DISCIPLINA, DISCIPLINA, DISCIPLINA!!!
--- Pai, “tipo”, tô precisando de comprar um negócio, me dá um dinheiro!
--- Mãe, “tipo assim”, hoje é domingo, mas tenho que entregar um trabalho amanhã na escola, me ajuda a fazer!
O que podemos apreender acima é um pequeno retrato do que atravessam muitos pais no dia a dia, na intensa, cuidadosa e complexa arte de educar um filho. A educação familiar é um processo que envolve, além de grande responsabilidade e compromisso incondicional, vinte e quatro horas por dia de dedicação. Exige, ainda, sabedoria inconteste, a qual em algumas circunstâncias, somente com a própria experiência se aprende a manusear com domínio. E ter a crença de se estar fazendo o que é correto e necessário para formar cidadãos conscientes. O psiquiatra e educador Içami Tiba afirma que o maior ensinamento familiar é o da convivência social. O principal item desta convivência é a formação do padrão comportamental social tendo como base a ética.
É imperativo que os filhos são nada menos que a maior riqueza de um pai e de uma mãe. Contudo, nos enveredamos por diversos caminhos para, desde muito cedo, tentar ensinar ao rebento a direção do bem, do dever, do amor e da independência por si próprio. Aquela criatura divina, que vem ao nascer enche nossos olhos! E nos faz pensar sobre o que queremos para ela no futuro e o que queremos para nós. É uma verdadeira reflexão do ser e da função que assumimos desde então. É um exercício constante de sensibilidade para compreender e conseguir penetrar no universo da criança e/ou do adolescente.
Sob tal enfoque as primeiras palavras, os primeiros passos, tudo nos encanta e nos faz vibrar a cada degrau alcançado, com cada nova etapa! É certo que é um verdadeiro milagre poder ver os filhos crescerem! E, além do mais, saber que há diversas outras fases para viver! Também isso nos fortalece, nos faz sermos melhores, mais confiantes e a nos concentrar, ainda mais, no bem da família.
Quantas vezes já ouvimos uma mãe falar e demonstrar com sua vida a sua doação total e incondicional pela sua cria. Quantas vezes vimos uma mãe chorar ou até rir e passar noites e noites acordada, velando sua prole que foi, por vezes, acometida por uma enfermidade. E o pai sempre atencioso que também muito se doa, se desnuda em prol da alegria, da felicidade e do bem estar dos seus filhos.
Por outro lado é nebuloso imaginar quantas famílias estão desestruturadas e abandonadas. Quantos desastres e quantas ações inumanas destruíram e ainda destroem o berço familiar. Isso se dá, muitas vezes pela imaturidade de genitores insensíveis apáticos e cruéis, que pela falta de amor e afeto, desequilíbrio emocional e mental, não conseguem gerir a própria vida e acabam por destruir a vida de seus descendentes. O renomado escritor e psiquiatra Augusto Cury nos remete em dizer que todo ser humano é um cofre. Não existem mentes impenetráveis, mas chaves erradas.
Percebe-se que antes a isso está a falta de caráter, de personalidade e precipuamente de espiritualidade em Deus e a falta de amor próprio. Um complexo inferior que faz o ser humano se autodestruir, por não conseguir superar as mazelas humanas e sociais, e as barreiras naturais da existência. Que busca na violência, no álcool, nas drogas, na luxúria um prazer que somente corrói e mata lentamente. O filósofo Karl Marx, no século XIX , proferiu certa vez que todo ser humano é produto do meio. Já o cientista Lev Vygotsky, no início do século XX, afirmou em seu discurso que o homem modifica o ambiente e o ambiente modifica o homem.
O que falta a mulher e ao homem? A educação, a autorreflexão, a caridade, solidariedade, empatia? O que almejamos é o melhor ou qualquer coisa serve? Podemos destarte, compreender o que expressou outrora o filósofo alemão Arthur Schopenhauer, no século XIX: não existe vento favorável a quem não sabe onde deseja ir. Desse modo o que ensinamos nossos filhos com nossas ações? Qual é a referência que lhes declinamos? Pensemos no legado que queremos transmitir, os valores que tornam alguém íntegro e altruísta. No que concerne a isso o filósofo chinês Confúcio expôs que as palavras convencem, e o exemplo arrasta.
Segundo a escritora Fran Christy o benefício da disciplina só é aproveitado quando há objetivos definidos em cima de um propósito firme e existe uma motivação genuína para conquistá-los. Será que ao menos buscamos sabedoria para corrigir os erros pretéritos para gozar de um presente sensato, ou consentiremos ser eternamente enfermos somatizados? A doença não está somente na carne, está também na mente e na alma. Semeemos e cultivemos a paz, cultivemos o bem, cultivemos a harmonia para uma colheita farta de fé e de virtudes. Colecionemos o que é digno e salutar; benigno e que traz esperança; para um brinde com mais apreço; para um futuro próspero; para uma gente melhor! Prestemos atenção aos três pontos cruciais que propôs Emamnuel, mentor espiritual de Chico Xavier, para o bom desempenho de uma tarefa: o primeiro, disciplina; o segundo, disciplina; e o terceiro, disciplina.