos” de fim de ano, não poderemos dessa vez, fazer uma pesquisa mais aprofundada desse escriba de nossas terras. Sabemos apenas que ele tem estrita relação com Roseiral. Conhecemos ele através da Dalvina, poetisa dessa localidade. Sabemos que seus livros foram publicados residindo em Linhares-ES. Não obtivemos até agora retorno dos contatos que fizemos.
Mas vai aí um aperitivo de João Batista Gonçalves. Escolhermos cinco poemas, do seu livro, AMOR AO VENTO, em que ele discorre sobre o ofício de versejar ou sobre a poesia em si. São poemas metaliguísticos, ou metapoemas.
Assim diz o seu prefaciador:
Seu êxtase é construído na nostalgia de um bom mediterrâneo de altar. Afinal, o refinado poeta veio das Geraes, fincando gradativamente raízes nos dengos tropicais de Linhares. Minas é aqui “sui generis”.
Antonio Bezerra Neto
A MORTE DO POETA
Naquela noite
o sino da matriz tocou
tristemente
parecendo anunciar um óbito.
Não era simplesmente
um óbito!
e de repente
alguém anuncia:
_O poeta morreu!!!
Como era de costume
o sino tocar
anunciando a morte de alguém,
o silêncio da noite
foi quebrado.
E a pequena vila
acordou para ver o acontecido.
E todos comentavam:
_O poeta morreu!!!
E quando amanheceu
o sol não apareceu.
só nuvens escuras no céu...
Chovia fino,
como se o céu também
chorasse a morte do poeta.
E durante todo o dia...
parentes, amigos e conterrâneos
observavam silenciosos
o corpo gélido
do poeta e sonhador.
Chegava a tarde
e o tabelião da vila
lavrou o termo do óbito:
...
_Adormeceu para a eternidade
o poeta...
deixando saudades...
e uma grande marca
no coração da gente.
A Poesia!
E já no crepúsculo
o cortejo partiu
levado por amigos
até a sua última morada.
Lugar privilegiado
de onde certamente
admirará outros horizontes
e escreverá para outras gentes.
O poeta morreu!!!
E sobre o túmulo frio
como havia pedido
uma inscrição foi deixada:
“Aqui jaz para sempre,
um poeta solitário!...”
AMOR, POESIA E DOR
Se a poesia
é o alimento do amor
que se faça poesia
que fale de amor.
Que se faça amor
sussurrando poesia
no pensamento.
Que se faça
pensamentos de amor.
Que cultive a ilusão
de sonhar com o amor
que cultive a dor
de viver o amor.
Que eternize sentimentos
que se vive em instantes
como se fosse uma vida.
Que se faça da vida
eternos momentos
de ilusão ou dor
em poesias de amor!
FORMAÇÃO DA POESIA
A mão que trêmula conduz
as palavras,
rege a orquestra de sentimentos
do coração.
São palavras
que se misturam, transformando-se
em poesias.
Por que certamente,
a poesia é uma exposição do poeta
de suas mais íntimas ideias.
O POETA
O poeta é um sonhador
Que vive na lua
Que vive na rua
Que vive na noite
Que vive no dia
Que vive no rio
Que vive na flor
Que vive no riso
Que vive na dor
Os sonhos de amor.
O poeta é um sonhador
Que vive no ar
Que vive nos mares
Que vive nos pássaros
Que vive no canto
Que vive nos encantos
Que vive na estrada
Que vive nas mágoas
Que vive na alma
Os sonhos de amor.
O poeta é um sonhador
Que vive no trem
Que vive na glória
Que vive a história
Que vive na chuva
Que vive na lama
Que vive na tela
Que vive no singelo
Que vive e é tolo
Sonhando com o amor.
RESPOSTA A UM AMIGO
Não sei se sou poeta!
Faço meus versos
com a mais pura simplicidade
transformando em palavras
sorrisos,
lágrimas,
sentimentos,
natureza e paixões.
Por que esta é a única forma
que encontrei
para revelar segredos
que continuam no anonimato.
Também não me esqueço da fé.
por que esta é a única forma
de continuar acreditando
que na poesia
sou capaz de deixar à posteridade
um pouco de mim.
Faço meus versos, meu caro amigo,
sem muita pretensão
por que para mim
não importa se o meu livro
é o mais vendido ou não.
não importa se meu nome
figura nas colunas sociais de um grande jornal.
O que me importa?
é que de alguma forma
eu faça parte da vida de alguma pessoa.
e que em algum lugar
mesmo no silêncio,
alguém esteja me criticando
ou me fazendo um elogio.
Não sei se sou poeta!
Mas sei que
o que satisfaz a um poeta
é ver o que ele faz
na boca
e no coração das pessoas.
Sendo assim, meu caro amigo,
minhas palavras
simples e singelas
atingiram o seu objetivo.
Por que nem mesmo os grandes poetas
como:
J. G. de Araújo Jorge,
Manuel Bandeira,
Carlos Drummond de Andrade
e outros,
foram poupados da crítica.
e as suas
certamente me serviram de escola.
Mas não foi por mal, meu caro amigo,
que inspirei-me
no que é para mim
o maior poeta do século
para te escrever esta poesia.
Todavia,
se as minhas poesias não tem rimas
tem palavras e sentimentos
vividos em momentos de solidão.
Momentos dos quais,
talvez você não tenha conhecido!
NOTA DO AUTOR: Esse artigo faz parte da série de postagens denominada PENTALOGIA POÉTICA, do blog MUTUM CULTURAL.
http://mutumcultural.blogspot.com.br/2016/01/a-metapoesia-de-joao-batista-goncalves.html