ESCOLHAS E RENÚNCIAS

Por vezes, vai aparecer nos recantos da net um texto contendo uma proposta que se abrirá em vários questionamentos e que exigirá a utilização de conhecimentos adquiridos – que nada mais são do que o amadurecimento da inteligência. Não o vejas como um gatilho ou postura fundamentalista que a torne inquestionável no mérito. Nunca enclausures o pensamento num único sentido. Ainda mais se tratar-se de assunto cujo entorno se refira a postulados religiosos, seguindo tal ou qual viés dos livros sacramentados. Viver é um permanente exercício de escolhas e renúncias. O encontro com o Absoluto frutifica-se nos mais íntimos sigilos, dependendo do fervor com que se apoiam os joelhos. Como provinciano escriba, procuro recolher o que de bom surgiu com a entronização ocorrida no meu ser quando da criação do poema, que é a minha reza particular de agradecimento pelo estar vivo. A este momento de deslumbre e mágica, chamo, alegoricamente, de “a inauguração do amanhã”... Sempre desejo que a peça verbal que veio a lume seja instrumento para o encontro com a felicidade e produza o bem-estar. Este é o tesouro que todos desejam: a pedra filosofal. Aquela que frutifica para o possível encontro do espírito humano com ele mesmo. Algo que todos sonham e somente poucos conseguem chegar ao patamar desejado. O Absoluto imanta o verbo, e transforma o necessitado, trazendo a gratificação para o convívio. Todavia, a revelação desses mistérios é para poucos...

– Do livro O PAVIO DA PALAVRA, 2015.

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