SINOS DAS CONFIDÊNCIAS

Por condenados à graça do viver, nos desdobramos para atender aos amores de uma vida inteira, dentre estes a Poesia e os seus entornos. Tenho para mim que a CONFRATERNIDADE deve ser a tônica do relacionamento entre os ativistas da Poesia, e isto exige dedicação diuturna. Nos saraus intimistas saudamos a vida passada, presente e o futuro, evocando os magos da palavra e dos signos imagéticos. Nas exéquias cerimoniais da despedida – lisonjas e o zelo do amar ainda vivificados na finitude humana de nossos afetos – demonstra-se por eles, através de atos e fatos, que o FRATERNO nos solidariza por dentro e por fora do ser, mercê das aparentes apresentações públicas. Irmanamos palavra, o pó e o sal da terra, também em HOSANAS ao viver. Porque a flor da Poesia nunca fenece entre os vivos e persiste na voz dos que se foram. O espiritual demonstra a sua fertilidade mais e além pela fortaleza da obra do finado. É bom saber que o NADA MAIS nunca se aplica aos ossos do poema com Poesia. Pertinem em nós os sinos de suas confidências num aposto solidário à humana condição...

– Do livro OFICINA DO VERSO, 2015.

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