A BEM DA POESIA
A BEM DA POESIA
j.r.filho.
Modernistas! Não os tolero... Supõem-se senhores da razão e do conhecimento. Não raro, possuem escassa criatividade e, quando excepcionalmente produzem, baseiam, sempre, seus pobres e incompletos trabalhos em obras-primas, de vulto, cinzeladas por mestres parnasianos: senhores da rima e do verso.
A mediocridade caracteriza, geralmente, esse tipo de novidade que em vez de valorizar o poema ou a poesia promove o seu achincalhe, degradando a literatura brasileira, na tentativa de reduzi-la a uma nefasta sátira.
Usualmente, encontramos obras-primas, nacionalmente reconhecidas por seu valor literário, deturpadas pela patética ingerência de tolos Modernistas que, sem os atributos dos autênticos poetas, buscam lançar imagens deturpadas daquelas contidas nas aventadas obras-primas, no pressuposto de que estão expressando, fielmente, as mensagens demandadas por aqueles que veem a poesia como um instrumento político de defesa ou ataque. Pois lhes asseguro! A poesia não precisa ser feia, sem rima, trôpega nos versos, para poder enfrentar a tirania e o vilanismo contemporâneos. Pode inclusive, também, utilizar-se de metáforas, mas não precisa perder o ritmo, o diapasão melódico que sempre a norteou. O lirismo pode ser substituído por vocábulos cortantes, porém, com entonação à Rolando, capaz de agregar sentimentos que permeiam ideais coletivos mas que carecem do estalo que desperta, que impulsiona. Liberdade, justiça, igualdade, entre outras, são palavras que têm rima! Pode ser com verdade, castiça, fraternidade, respectivamente, entre tantas outras... Por que, então, colocar no verso, torto, palavras como rufião, plágio, ou ignorante, ou similares, no local onde os vocábulos devem rimar? Posto isto, mais uma vez lhes asseguro! Ou trata-se de deboche gratuito ou, como se me afigura, esse Modernismo é, apenas, o refúgio de falsos literatos, falsos poetas... Falsos no sentido literal da palavra: não são poetas nem literatos.
Amélia Rodrigues-Ba. 20 de fevereiro de 2005.