TAUTOINDRISO: Um novo género poético

"Método, Método, que queres de mim? Bem sabes que comi do fruto do inconsciente." JULES LAFORGUE, Moralités légendaires, Mercure de France, p.24) citado por G. Bachelard

RESUMO

Com o tema Tautoindriso: Um novo género poético, pretendemos fazer a explanação e introdução na arena poética hodierna de um novo modo de fazer poesia que se denomina tautoindriso.

O tautoindriso nasce da criação engenhosa do escritor e poeta moçambicano Norek Red, inspirado pelo tautograma e indriso, ambos géneros poéticos dos nossos dias.

O tautoindriso é a aglutinação do tautograma pela parte da composição, isto é, de como se elaboram os versos no que concerne a colocação das palavras e do indriso pela parte estrutural, ou seja de como se organizam os versos e estrofes.

BREVE HISTORIAL DO TAUTOINDRISO

TAUTOINDRISO - é um género poético contemporâneo criado pelo escritor e poeta moçambicano Norek Red e deriva da aglutinação do Tautograma, isto é, de um poema que tem como primazia o uso da mesma letra no início de cada vocábulo que compõe os versos, ou ainda como diz Lessa, é uma composição poética em que todas as palavras começam com a mesma letra e do Indriso, que por sua vez figura-se, como diz João Baptista dos Santos, como um pequeno poema, criado por Isidro Iturat, inspirado no tradicional Soneto, onde nele existem dois tercetos (estrofes com três versos) e dois monósticos (Versos simples/estrofe de um verso). O Tautoindriso figura-se na seguinte estrutura mãe:

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Fig. 1 Estrutura mãe do tautoindriso

Há por salientar que, por ser um género poético ainda jovem e ainda em estudo por pedagogos poderá sofrer com o passar do tempo remodelações de pequena dimensão que não comprometam a essência do estilo que é dizer incomensuráveis pensamentos em poucas palavras.

REGRAS BÁSICAS E INCORRUPTÍVEIS NA ELABORAÇÃO DO TAUTOINDRISO:

* Cada verso leva no máximo três palavras excepto dos dois últimos versos (em revisão), aqui fala-se dos versos que compõem os dois tercetos de que devem conter ao máximo três palavras, pois ao atribuir-se liberdade aos dois monósticos no que tange ao número de palavras que devem conter, quer-se que estes sirvam de síntese lógica do assunto contido nos dois tercetos;

* Emprego da mesma letra em todas as palavras, isto é, se a letra escolhida for “A”, obrigatoriamente todas as palavras devem usufruir da mesma letra até o fim do poema.

* Dar contextualização e correlação lógica aos versos, isto impele-nos a manter a coerência e unanimidade no que cerne ao tema ou ao sentido dos versos;

A ALTERNÂNCIA POSSÍVEL DE OCORRER À ESTRUTURA-MÃE

Ainda usando da estrutura concebida por Isidro Iturat, o Tautoindriso aceita a alternância da estrutura mãe 3-3/1-1 entendendo a transição (Sistole) de 3 para 1 como um movimento de contracção e (diástole), movimento de 1 para 3 como o de expansão do discurso.

De frisar que com a alternância do discurso não se quebra o pressuposto do emprego da mesma letra em todas palavras e nem do papel dos monósticos como síntese.

Vejamos a seguir a denominação que toma o tautoindriso de acordo com a alteração da estrutura-mãe:

I. 3-3-1-1: Tautoindriso Simples (estrutura básica)

II. 1-1-3-3: Tautoindriso em diástole;

III. 3-1-3-1: Tautoindriso de duas sistoles

IV. 1-3-1-3: Tautoindriso de duas diástoles

V. 3-1-1-3: Tautoindriso em diástole interna

VI. 1-3-3-1: Tautoindriso em sistole interna

Podemos constatar através dos sublinhados que os movimentos realizados pelas estrofes pertencem aos dois principais movimentos, ou seja, enquanto uns se expandem de pequeno/menor para grande/maior, outras se contraem da posição de grande/maior para pequena/menor. E também temos a posição central em que as estrofes se expandem ou contraem para o centro seja em movimentos de expansão no caso dos monósticos que se movimentam para o centro, seja no movimento de expansão quando os tercetos se movimentam de fora para dentro (centro).

As alternâncias são fáceis de elaborar depois de algum domínio com a estrutura mãe 3-3/1-1.

CORRELAÇÃO VERSUS ALTERNÂNCIA

Sem houver quebra da estrutura e da correlação entre os versos, isto é, do poder explicativo, descritivo, comparativo... dos tercetos e do poder de síntese dos monósticos o desenho interno a nível da correlação entre as estrofes fica da seguinte forma:

a) 3-3-1-1: Tautoindriso Simples

Assunto (tercetos) e síntese (monósticos)

b) 1-1-3-3: Tautoindriso em diástole;

Síntese (monósticos) e Explicação da síntese no assunto (tercetos)

c) 3-1-3-1: Tautoindriso de duas sistoles

Assunto (terceto) sua síntese (monóstico), idem na combinação seguinte;

d) 1-3-1-3: Tautoindriso de duas diástoles

Síntese (monóstico) e explicação da síntese no assunto (Terceto),

Idem na combinação seguinte;

e) 3-1-1-3: Tautoindriso em diástole interna

Assunto (terceto) sua síntese (monóstico);

Síntese (monóstico) e explicação da síntese no assunto (Terceto);

f) 1-3-3-1: Tautoindriso em sistole interna

Síntese (monóstico) e explicação da síntese no assunto (Terceto);

Assunto (terceto) sua síntese (monóstico).

BIBLIOGRAFIA

BACHELARD, G. A poética do devaneio. São Paulo - Martins Fontes editora Ltda. V ed. 1988.

http://www.dicionarioinformal.com.br/indriso/ acesso feito em 13/11/2015 as 14:08

http://www.Kathleenlessa.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=1068102um Acesso feito em 13/11/2015 as 08:12

http://mobile.facebook.com/NorecRed/posts/935289886531894?_e_pi_=7%2CPAGE_ID10%2C9254067718 acesso feito em 13/11/2015 as 08:00

Por Norek Red & Daúde Amade