A VOZ DE PORTO ALEGRE NO TANGO
Em uma de suas mais marcantes canções, Facundo Cabral escreveu: “Me gusta la gente simple, aunque yo soy complicado”. Sim, porque a gente simples é capaz de obrar muito. É das coisas simples das gentes simples que se alimentam as artes, a história, o cotidiano, a cultura, a música e por ela se move o moinho do mundo. Com o tango não foi diferente. Foi das periferias do Rio da Prata que saiu esse gênero musical para ganhar ares internacionais, sendo reconhecido na França antes mesmo de seus lugares de origem.
O tango chegou inicialmente a Porto Alegre pelo rádio e pelas gravações de A Elétrica. Quando aporta em terras brasileiras, já vem com o reconhecimento, com a chancela de música que se insere nas classes sociais em diagonal, com maioridade e aceitação dominante.
Nesta obra, o uruguaio Washington Gularte nos apresenta um panorama diacrônico do tango em nosso meio. O início, com as orquestras típicas, a era dos bares, o declínio da música ao vivo, o advento do tango dançado, as personalidades, os cantores, os músicos, as orquestras, os espetáculos, os dançarinos, enfim, todos os personagens desse ritmo que alia melancolia e passionalismo no mais alto grau.
Nem todos os dias, meses ou anos, surge um livro como este, com o mérito de cobrir uma lacuna, uma ferida aberta no tecido da memória coletiva. Enciclopédico, mas eivado do lirismo grandiloquente do tango, ornado por mão e pena de um conhecedor profundo do seu tema, este relato, com entrevistas que resgatam pessoas e momentos supremos deste gênero, muitos sob risco de extinção sob o véu do esquecimento, vem iluminar a trajetória de um ritmo que se aquerenciou no Rio Grande do Sul sem precisar de visto ou de burocracias.
A alma dos gaúchos é solo fértil para o tango. E a prova está neste texto, que, por certo, será um roteiro seguro para todos aqueles que almejem conhecer mais do “gotán” em plagas gaúchas.
“O tango em Porto Alegre” (1914-2014) já nasce como obra de referência sobre o “dois por quatro” e nunca ninguém ousou tanto na pesquisa histórica veiculada no idioma de Camões. A dívida com o autor é grande, mas a quitação virá por meio da leitura. E com o contínuo cultivo do tango, para seu engrandecimento hoje e sempre.
(Escrito como apresentação da obra "O Tango em Porto Alegre" - 1914-2014", do músico e escritor Washington Gularte)
Em uma de suas mais marcantes canções, Facundo Cabral escreveu: “Me gusta la gente simple, aunque yo soy complicado”. Sim, porque a gente simples é capaz de obrar muito. É das coisas simples das gentes simples que se alimentam as artes, a história, o cotidiano, a cultura, a música e por ela se move o moinho do mundo. Com o tango não foi diferente. Foi das periferias do Rio da Prata que saiu esse gênero musical para ganhar ares internacionais, sendo reconhecido na França antes mesmo de seus lugares de origem.
O tango chegou inicialmente a Porto Alegre pelo rádio e pelas gravações de A Elétrica. Quando aporta em terras brasileiras, já vem com o reconhecimento, com a chancela de música que se insere nas classes sociais em diagonal, com maioridade e aceitação dominante.
Nesta obra, o uruguaio Washington Gularte nos apresenta um panorama diacrônico do tango em nosso meio. O início, com as orquestras típicas, a era dos bares, o declínio da música ao vivo, o advento do tango dançado, as personalidades, os cantores, os músicos, as orquestras, os espetáculos, os dançarinos, enfim, todos os personagens desse ritmo que alia melancolia e passionalismo no mais alto grau.
Nem todos os dias, meses ou anos, surge um livro como este, com o mérito de cobrir uma lacuna, uma ferida aberta no tecido da memória coletiva. Enciclopédico, mas eivado do lirismo grandiloquente do tango, ornado por mão e pena de um conhecedor profundo do seu tema, este relato, com entrevistas que resgatam pessoas e momentos supremos deste gênero, muitos sob risco de extinção sob o véu do esquecimento, vem iluminar a trajetória de um ritmo que se aquerenciou no Rio Grande do Sul sem precisar de visto ou de burocracias.
A alma dos gaúchos é solo fértil para o tango. E a prova está neste texto, que, por certo, será um roteiro seguro para todos aqueles que almejem conhecer mais do “gotán” em plagas gaúchas.
“O tango em Porto Alegre” (1914-2014) já nasce como obra de referência sobre o “dois por quatro” e nunca ninguém ousou tanto na pesquisa histórica veiculada no idioma de Camões. A dívida com o autor é grande, mas a quitação virá por meio da leitura. E com o contínuo cultivo do tango, para seu engrandecimento hoje e sempre.
(Escrito como apresentação da obra "O Tango em Porto Alegre" - 1914-2014", do músico e escritor Washington Gularte)